sábado, 26 de agosto de 2006

Uma oferta de Laurinda Alves

Não posso deixar de mostrar, hoje e aqui, a oferta de Laurinda Alves a todos os seus leitores. É uma oferta simples, como todas as que semana a semana apresenta na revista XIS, que acompanha o PÚBLICO aos sábados. Trata-se, neste caso, de um conhecido e bonito texto do Eclesiastes, do Antigo Testamento. Texto conhecido e bonito, mas também poético e oportuno, que nos é dado para reflexão. Aqui fica: ::::
O tempo de guerra é sempre um tempo inquietante, de dor e sobressaltos mas, também, de esperança. Para tudo há um tempo,
para cada coisa há um momento debaixo dos céus
UM TEMPO PARA CADA COISA Tempo para nascer, e tempo para morrer; Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; Tempo para matar, e tempo para sarar; Tempo para demolir, e tempo para construir; Tempo para chorar, e tempo para rir; Tempo para gemer, e tempo para dançar; Tempo para atirar pedras, e tempo para juntá-las; Tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se; Tempo para adquirir, e tempo para perder; Tempo para guardar, e tempo para deitar fora; Tempo para rasgar, e tempo para costurar; Tempo para calar, e tempo para falar; Tempo para amar, e tempo para odiar; Tempo para a guerra, e tempo para a paz. :: (Ecl 3. 1-13)

Imagens da Gafanha da Nazaré

:: IGREJA DE NOSSA
SENHORA DA NAZARÉ ::
Se vier à Gafanha da Nazaré ou por aqui passar, em dia de festa ou noutra altura qualquer, aconselho-o a visitar a igreja matriz. Foi restaurada há tempos, como dei nota neste meu espaço, com muito bom gosto e com muita dignidade, num esforço conseguido de recuperar os traços mais marcantes do passado, ligados a um estilo muito próprio desta região, dos finais do século XIX e princípios do século XX. O arranjo interior apresenta-se ao visitante com sobriedade e com arte, mas também com preocupações de longevidade. Facilmente se vê que o trabalho feito com recurso a bons materiais se destina a algumas gerações. Para além da antiga imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, todo o seu enquadramento, em talha dourada, merece uma atenção especial. Mas se o visitante se der ao cuidado de olhar com olhos de ver todo o interior, e mesmo o exterior, confirmará que vale a pena passar por lá, sem pressas. F.M.

TURISMO E PATRIMÓNIO RELIGIOSO

Universidade Católica promove curso online
A Universidade Católica Portuguesa (UCP) oferece um curso online de turismo e património religioso a todos os que têm manifestado interesse por estes assuntos. A iniciativa é da Faculdade de Teologia que pretende explorar as potencialidades da Internet com um curso como este, de pós-graduação, acessível a qualquer pessoa, esteja onde estiver. As inscrições estão abertas até 15 de Setembro e podem ser feitas inevitavelmente pela Internet ou pelo telefone.

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

O herói de Cuba e o inimigo americano
Desde que Fidel Castro adoeceu, sendo a sua saúde um segredo de Estado, multiplicaram-se os comentários sobre este dinossauro do comunismo. Com razão. Fidel é o líder político há mais tempo no poder em todo o mundo - desde 1959. Mas pouco se fala da surpreendente popularidade que este ditador ainda conserva no seu país.
Se já era estranho existir há tantos anos uma ilha comunista a menos de 250 quilómetros dos Estados Unidos, ainda mais curioso é o comunismo cubano ter sobrevivido ao colapso do seu protector, a União Soviética. Fidel escapou a dezenas de tentativas para o assassinar (muitas delas gizadas pela CIA) e a vários planos de intervenção militar externa para mudar o regime, o mais célebre dos quais culminou no fiasco da Baía dos Porcos em 1961.
A brutal repressão interna do regime cubano explica parte da sua longevidade política. Mas não explica que a aceitação do tirano Fidel em Cuba seja ainda hoje apreciável. Nada que se compare, por exemplo, à descrença e ao cinismo desencantado que prevaleciam nos anos 70 e 80 nos povos europeus sob o império soviético.
:
Leia mais no DN

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Festa na Gafanha da Nazaré

Largo 31 de Agosto
:: Festa em Honra da Padroeira ::
Neste fim-de-semana, a Gafanha da Nazaré vai estar em festa, como manda a tradição de muitas décadas. Diz a história que os gafanhões honravam a Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, sempre no último domingo de Agosto.
Era e é uma festa em que se casa razoavelmente bem o profano com o religioso. Não tem havido choques significativos entre esses interesses, embora se diga que o cultural tem ficado um tanto ou quanto esquecido. Concordo perfeitamente, até porque elevar um pouco o nível dos festejos seria, sem dúvida, uma mais-valia para o grande encontro dos gafanhões, tanto dos que vivem na Gafanha da Nazaré e arredores, como dos que por aqui gozam as suas férias.
Para além dos foguetes, que acho exagerados, e da música pimba, que predomina, vejo o prazer que muitos experimentam quando reconhecem os amigos que não viam há anos, sinto em alguns o retorno ao tempo em que saboreavam as cavacas e os suspiros, lembro quantos, na meninice, participavam na procissão como "anjinhos", caminhando com bolhas nos pés ao som cadenciado das bandas de música, que executavam, ano após ano, os mesmos trechos musicais.
A festa da Padroeira era também tempo de roupa nova, dos primeiros namoricos, de pagar promessas a Nossa Senhora, habitualmente levando, com esforço enorme, o andor aos ombros.
Era tempo de petiscos melhorados em casa, de convites aos amigos de longe, de missa cantada pelos corais das bandas de música e de sermão pregado "por distinto orador sagrado", como rezavam os cartazes.
Era tempo de concursos de fogueteiros, de ouvir e proclamar a melhor filarmónica, dos pastores que vinham com os seus rebanhos para que todos os gafanhões pudessem comer carneiro assado no forno.
Era o tempo em que as famílias se reuniam à roda da mesa, depois da missa do dia, em franco e alegre convívio, formulando votos de que no próximo ano tudo seria melhor.
Boas festas para todos.
Fernando Martins

Um poema de Orlando Jorge Figueiredo

MAR
Aqui está o mar inteiro e firme olhos abertos e azuis voz rouca e veemente Cresce em mim como espuma o desejo de amar o mar In “Guardador de Sonhos”

Santo André

Navio-Museu Santo André vai para
doca seca
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Mais de 100.000, é o número de visitantes de que o Navio Museu Santo André se «orgulha» de ter recebido durante os cinco anos de vida como pólo museológico. Atracado junto do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, este antigo arrastão bacalhoeiro dá como alcançado o grande objectivo que esteve na origem do seu aparecimento como memorial da pesca do bacalhau por artes de rede de arrasto e emalhar.
Um dos raros exemplos de recuperação bem sucedida de exemplares do património náutico português que na passada quarta-feira celebrou cinco anos após a sua inauguração como navio museu. Especialmente vocacionado para as camadas estudantis, este navio pretende despertar as novas gerações para uma parte do património cultural e social do concelho de Ílhavo, que durante décadas esteve directamente ligado à actividade piscatória do bacalhau. E melhor do que consultar livros, ver fotografias ou mesmo ler documentos antigos, será uma visita a um arrastão que fez parte da frota portuguesa do bacalhau e que durante 50 anos rompeu as águas frias do Norte na captura do «fiel amigo», usando as artes do arrasto.
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