domingo, 30 de outubro de 2005

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Picasa Aveiro: Parque de lazer PARQUE DE LAZER Hoje vai ser um dia de chuva, nada favorável a um passeio. Não poderá, talvez, sair de casa, para a caminhada sempre benfazeja. Mas pode ficar com a sugestão de a fazer logo que a chuva deixe de cair.

sábado, 29 de outubro de 2005

Um artigo de José Pacheco Pereira, no PÚBLICO

TEMAS PRESIDENCIAIS ENTRE SOARES E CAVACO
Discursos presidenciais – São todos muito pobres porque são modelados pela enunciação de “propósitos”, “desígnios”, “ideias para Portugal”, tão vagos, genéricos e retóricos como os slogans de campanha. É preciso conhecer muito bem os candidatos e perceber as nuances, saber quais são os não-ditos, para entender a lógica das candidaturas. Hoje a retórica está tão estabelecida no discurso político, que é cada vez maior o seu efeito de ocultação. O que salva estas eleições do vazio discursivo, é que os candidatos principais são bem conhecidos do eleitorado, e por isso são mais facilmente “lidos” nas suas efectivas intenções.
“O que nos distingue? Estilo e conteúdo” - Disse Mário Soares e é verdade. Só que quer o estilo, quer o conteúdo, já lá estavam antes da campanha. Esta é tão dominada por convenções, que é preciso escavar mais fundo para perceber as diferenças. A pose e encenação valem hoje mais do que os discursos, fazem “falar” a coreografia dos actos de apresentação. São eles que temos que analisar para ir mais longe.
Encenações - Em nenhum momento da campanha houve uma pura encenação autónoma, e quer Soares, quer Cavaco, cada um já se constrói face ao outro: um tem apoiantes na sala, o outro só os mandatários, um entrega o cartão, o outro só entrega depois de ganhar as eleições, um aceita perguntas á cabeça, outro recusa-as, para depois as aceitar quando verifica que o adversário o faz, um intitula-se de “político profissional”, o outro recusa o epíteto, um afirma-se independente dos partidos, o outro nega a condição de “suprapartidário”. Há todo um diálogo coreográfico, como se ambos “falassem” por estes gestos quer entre si, quer connosco. E é aqui que estão efectivamente a falar.
Pose – Toda a pose é uma metáfora programática e de poder. Cada um coloca-se diante de um Portugal imaginário, feito de densidade significativa, escolhendo lugares, posturas, silêncios e falas. A solidão desejada de Cavaco, a sua pose ritualistica, a sua relação com os símbolos do poder, as bandeiras alinhadas, a perfeição do cenário, o controlo do espaço à sua volta, onde só entra a esposa, pretendem acentuar a ruptura do exercício do poder com os actos quotidianos, valorizar o sentido de estado da função presidencial.Soares, pelo contrário, chega normalmente a uma porta de hotel, conversa, acelera e recua, olha para trás, acompanha um jornalista com quem conversa, passeia mais do que anda. Soares é mais terra à terra, mais natural, menos convencional, domina melhor o espaço à sua volta, por isso sente menos necessidade de o organizar. Onde Cavaco está contido e tenso, Soares está à vontade, é mais corporal nos gestos, a qualquer momento espera-se que dê o braço a um amigo. Nesta diferença ambos são naturais, embora depois a encenação acentue artificialmente o que os separa.
Soares, a quem Cavaco irrita, tende a ainda mais acentuar a sua liberdade corporal, a dizer o que lhe apetece, a fazer o que lhe apetece. Cavaco não se pode dar a esse luxo, nem se sentiria bem nele.
Soares é um típico membro de uma elite, preparado por toda a sua vida a estar naturalmente próximo do poder, mesmo quando, antes do 25 de Abril, era perseguido. Cavaco forçou a sua entrada numa elite que não o reconhece como um dos deles, que o verá sempre, como Soares o faz, como um parvenu. Só que, quando Cavaco tem poder, tem mais poder e quando Soares o tem, tem menos.
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MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E REFUGIADO

