sábado, 1 de outubro de 2005

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa D. António Marcelino A vida e os desencontros da sociedade
Num encontro que muito me marcou e em que participei, em Berlim, no fim da década de setenta, ouvi os delegados alemães dizerem que, no seu país, a maior pobreza residia nos casais jovens que não queriam filhos, porque estes lhes estragavam a vida cómoda e os projectos de férias nas zonas mais apetecíveis do mundo. Nessa altura, o índice demográfico na Alemanha era já baixíssimo e crescia a xenofobia em relação aos emigrantes turcos, indispensáveis no país, por garantirem trabalhos que os naturais já não faziam. A média de filhos por casal turco era então de seis ou sete filhos. Uma ameaça nacional.
O jornal Público de 16 de Setembro trazia, a propósito da Alemanha, um artigo de arrepiar. Escrito por uma jornalista estrangeira, era titulado “No país dos sem-crianças”. Aquilo que há vinte anos parecia um desabafo de jovens aos quais os filhos podiam incomodar e por isso não os queriam, deu lugar, com os mesmos argumentos de então, agora acrescentados por outros de pior sentido, a associações de militantes que lutam para acabar de vez com as crianças no país. A tal ponto vai este ódio aos bébés que os casais que os têm e remam contra esta maré destruidora, procuram lugares para viver, longe de Berlim, onde esperam maior segurança e paz.
“Recusar crianças, diz a jornalista, é recusar a vida”. O egoísmo é sempre suicida. Por este caminho, dizem sociólogos preocupados, que a Alemanha está à beira de se tornar um país sem crianças. Em 2002, 3 % dos homens alemães, em idade de procriar, foram voluntariamente esterilizados. O nazismo fez perder a identidade e as catástrofes incontroláveis levaram à conclusão de que gerar crianças é uma irresponsabilidade. Os poderes políticos estão altamente preocupados e tentam contrariar o processo, mas os resultados parecem ser nulos.
Entre nós, fecham-se escolas porque não nascem crianças, nem esperança de que venham a nascer. Continuam a construir-se moradias sociais que só desaconselham ter filhos. As creches para bebés são poucas, por vezes bem caras, e as listas de espera para encontrar um lugar são também elas de desespero. O índice demográfico não mostra qualquer sentido de mudar para melhor e o horizonte está carregado de negro.
E o que vemos? O partido do governo, preocupado cada vez mais em que seja votada, quanto antes, a despenalização do aborto, que, embora com restrições, não é senão a porta aberta à sua liberalização. Assim o anunciaram já outros partidos que fazem coro a favor do mesmo projecto. E, mais do que fomentar e proteger a natalidade, com medidas positivas e urgentes, o Ministro da Saúde, segundo notícia de fim de semana (Público 24.9), quer que “ a partir de Janeiro do próximo ano, todos os centros de saúde e hospitais estejam abastecidos com quantidades suficientes de anticoncepcionais (pílula, preservativo e dispositivo intra-uterino), para serem dispensados a quem recorre às consultas de planeamento familiar” O “planeamento familiar” de há muito goza de especial acolhimento e apoio dos nossos governantes de ontem e de hoje...
Já tenho indagado sobre o que se faz nos referidos lugares para estimular a natalidade, dado que a nossa situação é demograficamente preocupante, como está à vista. Nada, porque não é isso que as pessoas procuram, dizem-me.
Andamos todos distraídos ou o que mais interessa a este país é mesmo que se extinga a conta gotas? Há quem queira que seja por garrote, mais fácil e mais rápido.
A Alemanha entrou num declive que parece imparável. De nós, o que se poderá esperar? Que, sem os exageros ideológicos da Alemanha, venhamos também a ser um dia, não muito longínquo, por este caminho, “um país sem crianças”?
Acordem os avós, já que aos filhos não falta quem se encarregue de os anestesiar.

