quinta-feira, 30 de março de 2006

Internet é já solução para muitas coisas

Mais de um milhão de declarações do IRS foram entregues pela Internet
Mais de um milhão de de-clarações de IRS foram entregues pela Internet até ao dia 27, anunciou o Ministério das Finanças, que realça o crescimento superior a 30 por cento em relação ao ano passado. E como o prazo para a entrega de modelo 3 do IRS referente aos trabalhadores por conta de outrem e pensionistas foi prolongado até dia 4, o Ministério admite que a adesão à via electrónica para entrega das declarações ainda pode ser maior. Entretanto, cerca de 100 mil declarações, ou seja, 10 por cento, foram alvo do sistema de alerta para detectar erros no preenchimento, o que permitiu aos contribuintes fazer a correcção dos dados na hora.

“Jesuítasnet – Jornal on-line”

Saiu, há dias, um jornal on-line, da Província de Portugal da Sociedade de Jesus. Tem como director Luís Rocha e Melo SJ e como redactor principal João Caniço SJ, padre natural da diocese de Aveiro. Sendo certo que o “Jesuítasnet – Jornal on-line” não vem substituir o “Boletim Jesuítas – Informação aos amigos", fica garantido que se trata de uma mais-valia para se conhecer melhor a acção da Sociedade de Jesus em Portugal e um pouco de todo o mundo. Diz o director na Apresentação que “é maneira acrescida de informação e comunicação rápida entre jesuítas e seus amigos” e que os próximos números serão mais breves. Também sublinha que esta publicação on-line sairá “sempre que houver notícias a comunicar”. O novo jornal on-line pode ser visto em www.jesuitas.pt/jesnet Os interessados em recebê-lo têm de o comunicar via e.mail.

As minhas escolhas

No Correio do Vouga Entrevista a Rachid Ismael, director do Colégio Islâmico de Palmela
"A indignação é um direito
mas não justifica a violência"
A religião islâmica está no centro das atenções por vários motivos, nem sempre os melhores. Porque não há paz no mundo sem paz entre as religiões e, para isso, o primeiro passo é o conhecimento mútuo, o Correio do Vouga entrevistou Rachid Ismael. O imã muçulmano e líder da comunidade islâmica de Palmela esteve em Sever do Vouga, onde participou num debate na Escola Secundária, no âmbito das aulas de EMRC.
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Rachid Ismael é director do Colégio Islâmico de Palmela, escola onde se ensina o currículo normal do 1º ao 3º ciclo. Paralelamente, os alunos têm aulas de religião muçulmana duas horas por dia. Entre os alunos há dez que não são muçulmanos.
Desses dez, cinco frequentam as aulas de religião muçulmana.Na margem Sul do Tejo, zona de influência da Mesquita de Palmela, há cerca de 10 mil muçulmanos.
Em Portugal, no total, há 40 mil seguidores do profeta Maomé.
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(Para ler a entrevista, clique Correio do Vouga)
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Foto de um "site" brasileiro

Na antiga Capitania, no dia 1 de Abril

“O sentido da vida:
Que horizontes?”
em exposição No próximo sábado, 1 de Abril, pelas 17 horas, na sede da Assembleia Municipal de Aveiro (antiga Capitania), vai ser inaugurada uma exposição de Artes Plásticas, tendo por tema “O sentido da vida: Que horizontes?”. A iniciativa é da Comissão Diocesana da Cultura, em parceria com a Câmara Municipal de Aveiro e com a associação AveiroArte. A exposição reúne um conjunto de obras de vários artistas convidados e ficará patente ao público até 23 de Abril, podendo ser visitada entre as 14 e as 19 horas. Na sessão de abertura, o padre António Rego, jornalista e docente da Universidade Católica Portuguesa, abordará o tema que foi proposto aos artistas. No dia 20 do mesmo mês, pelas 21.30 horas e no mesmo local, D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa, fará uma conferência sobre “O sentido da vida à luz da arte cristã”. Depois da cerimónia de abertura, os artistas Gaspar Albino e Claudette Albino orientarão uma visita guiada, apresentando, um a um, todos os trabalhos expostos. Uma litografia alusiva ao motivo da exposição, da autoria de Gaspar Albino, numerada e de edição limitada, será posta à venda no dia da inauguração da colectiva de Artes Plásticas. Dada a importância desta mostra, convidam-se todos os amantes da arte e da cultura a estarem presentes na inauguração e a assistir às conferências programadas.

