A voz do poeta
Ó noite escura
Da Criação,
O teu sentido oculto, em mim, murmura,
É a minha inspiração.
Mar ergo a minha voz para cantar,
E meu canto indeciso desfalece,
É marulho de fonte, vai secar.
Quisera aquela voz que se enfurece,
E acorda o vento,
E as ondas alevanta,
E as árvores espanta,
E, súbito, é ternura, íntima prece…
Quisera arder em louco sentimento,
Para aquecer os nus e os desgraçados.
Ser um luar de vago encantamento
e alumiar os transviados.
In Versos Pobres
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