"Codex Sinaiticus" pode ser uma cópia da Sagrada Escritura encomendada pelo imperador Constantino, depois da sua conversão ao cristianismo
A cópia mais antiga do Novo Testamento vai poder ser consultada na Internet por causa do trabalho de uma equipa de especialistas da Europa, do Egipto e da Rússia.
O trabalho de digitalização do manuscrito, conhecido como "Codex Sinaiticus", já está a ser executado.
Acredita-se que o "Codex Sinaiticus", escrito em grego arcaico, seja uma das 50 cópias das Sagradas Escrituras encomendadas pelo imperador romano Constantino (séc. IV), depois da sua conversão ao Cristianismo.
A Bíblia está, na sua maior parte, na Biblioteca Britânica, em Londres. "É um manuscrito muito especial, diferente de todos os outros", diz Scot McKendrick, chefe do Departamento de Manuscritos Medievais e Antigos da Biblioteca Britânica. "Em cada uma das longas páginas, de aproximadamente 34 a 37 centímetros, o grego utilizado está escrito em quatro colunas. Esse é um aspecto distintivo e fascinante dos códices: mostra como se desenvolveu o texto bíblico em certo período, como era interpretado naqueles anos cruciais do Cristianismo”, precisou McKendrick em declarações à cadeia BBC.
O projecto de digitalização é muito significativo por causa da raridade e da importância do manuscrito. O documento original é tão precioso que foi visto por apenas quatro estudiosos nos últimos 20 anos.
O "Codex Sinaiticus" contém algumas passagens do Antigo Testamento e todo o Novo Testamento. Acredita-se que tenha sido escrito no mosteiro de Santa Catarina, perto do monte Sinai, no Egipto.
O documento ficou no local até ao século XIX, quando um estudioso alemão, Constantin von Tischendorf, levou partes do manuscrito para a Alemanha e para a Rússia. O mosteiro considera que o "Codex" foi roubado.
Estima-se que serão necessários cerca de quatro anos até que todo o "Codex" seja colocado na Internet. Este tempo será usado para "fotografar o manuscrito, conservá-lo, transcrevê-lo e transformá-lo em um formato electrónico.
A Biblioteca Britânica também vai criar um site para disponibilizar o manuscrito ao público.
"O site vai apresentar o manuscrito como ele realmente é e também as interpretações para diferentes leitores, desde estudiosos até pessoas que não são especializadas no assunto, mas têm curiosidade em ver o documento e entendê-lo", diz McKendrick.
Fonte: ECCLESIA