sábado, 27 de agosto de 2005

Mar da Praia da Barra

Posted by Picasa Mar da Praia da Barra Um poema da António Ramos Rosa O MAR
Ondas que descansam no seu gesto nupcial
abrem-se caem
amorosamente sobre os próprios lábios
e a areia
ancas verdes violetas na violência viva
rumor do ilimite na gravidez da água
sussurros gritos minerais inércia magnífica
volúpia de agonia movimentos de amor
morte em cada onda sublevação inaugural
abre-se o corpo que ama na consciência nua
e o corpo é o instante nunca mais e sempre
ó seios e nuvens que na areia se despenham
ó vento anterior ao vento ó cabeças espumosa
só silêncio sobre o estrépito de amorosas explosões
ó eternidade do mar ensimesmado unânime
em amor e desamor de anónimos amplexos
múltiplo e uno nas suas baixelas cintilantes
ó mar ó presença ondulada do infinito
ó retorno incessante da paixão frigidíssima
ó violenta indolência sempre longínqua sempre ausente
ó catedral profunda que desmoronando-se permanece!
In Facilidade do Ar
Lisboa, Caminho, 1990

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

GAFANHA DA NAZARÉ: Festa da Padroeira

Posted by Picasa Igreja matriz da Gafanha da Nazaré AS FESTAS APROXIMAM AS PESSOAS
Este fim-de-semana vai ser de festa rija na Gafanha da Nazaré, em honra da Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré. À volta da igreja matriz já não faltam as tendas, grandes e pequenas, de comerciantes e diversões, que aproveitam os festejos tradicionais para colaborarem na animação. Mas a festa em honra da Padroeira não é, nem pode ser, apenas isto, já que nem só de animações profanas vivem as pessoas. A parte religiosa tem de ter um espaço próprio e condigno, sem se deixar absorver pelas diversões, também importantes. Quem olha para os cartazes, lá pode ver que há celebrações eucarísticas, uma das quais, a das 11 horas de domingo, será solenizada, e a tradicional procissão que percorre um itinerário bastante conhecido. As festas são (como sempre foram, aliás) um excelente motivo para aproximar as pessoas. E se pensarmos que é no mês de Agosto que os emigrantes vêm à terra natal e que nesta época também muitos gafanhões gozam as suas merecidas férias, então mais razões teremos para sublinhar a importância dos festejos em honra de Nossa Senhora da Nazaré. Embora, por temperamento, não seja muito dado a festas, não posso deixar de reconhecer que nelas se proporcionam encontros entre pessoas que já não se viam há muito tempo, que há convívios entre famílias que aproveitam a circunstância para se reunirem e que a alegria e a reflexão partilhadas em torno de Nossa Senhora da Nazaré podem ajudar a afugentar o stresse e a recriar amizades. Claro que estas festas também têm, por vezes, os seus exageros, a meu ver: há foguetes a mais, nem sempre os artistas convidados se adequam a um ambiente que não pode dispensar o religioso, e que por vezes se esquecem programas culturais, que seriam uma mais-valia para a formação integral do povo. Fernando Martins

Exposição no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Posted by Picasa
Paulo Oliveira expõe pintura Até ao dia 5 de Setembro, vai estar patente ao público, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, uma exposição de pintura do artista gafanhão Paulo Oliveira, que tem participado em inúmeras colectivas, na região e não só. Por exemplo, a sua arte já foi apreciada no “Mercado Ferreira Borges”, no Porto, na Ciudad Rodrigo, em Espanha, no Centro “George Pompidou”, em Paris, e em Santa Cruz de Tenerife, nas Canárias, entre outras cidades. Paulo Oliveira desde cedo mostrou tendência para as artes, o que o levou a frequentar alguns cursos. A partir daí, e para além das exposições em que a sua pintura tem sido apreciada, tem colaborado na ilustração de livros e jornais, e elaborado cartazes, capas de discos e cenários. Em concursos, foi galardoado com o 1º prémio dos Jovens Criadores da Câmara Municipal de Lisboa (1989), 1º prémio do logótipo da Associação de Diabéticos do Concelho de Ílhavo, 2º prémio dos Jovens Artistas da Câmara Municipal de Aveiro (1988) e 2º prémio do Logótipo da ADIG (1994). Os trabalhos patentes na exposição do Centro Cultural, que bem merecem ser vistos por toda a gente que reside ou passa pela Gafanha da Nazaré, mostram temas regionais, elaborados a partir de diversos materiais e utilizando técnicas várias. Os preços são acessíveis. F.M.

