quarta-feira, 10 de maio de 2006

Um artigo de António Rego

A desesperança
de vida Vale ou não a pena o prolongamento da vida? Até quando? Para quê? Colocados inquestionavelmente os termos éticos - a vida humana é intocável desde o primeiro instante até ao último alento - pergunta-se por esse grande intervalo que é todo o tempo em que assumimos a existência desde o crescimento até ao declínio. É aí que se joga conscientemente a nossa breve felicidade. O respeito pela vida nesse tempo essencial ilumina toda a defesa da vida como um todo de alta dignidade que constitui cada segundo da existência humana. Mas as contas da segurança social (não só por cá) começam a deixar supor que viver muito custa caro, os idosos são um peso para os jovens, a chamada esperança de vida é um desespero para os contabilistas que não sabem como esticar os descontos de alguns anos de trabalho em favor de "muitos" anos de velhice, inactividade, despesa pública e, como se presume de alguns discursos, de desperdício de vida. Nesse caso, e usando legitimamente uma fracção de ironia, os hospitais poderiam colaborar, juntamente com as ambulâncias, as farmácias, os médicos, desmobilizando-se dos fatigantes esforços de prolongar a vida a quem já deveria produzir rendimentos públicos com a sua inofensiva ausência. Ainda por cima - e para fechar este capítulo de pressupostos indecorosos - com gente que, além de quase apenas vegetar, sente que já não faz nada nem nada de interessante tem a fazer cá por baixo. Importa aqui fazer breve viagem por outro circuito: o controlo da natalidade é um dado adquirido e inteligente do desenvolvimento. Toda a gente sabe que nenhum homem ou mulher deve ter o número de filhos que fisicamente é capaz de gerar. Mas o que parece óbvio é que à antiga ausência de contas demográficas sucedeu um cálculo estreito e acomodado a razões pragmáticas. Como referiu o Público, as "famílias de filho único representam um terço do total a nível nacional". O que gera, como se sente, uma sociedade de velhos pela simples razão de definir os filhos como um peso primário e como um deficit insustentável para o orçamento familiar. Aqui começa outra história: a lógica desta atitude infere-se de diversos recantos: cultura, economia, concepção de vida, amor, entrega gratuita, partilha radical do ser e do ter. Quanto a velhice, senectude, terceira idade, ou a eufemística expressão de idoso, presbítero, ancião, vetusto, provecto - tudo não passa duma sobrecarga de desafectos que tem origem na concepção da vida como um peso. Mesmo quando o não soube dizer bem - o cristianismo sempre celebrou a vida humana numa dimensão única, original e profética, sem margem para ambiguidades.

ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS

Encontro Mundial
das Famílias
abre os braços
a portadores
de deficiência
Associações de pessoas com deficiências físicas e psíquicas de todo o mundo estão a mobilizar-se para participar no V Encontro Mundial da Família (EMF), que a cidade espanhola de Valência acolhe de 1 a 9 de Julho. Segundo a agência AVAN, a organização irá colocar ao dispor das pessoas com deficiência “os voluntários necessários” para o que for necessário.
Desde países como o Panamá, República do Congo ou Suíça irão chegar membros da Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência (FRATER), a que se juntarão os que fazem parte do movimento cristão “Fé e Luz”, presente em 80 países, incluindo Portugal.
A transmissão da fé na família será o tema central do grande encontro mundial que deve reunir 1,5 milhões de pessoas. O próprio Bento XVI é uma presença confirmada no V EMF, nos dias 8 e 9 de Julho.
O Encontro Mundial das Famílias foi uma criação de João Paulo II, em 1994, que se repete de três em três anos, juntando milhões de famílias dos cinco continentes. O programa do Encontro está disponível em www.emf2006.org, página em que também se dão indicações sobre a forma de participar nos actos previstos.
De 1 a 7 de Julho têm lugar na Feira de Valência a chamada “Feira Internacional das Famílias” e, de 4 a 7 de Julho, o Congresso Internacional teológico-pastoral sobre a família.
Já com a presença do Papa, a 8 e 9 de Julho, têm lugar os actos conclusivos do Encontro: um momento de festa e testemunho das famílias, no sábado, e a Eucaristia final, no Domingo. A delegação portuguesa a este Encontro será presidida por D. António Carrilho, D. Amândio Tomás e D. Antonino Dias, da Comissão Episcopal do Laicado e Família.
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Fonte: Ecclesia