NA LOUSÃ, mais uma exposição do BlogAveiro

Posted by Picasa "A VOZ DO SILÊNCIO"
"A Voz do Silêncio", uma exposição do Projecto BlogAveiro, está patente ao público entre 7 e 29 de Setembro no Átrio da Biblioteca Municipal da Lousã.
A exposição, da autoria de Isabel Henriques, apresenta fotos em torno de um livro, uma praia e as chamas que devoram estórias contadas, muitas outras por contar:
"Vidas são estórias,
Estórias são livros,
Livros são páginas cheias de vidas.
O fim do livro é a morte.
Nesse dia,
Queimam-se as páginas de um livro cheio,
Porque a estória acabou...",
refere a autora na apresentação do seu trabalho. A exposição conta com o apoio do ISCIA - Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração, da FEDRAVE - Fundação para o Estudo e Desenvolvimento da Região de Aveiro, da Delegação de Coimbra do Instituto Português da Juventude, e dos Parceiros Jornal da Bairrada, On Line News, Notícias de Aveiro, Rádio Terra Nova e Solidariedade Online.

HERA promove visitas guiadas

ROTEIRO DE ARQUEOLARIA
A HERA anuncia que estabeleceu uma parceria com a Câmara Municipal de Aveiro para a realização da VII BIENAL INTERNACIONAL de CERÂMICA ARTISTICA.
Neste âmbito, está a promover o seu roteiro ARQUEOLARIA, que será realizado nos seguintes dias:
1, 8, 15, 22 e 29 de Outubro (das 14 às 18 horas).
Roteiro:
Visita guiada aos vestígios arqueológicos do forno cerâmico em Eixo;
Olaria para observação da criação artesanal de peças cerâmicas;
Antiga Fábrica Jerónimo Pereira Campos (arqueologia industrial, início séculoXX).
Inscrições nos locais da exposição.
Informações: 969145152.

COLABORAÇÃO DOS LEITORES: FAMÍLIA DOMINICANA EM FÁTIMA

Posted by Picasa Jovens dominicanas em Fátima PEREGRINAÇÃO DO ROSÁRIO E DA FAMÍLIA DOMINICANA AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA
A “50º Peregrinação do Rosário e da Família Dominicana” ao Santuário de Fátima realizou-se no fim-de-semana de 24 e 25 de Setembro. O grupo LSJ (Luz e Semente de Jesus - Aveiro) também esteve presente. O encontro começou no sábado, pelas 15 horas, com o acolhimento às diversas dioceses presentes no Centro Paulo VI, seguido de uma saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições. Depois, todos participaram nos ensaios dos cânticos para a Eucaristia, que foi presidida pelo Bispo D. Tomaz, às 22.30 horas. Iniciou-se a celebração com uma encenação por vários jovens pertencentes aos diferentes grupos presentes, encenação que abrangeu a representação dos povos dos cinco continentes e explicava a Eucaristia. No domingo de manhã, o dia começa logo com um workshop, pelas 9 horas, sobre “Oração e Eucaristia em S. Domingos”. Uma sessão esclarecedora organizada pelo grupo de S. Domingos de Benfica mostrou as várias formas de rezar de S. Domingos dramatizadas pelo grupo de Castro d’Aire. Às 10 horas começou a Celebração do Rosário, que incluiu Eucaristia, procissão e despedida. Inês Monnet

sexta-feira, 30 de setembro de 2005

FILARMONIA DAS BEIRAS REGRESSA AOS PALCOS

Teatro Aveirense abre com 
"Festival de Outono

No dia em que se comemora o Dia Mundial da Música – 1 de Outubro -, a Orquestra Filarmonia das Beiras recomeça a sua actividade regular com o Concerto de Abertura do «Festivais de Outono». No palco da sala principal do Teatro Aveirense vão estar, a partir das 21h30, os elementos da Orquestra para, juntamente com a orquestra de sopros e o Coro do Departamento de Comunicação e Arte da UA, executarem «As Estações», de Franz Joseph Haydn. Este concerto assinala o regresso aos palcos da Orquestra Filarmonia das Beiras que, depois de um interregno de 11 meses, está agora praticamente apta a brindar toda a região centro do país com uma série de espectáculos de qualidade inquestionável. 
A Orquestra integra actualmente os 20 músicos que quiseram continuar no projecto e, de acordo com o Maestro António Vassalo Lourenço, deverá estar a funcionar em pleno até ao final do ano, não só com a integração dos músicos necessários ao modelo artístico que se pretende para uma orquestra com as características da Filarmonia das Beiras, mas também com a agenda de concertos mensais restabelecida.
Em Fevereiro de 2006, a Orquestra Filarmonia das Beiras vai retomar o programa «Música nas Escolas», pretende avançar para um conjunto de concertos comentados e vai associar-se às três grandes efemérides musicais que assinalam o ano: as comemorações dos 250 anos do nascimento de Mozart e os 100 anos de nascimento dos compositores Fernando Lopes Graça e Armando José Fernandes.

