sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Portugueses vivem uma cultura de medo

José Roquette, um dos pais do Código de Ética dos Empresário e Gestores, defendeu que "Ser Nação e ser povo tem de ser ganho todos os dias"
“A cultura de medo que Portugal vive precisa de temas mobilizadores. Ser nação e ser povo tem de ser ganho todos os dias. Não é uma realidade adquirida” – denunciou José Roquette, um dos pais do Código de Ética dos Empresários e Gestores assinado hoje, 20 de Outubro, em Lisboa.
Depois da sessão pública de assinatura deste documento, este empresário disse à Comunicação Social que quando o projecto arrancou (cerca de dois anos e meio) “acreditávamos que era uma ideia válida e era uma valor acrescentado, sobretudo, num país que tem dos empresários e da iniciativa privado uma imagem bastante má”. E acrescenta: “em Portugal, praticamente todas as elites (políticas, militares, empresariais) tem uma má imagem”.
A nossa história devia “empurrar-nos para transformações essenciais” mas a “cultura medo bloqueia as pessoas porque não se consegue perceber que tipo de projecto o país tem”. A classe política “tem responsabilidades” mas a sociedade civil tem que “conseguir uma mobilização. Necessitamos de linhas de rumo e estratégias correctas”. – sublinhou José Roquette.
Depois do parto deste Código de Ética, este responsável referiu que “foi uma surpresa agradável verificar que afinal o terreno estava mais bem preparado e receptivo do que à partida poderíamos imaginar”. Durante a elaboração deste Código de Ética da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) “tive ocasião de verificar que as pessoas se envolvem nestes temas e que estes têm importância para a vida delas”.
Em Portugal, a sociedade civil, por contraponto da classe política,” não se mobiliza ou sente que a responsabilidade por aquilo que possa acontecer em Portugal basicamente é endossada à classe política”. E acrescenta: “não deve ser assim. Verifico que quando as pessoas se mobilizam por boas causas e boas razões conseguem transformar muita coisa”. Se existir mobilização conseguem ser “fermentos de transformação”.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

NA SEMANA DA ARTE: 14 a 18 de Novembro

Posted by Picasa CUFC OFICINA DA ESCRITA No CUFC, junto ao Campus Universitário, vai desenvolver-se uma iniciativa – A OFICINA DA ESCRITA – aberta à comunidade universitária ou com idade mínima de 18 anos. A OFICINA DA ESCRITA, que está integrada na SEMANA DA ARTE, vai ser orientada por Rosa Maria Oliveira, Mestre em Estudos Portugueses e professora do Ensino Secundário. Recebeu o Prémio “Júlio Dinis” em 1988. Também foi coordenadora científica da obra Vasco Branco, Vida Literária (CMA 1999). Com uma dezena de livros publicados, salientando-se a última “O voo da enxada” (poesia) apresentada na Feira do Livro Aveiro 2005, tem algumas obras já traduzidas no estrangeiro. Para informações e inscrições, contactar o CUFC pelo Telefone 234 420 600 ou pelo Fax 234 481 466.