terça-feira, 9 de maio de 2006

Banco Alimentar Contra a Fome

Recolha
de alimentos
foi mais um êxito Apesar da crise que o País atravessa e das dificuldades que muitos portugueses estão a viver, a recolha de alimentos levada a cabo pelo Banco Alimentar Contra a Fome, no último fim-de-semana, foi mais um êxito, ultrapassando os resultados do ano passado. Na campanha de Maio de 2005, a recolha totalizou 92 toneladas de alimentos, nos vários concelhos do distrito aveirense. Este ano, os valores ultrapassaram as 94 toneladas. Isto significa que a generosidade dos portugueses continua em alta. Nunca será de mais enaltecer o trabalho do Banco Alimentar Contra a Fome e de quantos, voluntariamente, o servem em todas as actividades, tanto na recolha como no armazenamento dos produtos alimentícios. Depois, os mesmos voluntários, ou outros, lá continuam, no dia-a-dia, a mostrar que sabem estar disponíveis para servir, sem esperar qualquer recompensa. Sabemos que os alimentos recolhidos se destinam a compatriotas nossos que vivem com sérias dificuldades. Desempregados, profissionais com salários baixos e, quantas vezes, em atraso, famílias numerosas e sem recursos, pobres, em suma, a quem falta o essencial para uma vida digna, estão à espera das ajudas do Banco Alimentar. Apesar de todos os discursos carregados de promessas, ainda há, em Portugal, um milhão de compatriotas nossos a passar fome. Quer queiramos quer não, a sociedade tem de olhar para eles, sendo urgente não esperar que o Estado faça tudo. O Estado é uma entidade abstracta, sem alma. Por isso, o povo tem de olhar para o lado para descobrir quem vive na miséria, não raramente de forma envergonhada. A partir daí, há que diligenciar para que a esses seja dado o necessário para viver com o mínimo de dignidade. O Banco Alimentar, como sempre, dará a sua ajuda, através das instituições de solidariedade social. Mas nem sempre estas conseguem ter acesso a quem mais passa fome. As populações têm aí um serviço a prestar, indicando os que, a seu lado, estão a precisar de ajuda. F.M.

A caminho de Fátima

Peregrinos a caminho de Fátima
(Foto do Santuário)
Milhares de peregrinos
rumam ao Altar do Mundo
Tenho muito respeito por quantos, com imensos sacrifícios, caminham em direcção a Fátima, para participarem em mais um 13 de Maio. Respeito pela fé que demonstram, sem complexos e sem medo de críticas; respeito pela coragem com que enfrentam as dificuldades próprias de longas caminhadas; respeito pela determinação que põem numa decisão decerto assumida em momentos de dor. Confesso que nunca admiti fazer, até hoje, qualquer promessa que me levasse a seguir o exemplo de muitos milhares de portugueses que, ano após ano, mês após mês, repetem estes sacrifícios de peregrinarem até ao Altar do Mundo, para ali dialogarem, em espírito de humildade e de fé, com a Senhora mais brilhante que o Sol, a quem recorreram em situações difíceis. Porém, nem por isso deixo de os acompanhar com toda a minha solidariedade cristã, na esperança de que no altar da Serra d’Aire recebam os dons do acolhimento espiritual, da paz interior e do fervor apostólico. Quando nas estradas me cruzo com tantos desses peregrinos, uns apressados e alegres e outros mais lentos e carregados de dores, bem visíveis, não posso deixar de os admirar, porque nos dão testemunhos tão eloquentes de amor a Nossa Senhora. Com certeza, durante a peregrinação, os peregrinos cantam e rezam, ajudam-se uns aos outros, usufruem de paisagens que jamais esquecerão, conhecem outras gentes, recebem o acolhimento de muitos que não ficam indiferentes aos seus sofrimentos, falam para a comunicação social sem receio de testemunharem a sua fé, riem e conversam uns com outros, partilham alegrias, tristezas, inquietações e conquistas. Assumem, no fundo, que são uma família especial, assente no amor à Mãe de Deus, que é também nossa Mãe, que nos conduz a Seu filho Jesus. E só a Ele, pois só Ele é o nosso Salvador. F.M.
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Conselhos
para peregrinar
com segurança até Fátima
Peregrino:
Faça-se “Cireneu” dos companheiros de viagem;
Complete as maravilhas do Senhor;
Ofereça a Deus todos os seus passos;
Ore com o seu coração;
Lembre-se da recomendação de Nossa Senhora;
Antes da peregrinação fale com o seu pároco e siga os seus conselhos;
Nas suas promessas tenha sempre em conta que Deus não quer mais do que cada um pode;
Se achar mais seguro, consulte o seu médico.
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Para ler mais, clique aqui
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Fonte: Ecclesia