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

Sampaio defende limpeza coerciva das florestas

Posted by Picasa Presidente Sampaio COIMAS PARA QUEM NÃO LIMPA A FLORESTA
Governo quer aumentar as coimas para quem não limpa a floresta. O custo do combate ao fogo em zonas que não forem limpas e arderem pode também passar a ser imputado aos proprietários desses terrenos. Estas medidas de prevenção estão a ser equacionadas e deverão constar no Plano de Protecção da Floresta contra os Incêndios, que será apresentado até ao final de Setembro. Ontem, o Presidente da República defendeu a limpeza coerciva das florestas e um debate urgente sobre o tema.
"Está a chegar o momento de equacionar a aplicação do princípio da obra coerciva à limpeza das florestas, tal como acontece com os prédios nos aglomerados urbanos", disse Jorge Sampaio durante mais uma visita ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. O Presidente considerou ainda que esta medida não deve tardar, pois os danos causados pelos fogos não são compatíveis "com a ausência da capacidade de intervenção junto dos que são proprietários e não cuidam da floresta que têm a seu cargo".
A obrigação de limpar uma faixa de 50 metros em redor das habitações e outra de 100 junto a aglomerados populacionais já consta na lei aprovada no final de Julho de 2004, durante a reforma da floresta lançada pelo ex-ministro Sevinate Pinto. No artigo 16.º do DL 156/2004, prevê-se a redução do risco de incêndio através da remoção da carga combustível. A coima aplicada por este incumprimento oscila entre os 100 e os 44 500 euros.
(Para ler mais, clique DN)

PARDILHÓ tem belezas que merecem ser visitadas

Posted by Picasa IGREJA MATRIZ DE PARDILHÓ
Construída no Século XIX (1812), substituiu a primeira igreja da freguesia, edificada durante o domínio filipino (1638).
Todo o seu estilo manifesta uma obra de construtores rurais do século XIX, inspirados nos modelos da região, sem pureza de formas. É uma igreja vasta e robusta, acomodada ao grupo paroquial: corpo com parte axial e duas travessas opostas, três janelas de cada lado; capela-mor profunda e duas janelas a cada parte que têm o jeito interno de tribunas; frontaria acompanhada de torre, à esquerda, com porta e alta janela, remate recortado; os cunhais e sub-beirais de cantaria; toda a frente coberta de azulejos modernos, havendo-os na mesma forma na capela-mor e em guarnições. Sacristia e anexos à direita.
São cinco os retábulos, de inspiração dos temas setecentistas. As numerosas esculturas de madeira datam dos séculos XVIII, XIX e XX.A sua recente iluminação, realça o seu volume monumental coroando o amplo Largo Prof. Dr. Egas Moniz, ou Largo da Igreja.
:
Nota: Esta referência a Pardilhó, terra a que estou ligado por laços familiares, pretende chamar a atenção para o "site" de iniciativa da Junta de Freguesia (www.pardilho.net), com bastantes motivos de interesse. E vem também na linha de um comentário enviado para o meu Blogue, no qual alguém me sugeria que visitasse o "site" da Junta. Passarei a estar atento ao que nele se inserir e a quantos me enviarem comentários semelhantes. F.M.

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

FOGOS FLORESTAIS: Não haverá solução?

Posted by Picasa OS FOGOS NÃO PODEM
SER UMA FATALIDADE Ontem, de relance, a televisão mostrou-me alguém a dizer (provavelmente um estrangeiro; o sotaque assim mo disse) que Portugal, que foi capaz de fazer dez estádios de futebol, não consegue resolver o problema dos Fogos Florestais. Pois é verdade, por estranho que pareça. E o drama dos Fogos, que todos os verões se repete, com maior ou menor intensidade, está de tal forma nos nossos hábitos que até os governantes vão de férias, com a maior tranquilidade, numa demonstração clara de que essa tragédia faz parte do nosso dia-a-dia, logo que o calor aperta. Depois, quando vêm as chuvas, as labaredas deixam de ser vistas nas televisões e tudo se esquece, com a distribuição dos tradicionais subsídios para minimizarem os prejuízos de quem, em tantos casos, tudo perdeu. Como sempre, aliás, tarde e a más horas. Os políticos voltam então à rotina das guerrinhas ridículas, de tão medíocres, e o importante fica para… quem vier. Sim, porque é preciso combater os adversários como se inimigos fossem, como se não estivéssemos todos na mesma barca que se chama Portugal. Por que razão não se juntam os técnicos para apresentarem soluções? Por que não se chamam os entendidos em planeamento florestal e em prevenção, para nos dizerem, de uma vez por todas, o que é que os portugueses têm de fazer? Por que é que não se aposta na prevenção e na limpeza das florestas, com coragem? Serão os Fogos Florestais uma fatalidade? Ou será que apenas temos capacidade para fazer estádios de futebol, em tempo recorde? Talvez seja isso, porque é preciso entreter a malta (chama-se a isto alienação) com contratações de futebolistas, feitas por clubes falidos e com dívidas ao Fisco e à Segurança Social, com árbitros que não apitaram quando deviam apitar, com grandes penalidades que não foram marcadas, com corrupção de que tanto se fala. Fernando Martins

terça-feira, 23 de agosto de 2005

Vaticano aprova Ordenação de Sacerdote casado

Sacerdote casado e com filhos
Em Espanha, a Igreja Católica ordenou, pela primeira vez, um sacerdote casado e com filhos. É ele David Evans, que se converteu ao catolicismo depois de ter pertencido à Igreja Anglicana. O Vaticano aprovou a sua ordenação e atribuiu-lhe a Diocese de Tenerife. Em comunicado, a diocese revela que o Padre Evans vai continuar casado, mas isto não significa que a Igreja desista do celibato dos padres.
Em Portugal, também há um padre católico casado. Trata-se do padre Saul de Sousa, actual pároco de Nossa Senhora das Mercês, em Lisboa. Na altura da sua ordenação, Saul de Sousa era presbítero da Igreja Lusitana, ligada ao rito Anglicano.

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