Um artigo de Alexandre Cruz

Compreender a pobreza e… 1. Reconhecer que existe pobreza numa sociedade é sempre motivo de inquietação. Não vem em conformidade com o ideal que todos sonham, não se enquadra num equilíbrio social que se proclama, interpela grandemente todas as formalidades. Mas, reconhecer que existem milhares e milhares de pessoas em situações de pobreza, fome, frio,… significa o verdadeiro encontro com uma realidade que tem de incomodar, estimular todos a uma conjugação de esforços superadores. Quem não se inquieta, por exemplo (entre tantos outros), ao pensar e observar que por trás das grandes cidades do Brasil das novelas a paisagem é revestida de famintas favelas, de insegurança criminosa, de ambiente social depressivo onde sobreviver será uma vitória. Todavia, esta realidade inquietante da pobreza, que interpela toda a evolução múltipla das sociedades, não acontece só lá longe. Lembramo-nos de já há longo tempo ter sido apresentado um relatório sobre a fome em Portugal, de se ter dito claramente que 100 mil pessoas passam fome todos os dias, e do incómodo que tal notícia provocou. Por vezes parece que o encontro com a crua realidade é inconveniente demais preferindo-se viver por “cima”, longe dos subúrbios das cidades onde reina a dor da marginalização. Claro que a verdade é que a fome atinge muito mais gente do que esse estudo apresentou e que por muito que custe reconhecer há pobreza nas freguesias, cidades, ruas de Portugal; claro que nos estudos das situações de pobreza há sempre uma fronteira difícil de penetrar, uma certa ‘vergonha’ (ou mecanismo de auto-defesa de dignidade pessoal) que impede o acesso com clareza à autêntica verdade. É natural. E, é claro, quando não se conhece não se pode criar pontes com quem vive o silêncio sofrido. Por isso, para mais e melhor conseguir “ensinar a pescar”, é essencial (re)conhecer, compreender, perceber as diversas causas que estão na raiz da pobreza entre nós. 2. Dia 17 de Outubro foi o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza (depois de no dia anterior termos lembrado o Dia Mundial da Alimentação). Um contraste gritante entre o que se estraga de comida e a fome já “ali” a matar! A OIKOS -Cooperação e Desenvolvimento (www.oikos.pt), ONGD de cidadãos solidários, criada em 1988, com Estatuto Consultivo no Conselho Económico e Social das Nações Unidas, apresentou Documento sobre a situação da Pobreza em Portugal. É mais um apelo de sensibilização e promoção de sinergias geradoras de mais equidade na sociedade portuguesa. Logo de início, uma constatação clara a OIKOS apresenta (se calhar no princípio de que “casa onde não há pão…!”): refere a organização que “a pobreza, em Portugal, é um problema social grave e o seu não reconhecimento tem-se revelado, ultimamente, um dos maiores entraves à sua erradicação”. E os dados estão aí: 1 em cada 5 portugueses vive no limiar da pobreza (21% da população nacional) e 7,2 % da população activa está desempregada. Como a educação é alavanca fundamental para o desenvolvimento, então a este respeito saliente-se que 79,4 % da população activa não terminou o ensino secundário, sendo o abandono escolar em idade precoce também uma causa alarmante de sub-desenvolvimento na ordem dos 45,5% (da população em idade escolar) que abandona o ensino. 300 mil famílias (8% da população) em 2001 viviam em condições mínimas, havendo em relação aos dados de 2000 um agravamento de 25% de situações de pessoas sem-abrigo. Estes alguns dos muitos dados que significam o encontro com a dura e indesmentível realidade que, ainda assim, só é compreendida quando experimentada nas situações de pessoas que toda-a-hora vivem o limite da dignidade no seu próprio corpo…num mundo que produz por minuto cinquenta novos pobres e, entre nós, com desigualdades crescentes: os poucos ricos mais ricos, os pobres mais pobres numa diminuição clara da classe média, sendo nós da União Europeia o país que tem a pior distribuição de riqueza com os 20 mais ricos a controlar 45,9 % do rendimento nacional. Sinais claros de que um travão de sub-desenvolvimento (a par da difícil conjuntura internacional) puxa-nos para trás, apresentando tendências nada animadoras, do litoral ao mais difícil interior. 3. Que tem tudo isto e ver connosco? Tem tudo e a ver com todos, a fim de recriar os dinamismos da superação destes limites que nos encurtam o horizonte. Será, em todas as estruturas sociais, fundamental perceber as diversas causas, problemáticas na origem do fenómeno da “pobreza” para conseguir actuar com mais eficácia. E ainda: se não conseguirmos criar uma sociedade mais justa e mais equilibrada, é sinal de que todos os mecanismos, dos intelectuais aos institucionais, estão ainda por apurar no seu encontro com a realidade do mundo que anseia por contributos sempre mais eficazes. Compreender a pobreza e…? (Bem sabemos que depois do plano teórico a prática é a verdadeira ‘prova dos 9’ da maturidade das convicções. Só com um ‘coração do tamanho do mundo’ será possível um impulso e uma força capaz de derrubar por vezes alguns conformismos instalados para haver ‘algo’ de novo. É naturalmente difícil mudar, implicará a reconversão de mentalidade… Um primeiro passo: estudarmos ao mais alto nível o fenómeno “pobreza”, enquanto matamos a fome – é louvável tanto esforço que se tem feito! - e “ensinar a pescar”… E tudo isto quando bastava 1% do orçamento militar mundial para acabar com a fome no mundo!)

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Prestação extraordinária de combate à pobreza