CUFC: Pessoa com deficiência em debate

Director da CERCIAV
no Fórum::UniverSal
No próximo dia 5 de Abril, pelas 21 horas, no CUFC (Junto à Universidade de Aveiro), o director da CERCIAV, Fernando Vieira, vai animar um debate do Fórum::UniverSal, espaço de reflexão aberto à comunidade universitária e aos demais interessados.
Fernando Vieira, que desde há 30 anos apoia pessoas com deficiência, estará no CUFC para conversar sobre “A pessoa com deficiência... uma realidade escondida?”
O encontro será moderado por Miguel Oliveira.

Um artigo de D. António Marcelino

FACILITAR
O DIVÓRCIO?
AINDA MAIS? Ninguém pode negar aos grupos políticos, com assento parlamentar, o direito de proporem o que quiserem para que seja lei. Mas, também, nenhum grupo político pode negar ao simples cidadão ou a grupos atentos, o direito de se pronunciarem sobre as propostas apresentadas, sejam elas acordadas com troca de favores, ou anunciadas nos jornais com intento de criar ambiente propício à sua aceitação pela opinião pública. Em muitos casos, pensa-se e propõe-se à revelia da ética, do bem comum, do serviço claro à sociedade no seu conjunto e faz-se tábua rasa do respeito devido às pessoas, aos direitos humanos fundamentais, às instituições estruturantes da comunidade nacional, ao conhecimento da realidade, à destruição provocada por leis que se apoiaram em maiorias interessadas, desprezando o interesse e os direitos dos cidadãos em geral. O BE anunciou antes e apresentou depois, uma proposta de lei para facilitar ou “agilizar” o divórcio. Segundo o proponente “o único motivo que deve bastar para o divórcio é a vontade expressa de um dos cônjuges”. Acrescenta, ainda, que se trata da “mais importante proposta de modernização do direito da família”. Faz pensar. As leis divorcistas portuguesas são as mais facilitadoras da Europa, feitas, por certo, por muita gente divorciada ou a caminho, ávida por captar simpatias e votos em franjas sociais, sobretudo de jovens, com intuito de agradar e alcançar esse objectivo. Ora, a razão de ser das leis não é satisfazer interesses partidários, mas o bem comum dos cidadãos. O apoio claro e permanente aos casais, livremente comprometidos num projecto comum e dispostos ao esforço normal para o levar a bom termo, sempre e muito especialmente quando há filhos, é cada vez mais desconsiderado por quem faz as leis e esquece o dever constitucional de defender a família. Hoje “agiliza-se” e propicia-se, de modo inconcebível, o que fragiliza a relação conjugal e os deveres dos cônjuges e dos pais. De comum acordo, já entre nós se faz um casamento no sábado e se pede o divórcio na segunda-feira. Por isso mesmo e por razões secundárias, depois de uma lua de mel tumultuosa alguns novos cônjuges já não regressam juntos à casa que sonharam e construíram. Para que preparar a sério o casamento ou superar no mesmo as dificuldades normais, quando se pode, legalmente e de imediato, “passar a outra”, sem incómodo de maior? As leis actuais, cumpridos prazos, são favoráveis à irresponsabilidade de correr atrás do que agrada mais. Ao mesmo tempo, penalizam, injustamente, os que lutam, perdoam e esperam. Assim se multiplica o número de vítimas inocentes, a favor de quem não está para assumir culpas, fazer esforços e ser fiel a compromissos. Para trás ficam muitas pessoas destruídas, sonhos e projectos desfeitos. O divórcio deixa, em gente séria, feridas dolorosas e, muitas vezes, também, crianças inseguras e envolvidas em ódios inconcebíveis ou em carinhos descontrolados dos pais que os geraram. Vidas a prazo, filhos a prazo. É isto o que quer “agilizar, ainda mais, o BE? O legislador não pode olhar apenas o metro quadrado da sua ideologia ou do seu interesse. Tem de ver o país concreto, onde a família é o grande valor, e considerar a realidade sem preconceitos. Nunca aqueles que interferem na feitura das leis podem desconhecer o país e os seus valores culturais, nem fechar os olhos ao que se passa ou ter apenas dos problemas uma visão unidimensional. A afirmação que muitos jornalistas acriticamente veiculam e a que o poder político dá guarida, de que são “os sectores mais conservadores e da Igreja Católica” que estão a travar o progresso, é a expressão do atraso cultural, da negação da vida democrática, do desprezo pelo bem comum, da premeditada alteração da hierarquia dos valores em que assenta a dignidade, a segurança e o futuro de um povo. O divórcio é uma epidemia corrosiva que destrói o tecido social, porque a família é a sua força mais consistente. Se em algum caso é a solução possível de problemas graves e direitos espezinhados, chegou-se, entre nós, ao limite de fazer, legalmente, do casamento, uma brincadeira social. O legislador sério não pode deixar de ter consciência de tudo isto. Se for capaz de o compreender e fazer.
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Foto de um "site" brasileiro

