quarta-feira, 3 de maio de 2006

Citação

CONTROLAR A ANSIEDADE
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"Quando receamos algum mal, o próprio facto de o recearmos atormenta-nos enquanto o aguardamos: teme-se vir a sofrer alguma coisa e sofre-se com o medo que se sente! Tal como nas doenças físicas há certos sintomas que pressagiam a moléstia - incapacidade de movimento, lassidão completa mesmo quando se não faz nenhum esforço, sonolência, calafrios por todo o corpo -, também um espírito débil se sente abalado, mesmo antes de qualquer mal se abater sobre ele: como que adivinha o mal futuro, e deixa-se vencer antes do tempo. Há coisa mais insensata do que nos angustiarmos com o futuro em vez de deixarmos chegar a hora da aflição, e atrairmos sobre nós todo um cúmulo de tormentos? Quando não é possível livrarmo-nos por completo da angústia, pelo menos adiemo-la tanto quanto pudermos. Queres ver como é verdade que ninguém deve atormentar-se com o futuro? Imagina um homem a quem tenha sido dito que depois dos cinquenta anos será submetido a graves suplícios: ele permanece imperturbável enquanto não passa a metade desse espaço de tempo, altura em que começa a aproximar-se da angústia prometida para a segunda metade da sua vida. Por um processo semelhante sucede também que certos espíritos doentes sempre em busca de motivos para sofrer se deixam tomar de tristeza por factos já remotos e esquecidos. A verdade é que nem o passado nem o futuro estão presentes, pelo que não podemos sentir qualquer deles. Ora a dor somente pode resultar de algo que se sente!"
Séneca,
in 'Cartas a Lucílio'
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Fonte: "Citador"

Um artigo de Pedro Rolo Duarte, no DN

Dois países num só
O primeiro-ministro chamou "demagogo" a Francisco Louçã por este ter misturado, deliberadamente, num debate sobre a Segurança Social, a viagem governamental a Angola e o peso dos empresários envolvidos na comitiva com a sustentabilidade do sistema de pensões. Eu ouvi o debate e concordo com José Sócrates: a circunstância de os bancos serem lucrativos e eficazes na forma como rentabilizam os seus activos não pode ser crucificada, como se fosse um crime cuja pena é traduzida em taxas e impostos para cobrir as deficiências do sector público... Por pouco Louçã não defendia que é melhor não ser profissional em Portugal, sob pena de se ser tributado pela competência.
Mas, por outro lado, podem perceber-se as palavras de certa esquerda, que não são muito diferentes das palavras que se ouvem na rua, quando há qualquer coisa de absurdo, de chocante mesmo, nas páginas dos jornais e suplementos de economia, e se revelam choques frontais entre realidades dentro do mesmo país. Um exemplo apenas: na mesma semana em que o Banco Mundial, no seu World Development Report, afirma que Portugal é o país da Europa onde se regista a pobreza mais extrema, sabe-se que os lucros dos três maiores bancos privados nacionais (BCP, BES e BPI) chegam, apenas no primeiro trimestre de 2006, aos 377,8 milhões de euros.
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Um poema de Teixeira de Pascoaes

A voz do poeta Ó noite escura Da Criação, O teu sentido oculto, em mim, murmura, É a minha inspiração. Mar ergo a minha voz para cantar, E meu canto indeciso desfalece, É marulho de fonte, vai secar. Quisera aquela voz que se enfurece, E acorda o vento, E as ondas alevanta, E as árvores espanta, E, súbito, é ternura, íntima prece… Quisera arder em louco sentimento, Para aquecer os nus e os desgraçados. Ser um luar de vago encantamento e alumiar os transviados. In Versos Pobres

terça-feira, 2 de maio de 2006

Banco Alimentar Contra a Fome: Nova recolha

Um prato
na mesa
de quem
mais precisa
Banco Alimentar
em nova campanha
de recolha de alimentos
no próximo fim-de-semana
O Banco Alimentar Contra a Fome volta a recolher alimentos no fim-de-semana de 6 e 7 de Maio em 573 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Aveiro, Abrantes, S. Miguel, Setúbal, Cova da Beira e Leiria-Fátima e, pela primeira vez, nas Caldas da Rainha⁄Óbidos. A campanha deste fim-de-semana constituirá também a oportunidade para testar uma nova modalidade de recolha, mais flexível e adaptável a estabelecimentos de menor dimensão, designada "Ajuda-Vale". "Ao longo de todo o ano o Banco Alimentar ajuda a pôr um prato na mesa de quem mais precisa. Dias 6 e 7 de Maio, ajude você também", é o apelo constante nas mensagens promocionais desta nova campanha. Procurando fazer mais e melhor e assim chegar cada vez mais próximo de todos aqueles confrontados com carências alimentares, o Banco Alimentar Contra a Fome testa com esta campanha uma nova modalidade de recolha. A Campanha-Vale permitirá a recolha de alimentos em lojas de pequena dimensão, através de uma abordagem em que continua deixada ao cidadão a escolha dos produtos que pretende destinar ao Banco Alimentar Contra a Fome, embora a restante logística seja assegurada pelo próprio estabelecimento. Este sistema é especialmente adequado às pequenas superfícies, em que é impraticável a reunião das condições necessárias para a presença de voluntários, recolha pública, etc.
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Santa Sé divulga números do catolicismo no mundo