Colaboração dos leitores

"As últimas edições
do Anticristo"
Publicou o "Diário de Notícias", edição do dia 8, do corrente mês, um artigo de opinião, da autoria do Professor João César das Neves, com o título "As últimas edições do Anticristo", no qual são abordadas algumas questões relativas ao livro (agora, também, filme) "O Código daVinci" e à recente publicação, por parte da «Maecenas Foundation for Ancient Art» e da revista «National Geografic», do evangelho apócrifo de Judas.
Apesar das intervenções, esclarecimentos e tomadas de posição que as autoridades eclesiais, designadamente o Vaticano, têm tomado sobre as referidas obras, nunca são demais todos os contributos que ajudem os cristãos a terem uma fé mais sólida e esclarecida. Creio mesmo que, se algum mérito existe com a publicação, em 2003, do "Código Da Vinci" e, em Abril docorrente ano, do conteúdo do evangelho apócrifo de Judas, é o de permitir que nós, cristãos e católicos em geral, possamos falar e esclarecermo-nos sobre todo um conjunto de assuntos que, de outro modo, seria pouco provável virmos a falar.Trata-se, pois, de um desafio, direi mesmo permanente, ao qual a Igreja, sempre que oportuno e necessário, deve continuar a dar respostas, serenas e vigorosas, que reponham o rigor e denunciem os erros e distorções, não só destas obras, mas, igualmente, daqueles que não olham a meios para manipular a verdade e utilizam a calúnia para atingir os seus fins, já que, para estes, quanto mais confusão melhor!
Como dizia, há algum tempo, a um amigo meu, cristão comprometido activamente na sua Paróquia: "grandes e poderosos são os interesses que se movem, à escala mundial, à volta destas temáticas, pretensamente de grande seriedade histórica e científica, mas que, em última análise, pretendem dar da Igreja a imagem de uma instituição fechada, obscura, recheada dos mais mirabolantes mistérios e fantasias, onde tudo, ou quase tudo, tem sido escondido aos seus membros, desde a sua origem até aos dias de hoje. Perante isto - continuei-, não podemos ignorar que estamos na presença de campanhas bem articuladas entre si e com um profundo cunho anticristão e anticatólico. Nada é por acaso!"
Já vou longo, naquilo que mais não é do que o partilhar uma informação, a que o meu Amigo dará o seguimento que melhor entender.
Vítor Amorim
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Nota: artigo de João César das Neves

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Portugal não é o campeão dos divórcios

Portugal continua a ser dos países com menor taxa de divórcio
A socióloga Anália Torres, investigadora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, esclareceu hoje que, apesar de o número de divórcios em Portugal ter aumentado, é "completamente falso" que o país seja o "campeão dos divórcios". "O que aumentou foi o número de divórcios, que eram poucos em relação aos outros países", sublinhou a investigadora."
É verdade que o crescimento foi grande, mas o número de que partimos era muito baixo", afirmou Anália Torres.
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Virgem de Fátima no Vaticano

Imagem da Virgem de Fátima no Vaticano para o 13 de Maio
Uma das réplicas da primeira Imagem Peregrina da Virgem de Fátima estará no Vaticano, no próximo 13 Maio, no dia em que se celebram 25 anos sobre o atentado sofrido por João Paulo II na Praça de São Pedro.
A estátua será inicialmente recebida às 14.30 horas (hora local, menos uma em Lisboa) no Castelo de S. Ângelo, donde partirá a procissão em direcção à Praça de São Pedro, guiada pelo Cardeal Ivan Dias, Arcebispo de Mumbai (antiga Bombaim), Índia.
Às 17 horas, o Cardeal Camillo Ruini, vigário do Papa, celebrará uma Missa na Basílica de São Pedro. Após o final da celebração, uma grande festa será iniciada na Praça de São Pedro, em honra de João Paulo II, com um concerto e fogo-de-artifício.
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Fonte: Ecclesia

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