quinta-feira, 11 de maio de 2006

Um artigo de Alexandre Cruz

Abri as portas
do interior! Há problemas estruturais que não podem deixar ninguém descom-prometido. Ninguém pode “lavar as mãos” pelo que acontece, melhor, que vem acontecendo no referente ao planeamento do território nestas três décadas da democracia portuguesa. Basta colocarmo-nos no lugar do “outro”. Governos e oposições, sucessivamente, a par de um certo indiferentismo e ineficácia do colectivo nacional, fomos deixando o lindo interior de Portugal. Agora, quase tudo está consumado. Cada porta que se fecha tem por trás de si um sem número de causas que nos fazem pensar sobre o modo como temos sido regidos, o modo como afinal “somos” e vivemos. Apesar de tudo e por estranho que pareça, se nós próprios não somos capazes de “amar” e “agarrar” com alma este lindo país de sol, com gerações novas a quem importa passar um testemunho novo, corresponsável, com valor e na base dos valores fundamentais, o certo é que está garantido que há mesmo que goste das nossas terras. Só que, depois, quando vêm para habitar a terra abandonada por nós já nos sentimos mal, não gostamos. Afinal, em que ficamos? Abandonamos às “silvas” o interior mas depois temos complexo em “abrir mão”, sermos acolhedores, de quem vem tentar a sua sorte entre nós, dando vida às aldeias desabitadas…! É certo que “casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão!” Se calhar em termos estratégicos para com o interior de Portugal estamos um pouco assim. E não chega umas apostas esporádicas e publicitadas; “chega”, sim, do degladiar entre governos e oposições quanto a matérias vitais de sobrevivência! Quanto mais combatem mergulhados nos pormenores de algumas vírgulas em Lisboa, mais brilha a ineficácia da gestão do bem comum e menos os portugueses vislumbram um horizonte que os mova, ainda que com sacrifícios. Será preciso um forte e alargado pacto de regime reformista para repovoar o interior do nosso país. Uma total mudança de mentalidades. Hoje a realidade é bem dura. Somos muitos os teóricos a proclamar a “ida” para o interior, a urgência de mais acessos para mais indústria, instituições públicas, de famílias e novas gerações a re-habitar gerando vidas, futuro, esperança; mas somos poucos a seguir o que dizemos, apaixona-nos bem mais o litoral, o desenvolvimento em actividade e não o desenvolvimento a edificar, em geral gostamos mais do mar que da serra. Assim tem sido nestas últimas décadas, até ao ponto presente a que chegámos. Que soluções, que caminhos de renovação? Ou resignamo-nos e “fechamo-nos” diante dos factos. Seria bem interessante que num instante, num ano, a população influente de Lisboa ou do litoral desenvolvido fosse “acampar” para o interior. Que sensações!... Certamente que as medidas, os equilíbrios e as decisões, com a realidade bem presente e sofrida na pele, seriam bem mais realistas e impulsionadoras para todos. Falta-nos, tantas vezes e em tantos lados, a visão completa da realidade mais profunda; sim, daquela realidade crua sem “chavões” que não vem nos jornais e que existe dois anos antes de qualquer eleição ou da longe visita de qualquer autoridade importante. Escondemos a realidade procurando iludi-la!... Certamente que em todos os níveis faz-se aquilo que se considera que é o melhor para todos; um “melhor” no presente para o futuro. É um caminho que sempre custa, só que normalmente custa aos mesmos. Tal não pode (mais) acontecer. Há um fenómeno no nosso país recordista das desigualdades sociais: estas crescem desmesuradamente. E tantas vezes parece que as medidas (que sempre se esperam renovadoras no equilíbrio) ferem grandemente os já feridos e desesperados da vida. O mesmo acontece com as regiões de Portugal, as mais pobres mais podres e abandonadas serão, até ao abandono geral; os estudos estatísticos aí estão, e daqui a trinta anos, pelo andar da carruagem, “seremos” um interior sem gente que ainda “caímos todos ao mar”! Claro que tal não acontecerá! Porque o interior (afinal) também é Portugal, porque as medidas do futuro próximo, de forma globalmente consensual, serão de dar fortíssimos apoios humanos, sociais, fiscais, industriais, turísticos,… ao investimento no interior! “Todo o País vai dar ao interior!” Talvez seja este um bom slogan, mas não morto, bem vivo, onde os próprios filhos da nação nasçam com toda a alegria, segurança e esperança em terras de Luís de Camões! Assim seja, pois com “romendos” não se vai lá. “A ver vamos, como” dizemos nós…