Mais baptizados
e menos padres
nos últimos
26 anos
A Santa Sé divulgou este fim-de-semana os últimos números do catolicismo no mundo, que revelam um aumento significativo de baptizados entre 1978 e 2004, ao mesmo tempo que diminuía o número de padres.No último quarto de século, o número de católicos aumentou 45%, passando de 757 milhões para 1,098 mil milhões (mais 341 milhões).
Uma análise cuidada dos números confirma a crescente importância da África para a Igreja, continente em que o número de católicos baptizados quase triplicou, passando de 54,7 milhões para 149 milhões.
O “Annuarium Statistitucm Ecclesiae” (Anuário estatístico da Igreja) de 2004, preparado pelo departamento central de estatística da Igreja, foi apresentado no momento em que a Igreja celebra a Semana de oração pelas vocações (ver Dossier AE).
Os últimos dados disponíveis mostram que o número de padres em todo o mundo caiu 3,5% em 26 anos, destacando que o resultado foi influenciado por uma forte queda na Europa, apesar do aumento verificado na África.
O número global de padres, que chegava a 420.971 em 1978, caiu para 405.891 há dois anos atrás. O Vaticano considerou como “globalmente decepcionante" a situação. Na Europa, o número de padres apresentou uma quebra de 20% no referido período, de 250.498 para 199.978. Na África, por outro lado, o número de padres passou de 16.926 para 31.259, um aumento de 84,6%. Na Ásia, o aumento foi de 74%, de 27.700 para 48.222. O continente americano apresenta uma variação quase insignificante, com o número de padres a subir 1% - de 120.271 para 121.634.
O Anuário estatístico da Igreja, em comparação com o Anuário Pontifício (que privilegia nomes e biografias), procura oferecer um quadro dos principais aspectos que caracterizam a actividade pastoral da Igreja Católica.
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Fonte: Ecclesia

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Dia do trabalhador – 1 de Maio

Depois da tempestade
vem a bonança
Hoje passei, ao fim da tarde, pelo lugar da Senhora dos Campos, local da concentração anual de muitas centenas de trabalhadores. Ali se reúnem, há anos, para celebrar o Dia do Trabalhador, num ambiente de festa popular, bem ao jeito do nosso povo. Apesar da crise económica que se sente, sem que o Governo de José Sócrates consiga dar-lhe a volta, é bom que os trabalhadores continuem a viver o seu Dia de forma festiva, como anestésico para os sofrimentos que muitos enfrentam, mas também como sinal de que depois da tempestade vem a bonança. Todos sabemos que no País há trabalhadores sem conta que estão no desemprego e com salários em atraso, mantendo-se bastantes em situação laboral precária. A instabilidade profissional é uma constante nos nossos dias, o que leva a dramas terríveis no seio das famílias. Ninguém ignora este estado de coisas, mas nem por isso alimentamos a solidariedade social no dia-a-dia. Olhando pouco à nossa volta, ficamo-nos, a grande maioria das vezes, com os nossos pequenos problemas e ignoramos os dramas de tantos compatriotas nossos. No meio do barulho tão próprio das festas populares dei comigo a pensar que é urgente unir esforços na luta por melhores condições de vida dos trabalhadores portugueses. Cada um a seu modo devia comprometer-se a agir, no sentido de pressionar as forças políticas a criarem incentivos, para que novas empresas consigam dar trabalho a tantos portugueses que esperam ansiosamente por um salário digno e certo. Importante será, ainda, que os nossos empresários sejam criativos e corajosos, porque das suas capacidades depende grandemente o sucesso no esforço de debelar a crise económica e social que tantos de nós afecta. Hoje ouvi alguém dizer que os empregos estão a tornar-se num luxo raro. É uma sorte ter-se garantia de trabalho com remuneração justa e regular. Há centenas de milhares de desempregados, mas também é verdade que nem por isso devemos cair no desânimo e cruzar os braços. Melhores dias virão, se todos nos convencermos de que o futuro nos pertence. A festa do 1º de Maio, que muitíssimos celebraram, prova que, no íntimo, não faltará confiança nos empregadores ou futuros empregadores e esperança em dias melhores. Fernando Martins

Aveiro por estes dias

Aveiro, com seus recantos e encantos (Para ver melhor, clique na foto)