quarta-feira, 29 de março de 2006

Um artigo de Pedro Rolo Duarte, no DN

Se fosse nos EUA, era igual 

Vou poupar pormenores e sentimentos profundos, íntimos e pessoais, nos dois mil e poucos caracteres desta coluna, e tentar ser objectivo e claro: na semana passada, perdi o meu irmão António na sequência de uma operação que começou por ser "delicada mas comum" e rapidamente se transformou numa tragédia sem fim. Tanto quanto percebi das palavras sempre rigorosas do professor Diniz da Gama, o tabaco esteve presente na origem da doença que obrigou à operação - e depois também no falhanço da própria operação. Julgo não exagerar se disser que o tabaco matou, aos 51 anos, o meu irmão.
O meu irmão António era um fumador inveterado. Como o meu pai. Como eu. No meio daqueles dias devastadores, ouvi alguém dizer perto de mim: "Se fosse nos Estados Unidos, a família ficava rica. Processava a Tabaqueira e ganhava de caras." A frase ficou a ecoar na minha cabeça até à noite em que estou a escrever. "Se fosse nos Estados Unidos..." Se fosse, era tudo diferente? 
Provavelmente, não. Advogados e dinheiro, tempo e dinheiro, lentidão e dinheiro. Esperar a exasperar. Não confiar. Perder a força e a vontade. Não acreditar. Desistir. Penso nesse quadro e desisto antes mesmo de me perguntar sobre a eventual imagem do Dom Quixote a lutar contra moinhos de vento. 
Prefiro lutar comigo próprio e deixar de fumar. Há 35 anos, quando o meu irmão António começou a fumar, ou há 25 anos, quando eu comecei, ninguém dizia que o tabaco matava. Dizia-se que era "coisa para adulto" (como beber café ou sair à noite). O meu irmão António, como eu, foi "apanhado" na teia de um vício que, no que à dependência diz respeito, em nada difere da mais dura das drogas. E ficou refém do seu vício até ao último minuto. Quem não fuma, nunca entenderá este drama. 
Ser nos Estados Unidos ou em Portugal é absolutamente indiferente: o meu irmão António, cá ou lá, não está mais por perto a contar piadas e a inventar histórias divertidas. Cá ou lá, nas Tabaqueiras todos continuam a trabalhar tranquilamente. Impunemente. O Estado, cá ou lá, cobra para se sentir aliviado do fardo. 
E cá ou lá, há uma pergunta que há 25 ou 35 anos não fazia sentido, mas hoje faz: quem pode não começar a fumar, num tempo em que toda a informação é taxativa sobre a matéria, porque o fará?