quarta-feira, 10 de maio de 2006

NO CUFC, Palestra sobre encíclica de Bento XVI

"DEUS É AMOR"
Carlos Furtado vai proferir uma palestra sobre a encíclica de Bento XVI “Deus é amor”. Formado em Psicologia e Teologia, o sacerdote dominicano fará uma leitura da “imagem de Deus” e do “amor humano”, com base na primeira encíclica do actual Papa.
O encontro está marcado para as 21.30 horas do dia 15 de Maio, no Centro Universitário Fé e Cultura.

Desportistas de notícias

Brasil sem
jornais diários
desportivos José Carlos de Vasconcelos, director do JL – Jornal de Letras, Artes e ideias e coordenador editorial da revista Visão, disse há dias, em Aveio, no CUFC, que o Brasil, decerto a maior potência mundial do Futebol, em termos de entusiasmo do povo, não tem jornais diários desportivos. Os apaixonados do Futebol vão aos estádios para viver a festa mais popular dos brasileiros, participando activamente, com a sua alegria, no espectáculo. E são mais de 180 milhões de pessoas. Em Portugal, com dez milhões de portugueses, há três diários desportivos, que ocupam os primeiros lugares ao nível das tiragens. E todos os outros quotidianos, mais os semanários e até os mensários, não dispensam as páginas consagradas ao desporto. O mesmo acontece com as rádios e com as televisões. Dá a impressão que os desportistas portugueses preferem ler os mexericos e guerrinhas que enchem esses jornais, deixando às moscas, a maioria das vezes, os belos estádios construídos para o Euro 2004. Ainda há tempos, no jogo que permitiu a festa da subida do Beira-Mar à Superliga de Futebol, o Estádio Municipal não conseguiu juntar mais de 7500 espectadores, ou seja, um quarto da capacidade das bancadas. Os nossos compatriotas são, afinal, desportistas de notícias, nanja do jogo propriamente dito. De tal maneira é assim, que até as televisões e rádios exploram essa faceta dos portugueses. A saída ou contratação de treinadores ou de jogadores, os candidatos a presidentes dos clubes, as tricas dos dirigentes e outras banalidades do mundo desportivo enchem os noticiários a todas as horas, até à exaustão. Tudo o mais é relegado para segundo plano. É pena. Fernando Martins

Universidade de Aveiro por estes dias

Universidade de Aveiro com seus recantos e encantos (Para ver melhor, clique na foto)

FESTAS DO MUNICÍPIO

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS

Antiga Capitania

:: Escola de Belas Artes de Lisboa ::

Amanhã, dia 11 de Maio, pelas 18 horas, na Galeria da Antiga Capitania, será inaugurada a Exposição de Artes Plásticas, com obras de alunos finalistas da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Esta é uma inauguração itinerante, pois serão sequencialmente inaugurados os espaços de exposição da Galeria dos Paços do Concelho, do Bar-Café Teatro Aveirense, acabando no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro. No âmbito do Programa de Actividades das Festas do Município, a Câmara Municipal de Aveiro, o Teatro Aveirense e a Universidade de Aveiro, com o apoio da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, organizaram uma Exposição de Artes Plásticas que estará patente em diversos locais da cidade: edifício da Antiga Capitania, Paços do Concelho, Teatro Aveirense e Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro. A exposição, cujo objectivo é a divulgação de novos artistas na área da pintura contemporânea, contará com a participação de 47 jovens artistas, alunos finalistas da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e poderá ser visitada até ao dia 9 de Julho. O horário de visita é de terças a domingos, das 14 às 19 horas, nas Galerias da Antiga Capitania e dos Paços do Concelho; de quartas a sábados, das 10 às 12 horas e das 13 às 2 horas; e aos domingos das 14 às 19 horas, no Bar-Café Teatro Aveirense; e no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, de segundas a sextas-feiras, das 9 às 23 horas e aos sábados, das 10.30 às%