Posted by Picasa Bento XVI denuncia tráfico de seres humanos e exploração feminina
Bento XVI denunciou hoje o tráfico de seres humanos e a exploração feminina, na sua primeira Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado. O Papa pede aos católicos que dediquem uma especial atenção às mulheres migrantes, as mais vulneráveis à exploração económica e ao tráfico humano.Apontando para a “recente tendência da feminização” do fenómeno migratório, com uma “crescente presença” das mulheres, a mensagem lamenta que elas acabem por estar presentes “sobretudo nos sectores que oferecem baixos salários”.
“Se todos os trabalhadores migrantes são particularmente vulneráveis, entre eles as mulheres são-no ainda mais.”, refere o Papa numa mensagem intitulada “Migrações, sinal dos tempos”, que marcará a celebração do 92º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, a 15 de Janeiro de 2006.
O texto sublinha que “a imigração assumiu uma forma, por assim dizer, estrutural, tornando-se uma característica importante do mercado de trabalho a nível mundial, consequência, entre outros, da profunda influência exercida pela globalização”.Bento XVI mostra-se profundamente preocupado pelo desenvolvimento do tráfico de seres humanos, sobretudo mulheres, “nos locais onde são escassas as oportunidades de melhorar as próprias condições de vida, ou simplesmente de sobreviver”.
O Papa critica duramente a exploração do trabalho feminino e a “indústria do sexo” que se aproveitam destas situações, reafirmando a condenação expressa por João Paulo II contra “a difundida cultura hedonista e comercial, que promove a exploração sistemática da sexualidade”. Aos católicos, é deixado o desafio de apresentarem “um programa de redenção e libertação” para estas mulheres. Contra a exploração da mão-de-obra feminina, Bento XVI pede aos cristãos que as empregam que “manifestem o seu compromisso em favor de um tratamento justo da mulher migrante, do respeito pela sua feminilidade e do reconhecimento dos seus direitos iguais”.
O Papa lembra, por outro lado, os dramas dos requerentes de asilo e os refugiados, pedindo à opinião pública que fixe o seu olhar não só “no problema constituído pela sua entrada”, mas também “nas razões que os levaram a fugir do seu país de origem”.“Esperança, coragem, amor e também ‘criatividade da caridade’ (Novo millennio ineunte, 50) devem impulsionar o necessário compromisso, humano e cristão, para socorrer estes irmãos e irmãs nos seus sofrimentos”, aponta.
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ABORTO: Sócrates optou pelo referendo

Aborto não será aprovado na Assembleia da República Afinal, e ao contrário do que há dias afirmou, Sócrates optou pelo referendo para alterar a legislação sobre o aborto, permitindo a despenalização das mulheres que façam a interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas. E isso só acontecerá na próxima legislatura, a partir de Setembro de 2006, como determinou o Tribunal Constitucional. Assim, a Assembleia da República já não vai decidir sobre a alteração à lei que legitimou o aborto, como reclamavam o PCP, os Verdes, o BE e algumas franjas mais esquerdistas do PS. O primeiro-ministro entende, então, que o que foi aprovado por referendo só por referendo deve ser alterado, como mandam as boas regras democráticas. De qualquer forma, uma lei que despenaliza o aborto é sempre, como sublinhou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, uma imoralidade. E mal vai um País que, como referiu, opta por lei imorais. F.M.

Mudança de hora

Relógios atrasam uma hora às 3 horas de domingo
Na madrugada deste domingo termina o horário de Verão, devendo os relógios ser atrasados uma hora (às 3 horas serão 2), em cumprimento da directiva comunitária, com data de 1981, que rege a denominada Mudança de Hora e que afecta todos os Estados-membros da UE.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Um poema de João Roiz de Castelo Branco

CANTIGA, PARTINDO-SE Senhora partem tam tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Tam tristes, tam saudosos, tam doentes da partida, tam cansados, tam chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tam tristes os tristes, tam fora d’esperar bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. NB: Poema do final do século XV, início do século XVI

Um artigo de Elsa Costa e Silva, no DN

20% dos licenciados fogem de Portugal
Um quinto dos portugueses com ensino superior não trabalha em Portugal. Este número, que consta de um relatório do Banco Mundial (BM) onde é analisado o fenómeno da fuga de cérebros, dá conta de que Portugal é o país europeu de média/grande dimensão mais afectado pela saída de licenciados e quadros técnicos. Na lista dos Estados com mais de cinco milhões de habitantes, Portugal é 21.º, com a maior percentagem de licenciados a residir fora das fronteiras. Mas esta é uma realidade com traços mundiais entre 1990 e 2000, o fluxo de imigrantes qualificados cresceu a um ritmo anual de 800 mil pessoas.
Por só considerar os países de maior dimensão, este ranking onde consta Portugal deixa de fora países pequenos do Leste europeu, alguns dos quais agora membros da União Europeia, onde a emigração de quadros é também elevada. Apenas Malta, um país de 400 mil habitantes, é contabilizado na lista que inclui a totalidade dos países e que é liderada pela Guiana. Na pequena ilha do Mediterrâneo, mais de metade da sua população licenciada reside no estrangeiro.
Na lista dos países maiores (com mais de cinco milhões de habitantes), elaborada a partir de dados relativos a 2000 e liderada pelo Haiti, surgem a seguir a Portugal mais dois países europeus a Eslováquia e o Reino Unido, ambos com 16,7% da sua população qualificada emigrada. Neste panorama, convém não esquecer que Portugal é um país com forte tradição de emigração. Por outro lado, o relatório do BM não distingue entre as pessoas que emigraram depois de se licenciarem daquelas que frequentaram o ensino superior no país de destino. Uma situação onde estarão muitos jovens nascidos em Portugal, que abandonaram o país ainda crianças, acompanhando os pais emigrantes.
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