segunda-feira, 25 de julho de 2005

PRAIA DA BARRA: VIII Festival Nacional de Folclore

Posted by Picasa Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (Foto de arquivo)
No próximo dia 6 de Agosto, sábado, vai realizar-se, na Praia da Barra, o VIII Festival Nacional de Folclore, com organização do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. O programa começa às 16 horas com a recepção aos Grupos e Ranchos participantes, seguindo-se uma visita à Casa Gafanhoa e a cerimónia de boas-vindas, com entrega de lembranças. O festival começa às 21.30 horas, com desfile e exibição dos Grupos e Ranchos convidados. Para além do grupo anfitrião (Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré), participam o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Angeja; o Rancho Folclórico de Mira-Serra, Louções, Turquel, Alcobaça; o Grupo Cultural “Os Medruenses”, de Santa Marta de Penaguião; e o Rancho Folclórico de Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia.

domingo, 24 de julho de 2005

Efeméride aveirense: Conservatório de Música

1985: A portaria ministerial nº 500/85, publicada nesta data embora assinada em 9 de Junho passado, criou oficialmente, com efeitos a partir de 1 de Outubro futuro, o Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian, por conversão do estabelecimento de ensino particular com a designação de Conservatório Regional de Aveiro de Calouste Gulbenkian (Diário da República, I Série, nº 168, 24-7-1985.
Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

Um pensamento

Abri os olhos para ver, mas fechai-os para reflectir. João XXIII

Um poema de Armindo Rodrigues

LIBERDADE Ser livre é querer ir e ter um rumo e ir sem medo, mesmo que sejam vãos os passos. É pensar e logo transformar o fumo do pensamento em braços. É não ter pão nem vinho, só ver portas fechadas e pessoas hostis e arrancar teimosamente do caminho sonhos de sol com fúrias de raiz. É estar atado, amordaçado, em sangue, exausto e, mesmo assim, só de pensar gritar gritar e só de pensar ir ir e chegar ao fim. IN “Os poemas da minha vida”, selecção de Mário Soares

Verão missionário: uma história de sucesso

Mais de dois mil portugueses já passaram pelos projectos de voluntariado missionário
Ano após ano, coincidindo com a chegada do Verão, centenas de jovens partem para países lusófonos, oferecendo o seu tempo de férias ao serviço de projectos de voluntariado missionário, que ajudam algumas das populações mais pobres do mundo.
O Voluntariado Missionário em Portugal, desde o seu início em 1986 até à actualidade, já viu partir 1968 pessoas, o que equivale a uma média de aproximadamente 110 voluntários por ano, segundo o levantamento efectuado pela Fundação Evangelização e Culturas (FEC).
Em 2005, o número de voluntários que parte em missões de curta duração (até dois meses) chega aos 207, com 150 mulheres e 57 homens. Estes dados confirmam a tendência dos últimos anos: em termos de distinção por género, 64% dos voluntários que já partiram são mulheres e 36% são homens.
A maior parte dos Voluntários (1494 Voluntários), a que corresponde 75% do total, parte em missões de curta duração. Em projectos superiores a 11 meses, estiveram 345 Voluntários (correspondente a 18% dos Voluntários enviados). Os restantes 129 Voluntários estiveram no terreno em missões entre 3 a 10 meses (7% do total). Desde Novembro do ano passado, várias de jovens prepararam-se para uma experiência de voluntariado ao longo de diversas sessões de formação de carácter genérico, promovidas pela FEC em conjunto com os Institutos Missionários ad Gentes (IMAG).
O Voluntariado Missionário é assim uma realidade que já ganhou o seu espaço na vida da Igreja, apesar de não ser conhecida em todas as Dioceses.
Os leigos inserem-se em projectos de assistência, promoção social e evangelização. Moçambique(103) é, este ano, o país que concentra um maior número de grupos, dada a epidemia do vírus de Marburg em Angola (20). Brasil e São Tomé e Príncipe (22 cada), Cabo Verde (21), Guiné-Bissau (14) e Timor Leste (5) são os outros países que acolhem os leigos missionários. Ao longo das últimas duas décadas, já passaram por Moçambique 665 voluntários, número seguido por Cabo Verde (com 388 Voluntários) e Angola (com 336 Voluntários).
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