Um artigo de António Rego

A desesperança
de vida Vale ou não a pena o prolongamento da vida? Até quando? Para quê? Colocados inquestionavelmente os termos éticos - a vida humana é intocável desde o primeiro instante até ao último alento - pergunta-se por esse grande intervalo que é todo o tempo em que assumimos a existência desde o crescimento até ao declínio. É aí que se joga conscientemente a nossa breve felicidade. O respeito pela vida nesse tempo essencial ilumina toda a defesa da vida como um todo de alta dignidade que constitui cada segundo da existência humana. Mas as contas da segurança social (não só por cá) começam a deixar supor que viver muito custa caro, os idosos são um peso para os jovens, a chamada esperança de vida é um desespero para os contabilistas que não sabem como esticar os descontos de alguns anos de trabalho em favor de "muitos" anos de velhice, inactividade, despesa pública e, como se presume de alguns discursos, de desperdício de vida. Nesse caso, e usando legitimamente uma fracção de ironia, os hospitais poderiam colaborar, juntamente com as ambulâncias, as farmácias, os médicos, desmobilizando-se dos fatigantes esforços de prolongar a vida a quem já deveria produzir rendimentos públicos com a sua inofensiva ausência. Ainda por cima - e para fechar este capítulo de pressupostos indecorosos - com gente que, além de quase apenas vegetar, sente que já não faz nada nem nada de interessante tem a fazer cá por baixo. Importa aqui fazer breve viagem por outro circuito: o controlo da natalidade é um dado adquirido e inteligente do desenvolvimento. Toda a gente sabe que nenhum homem ou mulher deve ter o número de filhos que fisicamente é capaz de gerar. Mas o que parece óbvio é que à antiga ausência de contas demográficas sucedeu um cálculo estreito e acomodado a razões pragmáticas. Como referiu o Público, as "famílias de filho único representam um terço do total a nível nacional". O que gera, como se sente, uma sociedade de velhos pela simples razão de definir os filhos como um peso primário e como um deficit insustentável para o orçamento familiar. Aqui começa outra história: a lógica desta atitude infere-se de diversos recantos: cultura, economia, concepção de vida, amor, entrega gratuita, partilha radical do ser e do ter. Quanto a velhice, senectude, terceira idade, ou a eufemística expressão de idoso, presbítero, ancião, vetusto, provecto - tudo não passa duma sobrecarga de desafectos que tem origem na concepção da vida como um peso. Mesmo quando o não soube dizer bem - o cristianismo sempre celebrou a vida humana numa dimensão única, original e profética, sem margem para ambiguidades.

ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS

Encontro Mundial
das Famílias
abre os braços
a portadores
de deficiência
Associações de pessoas com deficiências físicas e psíquicas de todo o mundo estão a mobilizar-se para participar no V Encontro Mundial da Família (EMF), que a cidade espanhola de Valência acolhe de 1 a 9 de Julho. Segundo a agência AVAN, a organização irá colocar ao dispor das pessoas com deficiência “os voluntários necessários” para o que for necessário.
Desde países como o Panamá, República do Congo ou Suíça irão chegar membros da Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência (FRATER), a que se juntarão os que fazem parte do movimento cristão “Fé e Luz”, presente em 80 países, incluindo Portugal.
A transmissão da fé na família será o tema central do grande encontro mundial que deve reunir 1,5 milhões de pessoas. O próprio Bento XVI é uma presença confirmada no V EMF, nos dias 8 e 9 de Julho.
O Encontro Mundial das Famílias foi uma criação de João Paulo II, em 1994, que se repete de três em três anos, juntando milhões de famílias dos cinco continentes. O programa do Encontro está disponível em www.emf2006.org, página em que também se dão indicações sobre a forma de participar nos actos previstos.
De 1 a 7 de Julho têm lugar na Feira de Valência a chamada “Feira Internacional das Famílias” e, de 4 a 7 de Julho, o Congresso Internacional teológico-pastoral sobre a família.
Já com a presença do Papa, a 8 e 9 de Julho, têm lugar os actos conclusivos do Encontro: um momento de festa e testemunho das famílias, no sábado, e a Eucaristia final, no Domingo. A delegação portuguesa a este Encontro será presidida por D. António Carrilho, D. Amândio Tomás e D. Antonino Dias, da Comissão Episcopal do Laicado e Família.
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Fonte: Ecclesia