António Rego - Os fabricantes de ciclones




Amanhã temos bom tempo? Eis uma pergunta que sempre irritava o meu amigo meteorologista.”Mas o que é o bom tempo? ”, perguntava. E logo vinha uma dissertação sobre o sol e a chuva, o calor e o frio, o vento e a bonança. E como se entrejogam estes elementos com acertos geológicos tecidos em milhares de milhões de anos, dentro duma harmonia que se não concilia com as nossas contagens nervosas e apressadas.
Para nosso pragmático uso consideramos bom tempo os dias de sol, de estrada seca e visível para que o nosso carro deslize à velocidade confortável, sem recursos a abs de emergência. Possivelmente a nossa concepção optimizada de meteorologia integra-se na nossa comodidade imediata, sem nos interessarmos minimamente com o equilibro de conjunto em que se enquadra o nosso planeta e a pequena aldeia que habitamos. 
Esquecemos a nossa pertença a um sistema complexo, e a nossa responsabilidade directa no equilíbrio ou desequilíbrio da morada das nossas vidas.Fomos aprendendo, ao longo deste ano, que o bom tempo não é o que parece. 
Mesmo estimando o nosso céu azul, a maravilhosa luz que nos embala e as suaves brisas que inebriam o nascer e o declinar de cada dia, olhamos com desolação para as nossas terras ressequidas, as albufeiras rebaixadas e sem brilho, os rios sem alegria no seu curso e os jazigos de água impotentes para matar a sede das populações. Nada se recomporá sem uma chuva intensa e um vento capaz de a gerar e mover, sem uma espécie de toque de violência que sempre acompanha os ritmos descompensados da terra.Que podemos fazer?
Pedir a Deus que olhe por nós. E tentar compreender a complexidade das cadeias que envolvem o nosso planeta e em cuja coerência se encontra o conjunto de equilíbrios que desejamos. Mas há um terceiro ponto que é de consciência. Que responsabilidade tem cada um de nós no contributo para os equilíbrios necessários do sistema que nos sustenta a vida? Até que ponto somos fabricantes de ciclones nas nossas opções de consumo, na nossa ignorância interesseira sobre as causas de aquecimento do planeta, e que contribuem, como se sabe, para um progressivo aumento das catástrofes naturais. E a nossa maneira de construir cidades, ocupar leitos de rios, violar sequências geológicas que funcionariam muito melhor no respeito pelas leis internas da sua harmonia?
Nem sempre o benefício imediato é o melhor. O equilíbrio da Terra é um problema político, económico, cultural e ético. Mesmo que a nossa assinatura não esteja no Acordo de Quioto, está nas nossas mãos o presente e o futuro do Planeta.

CNIS preocupada com alargamento dos horários

Medida pode levar ao encerramento 
de equipamentos sociais 

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) está preocupada com o alargamento dos horários de funcionamento escolar, imposto pelo Despacho da Ministra da Educação. De acordo com o organismo, as implicações da medida no funcionamento dos Centros de Actividades Tempos Livres (ATL’s) da rede solidária podem provocar o encerramento de equipamentos sociais e a consequente perda de mais de 5000 postos de trabalho. 
Em entrevista ao programa Ecclesia, o presidente da CNIS, Pe. Francisco Crespo, explica que “a medida foi anunciada em Maio, pelo que não nos apanhou de surpresa”, mas não esconde a “preocupação”.“O que está em causa é o despacho do Ministério da Educação que anuncia o alargamento do horário escolar para as crianças do 1º ciclo, com o ensino do inglês e actividades extra-curriculares que deveriam ser feitas nos estabelecimentos escolares”, explica.
Apesar de esta ser uma medida a que as IPSS “não se opõem, em princípio”, a discussão relaciona-se com o esquecimento “de quem vive no terreno há dezenas de ano, a trabalhar, a fazer aquilo que o despacho vem agora propor”.
O Pe. Crespo lembra que as Instituições de Solidariedade desempenham um trabalho fundamental “nas actividades extra-curriculares e mesmo no ensino do inglês e outras línguas, para além do transporte, sempre em ligação com a família e pensando no bem-estar das crianças”.

(Para ler mais, clique ECCLESIA)