Os portugueses são os cidadãos com o moral "mais em baixo" de doze países europeus, revelando-se também os mais inquietos quanto ao futuro, apesar de terem poucas intenções em poupar, revela um estudo europeu. Os dados foram revelados no barómetro europeu 2005/2006 do Observador Cetelem, uma entidade privada, com base em entrevistas a oito mil europeus de 12 países - Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Grã-Bretanha, Portugal, Polónia, Hungria, República Checa, Eslovénia e Rússia.
O moral dos portugueses - avaliado em 3,03 numa escala de dez - distancia-se da média europeia, que se manteve nos 4,68 em 2005 - com a Bélgica a mostrar-se a mais optimista (com 5,89), seguida da Espanha (com 5,64). "Os fogos intermináveis do Verão (em Portugal) acabaram por quebrar o moral de uma população que sofre de uma má situação económica", lê-se no estudo.
Segundo o Observador Cetelem, o moral nos países da Europa Ocidental tem sofrido uma quebra desde 2003 - com excepção da Alemanha -, enquanto nos países da Europa Central e Oriental tem registado um "progresso significativo", excepto a Polónia (3,67), que assinala os piores resultados a seguir a Portugal.
Quanto ao futuro em 2006, os portugueses são também os que se mostram mais inquietos (65 por cento dos cidadãos) e mais revoltados (17 por cento), sendo os europeus menos resignados com a situação actual (três por cento).
Os cidadãos dos 12 países europeus em análise sentem sobretudo inquietação (41 por cento) relativamente ao futuro próximo, enquanto 29 por cento manifestam-se optimistas e 11 por cento resignados.
Portugal é também o país onde existe menos intenção de poupar nos próximos 12 meses (três por cento da população), acompanhando a tendência dos países em análise, apenas contrariada pela Alemanha e pelo Reino Unido - países que registaram, respectivamente, a maior subida no moral e a menor inquietação quanto ao futuro próximo.
A taxa de utilização da rede Internet manteve-se em 47 por cento em Portugal - sendo apenas superior à da Hungria (33 por cento) -, enquanto a média dos 12 países europeus subiu três valores em 2005 para 54 por cento.
Os portugueses ocupam também os piores lugares quando se trata de consultar a Internet para se informarem antes de comprar bens, como viagens e lazer em geral ou produtos financeiros, embora se encontrem nos primeiros lugares na compra de carros novos através da rede.
Quanto ao sector alimentar, a maioria dos cidadãos europeus em análise raramente utilizou a Internet para se informar ou para comprar.
O Observador Cetelem é um organismo que realiza estudos anuais sobre consumo e distribuição desde 2000 e integra o Banco Cetelem, que opera no mercado português desde 1993 como especialista de crédito ao consumo.
Fonte: SOLIDARIEDADE