Governo vai verificar rendimentos dos idosos antes de aprovar subsídio
O Governo vai exigir uma análise às contas bancárias dos idosos que peçam a prestação extraordinária de combate à pobreza, que estará disponível a partir de Janeiro, anunciou o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social. Em entrevista ao "Jornal de Negócios", publicada hoje, Vieira da Silva afirma que a "atribuição da pensão extraordinária para os idosos também vai levar em conta os rendimentos do agregado familiar", para garantir que só vai receber mesmo "quem precisa".
"Quem pretende este apoio terá de disponibilizar completamente a informação sobre os seus rendimentos reais", sustenta o ministro, justificando que há pensões baixas, que muitas vezes não são "sinónimo de pensionista pobre".
Vieira da Silva frisou que objectivo do Governo "não são as pensões baixas, são os pensionistas pobres" e anunciou que a prestação - que foi uma das promessas mais emblemáticas de José Sócrates durante a campanha eleitoral - vai poder ser requerida já a partir de 1 Janeiro.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino Ética e valores republicanos?
Vimos ouvindo a personalidades conhecidas e mesmo a gente que não aparece na ribalta da sociedade mais mediática, a referência frequente e enfática à ética e aos valores republicanos, de mistura com a confissão ostensiva de agnosticismo e laicismo.
Respeitando o mundo próprio de cada um, coisa que para mim não é nada difícil, interrogo-me sobre que valores são esses que não coincidam com outros, acolhidos e seguidos pelo comum das pessoas, que não saberão mais da república que o feriado, sempre agradável, do 5 de Outubro.
Os valores republicanos que mais se evocam, como grandes conquistas da Revolução Francesa e, para nós com a mudança política de 1910, que as diversas obediências maçónicas interpretam a seu jeito, são a igualdade, a liberdade e a fraternidade.
Afinal, valores genuinamente evangélicos, que o cristianismo propagou e tornou universais, mesmo quando alguns sectores religiosos ou políticos não os cumpriram nem respeitaram, ou andaram na vida à revelia da proposta feita.
Falar, depois, de solidariedade, de tolerância, de respeito pelos outros, não é senão reafirmar atitudes que traduzem a aceitação da trilogia atrás referida, no seu sentido mais largo.
Porém, basta que se soltem as emoções e se toque em interesses pessoais ou de grupo, para logo se ver que, ontem como hoje, nos mais diversos quadrantes sociais e políticos, uma coisa é afirmar valores e dar-lhes paternidade, outra, bem diferente, mostrar na vida compromisso permanente com eles. É a verdade ligada a zangas de comadres ou de compadres.
Se falarmos de ética, as coisas complicam-se. Ética, de que República? Houve e perduram tantas vivências republicanas de sentido oposto, que mais vemos escadas montadas para subir, ombros encostados para amparar, alçapões abertos para enterrar, do que princípios não conspurcados, que possam nortear o sentido nobre da vida em comunidade, sem privilegiados nem preferidos e sem terem de se mendigar favores.
Ser republicano ou monárquico é um direito que assiste ao cidadão que gosta ou adere a qualquer dos regimes. Mas que isso não sirva, de um ou de outro lado, para catalogar portugueses de primeira e de segunda e deixar fora, como não existentes, os que já nem sequer são objecto de catalogação.
O orgulho e o preconceito não dignificam ninguém, qualquer que seja a sua adesão ideológica, muito menos quando se montam ou exigem vistosos palanques de ostentação, que hoje dão pelo nome de meios de comunicação social. O tempo da descriminação e da subserviência está a terminar. Felizmente cada cidadão vai despertando para a sua dignidade e para o direito que lhe assiste de ser respeitado e de ter voz. Trata-se de um processo irreversível.
O laicismo fecha os horizontes do transcendente e acaba por mutilar, inexoravelmente, tanto as pessoas, como uma sociedade de direitos e deveres. Para muitos parece ser o espaço privilegiado para a afirmação dos valores republicanos.A laicidade, ao contrário, marca a legítima autonomia do sagrado e do profano, não antagónicos, mas como expressão louvável e libertadora das pessoas e das comunidades. É uma atitude a respeitar e a promover. Sem medos.
Ser tolerante, reconhecer a dignidade de cada um em relação a si e aos outros não é um mero valor republicano. É um dever de todos, porque é um direito humano, fundamental e inalienável, que a ninguém se pode negar.

UNIVERSIDADE DE AVEIRO FORMA OS MELHORES PROFESSORES

Posted by Picasa UA OS MELHORES PROFESSORES DO 1º CICLO SAEM DA UA
A Universidade de Aveiro tem os melhores cursos de formação de educadores de infância e de professores do 1.º ciclo, segundo as conclusões do relatório de avaliação externa destas licenciaturas realizado pelo Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior (CNAVES), anunciou o Diário Económico na sua edição de 18 de Outubro.
(Para saber mais, clique aqui)

Primeira tradução católica da Bíblia em coreano

PARA DEUS ESTAR MAIS PRÓXIMO DA GENTE COREANA
A primeira tradução católica da Bíblia em coreano acaba de ser publicada, juntando-se à tradução ecuménica existente até hoje. Publicado com o título de “Bíblia Sagrada”, o texto é fruto de um longo trabalho de revisão que durou 17 anos, realizado por estudiosos, teólogos e especialistas.
D. Andreas Choi Chang-mou, Presidente da Conferência Episcopal da Coreia, mostrou a sua satisfação por este acontecimento. “Espero que a vida cristã dos fiéis se renove e revitalize com esta obra, que poderá ser utilizada para a lectio divina, a liturgia, o estudo, a oração pessoal”, referiu.
Na cerimónia de apresentação, que teve lugar na abertura da recente Assembleia de Bispos coreanos, D. James Kim Ji-seok, Bispo de Wonju, afirmou que “com esta tradução, Deus poderá estar mais próximo da vida da gente coreana.
Como Palavra de Vida, a Bíblia não é um livro qualquer, mas um livro que nos alimenta e nutre a nossa existência”. Proximamente será publicado um novo guião catequético em coreano, preparado pela Comissão para a Catequese, actualizado segundo critérios de pastoral e didáctica, que será difundido em todas as paróquias e organizações eclesiais.
Fonte: ECCLESIA