Um artigo de Helena Sacadura Cabral, no DN

Três questões essenciais
Um jovem de grande lucidez dizia-me, há dias, a sorrir, que uma parte da cura da sua depressão se ficara a dever ao facto de ter deixado de ler jornais nacionais e de assistir aos telejornais. Recomendação que, aliás, lhe fora feita pelo médico assistente.
No último fim-de-semana, ao ler os periódicos ditos de referência, não pude deixar de me lembrar desta conversa, a propósito de três temas neles abordados. Um respeitava à percentagem assustadora de reprovações a Português e Matemática. O outro referia-se à "possibilidade", in extremis, de um colapso da União Económica e Monetária (UEM), admitida pelo HSBC - o segundo banco a nível mundial -, caso não sejam feitas reformas económicas e institucionais que "melhorem drasticamente" o funcionamento da moeda única. Finalmente, o terceiro abordava o tema da responsabilidade cívica dos portugueses na actual situação do País. Não há dúvida de que quando um problema de reprovações toma esta dimensão é porque as suas causas não podem ser da exclusiva responsabilidade dos alunos. Elas terão de ter outras razões. Nomeadamente no conteúdo e na forma de ensino. Isto é, no sistema educativo. Estas matérias tornaram-se "casos" quase dramáticos. É urgente perceber o que se passa e adoptar medidas. Se tal não acontece, corremos o risco de virar um país de débeis mentais. Há anos, a rejeição respeitava, maioritariamente, à Matemática. No presente, ela estendeu-se, também, à língua pátria. Assistir à progressão da doença, sem administrar tratamento, releva da pura negligência. Quanto ao colapso da UEM, o relatório refere que, se antes, tal hipótese não se punha, hoje, ela já "não é inconcebível". E acrescenta que poderá ser apenas uma questão de tempo, até a Alemanha e a Holanda serem arrastadas para a deflação e a Itália se ver condenada a sucessivas entradas e saídas da recessão. O que, segundo aqueles especialistas, aponta para três cenários possíveis aplicação de reformas; tentação governamental de proteger as indústrias nacionais; ruptura da UEM, provocada pela insustentabilidade da situação económica. O tempo dirá da razão de tal estudo. Mas que ele retrata o que muitos de nós sentimos, ninguém tenha dúvidas!
No que à responsabilidade civil respeita, Manuela Ferreira Leite tem toda a razão, quando diz que "nesta nossa sociedade mediática estamos a conformar-nos a viver de anúncios". De facto, tudo se anuncia sem a mínima preocupação de concretização. E, quem pergunte o óbvio, arrisca-se, de imediato, a ser abafado. Para não falar já de outros meios, mais aliciantes, de estimular o silêncio.
Há quatro meses que somos semanalmente bombardeados com programas de investimento, sem qualquer garantia de que os mesmos sejam realizados, por quem e quando. Fala-se do aeroporto da Ota e do TGV, por exemplo. O primeiro está longe de reunir consenso e a discussão pública desse projecto é uma obrigação de todos nós. O esforço financeiro exigido está por conhecer, o modelo de financiamento também e a contribuição económica para o desenvolvimento do País está por avaliar. Quanto ao segundo - mesmo aceitando que se trate, numa lógica europeia, de não deixar Lisboa fora da ligação entre as grandes cidades -, é preciso que se explique, sem rodeios, que o projecto não será rentável e que terá, para cada um de nós, uma parcela de sacrifício, que importa conhecer. Ou seja, estamos a assumir encargos que, face ao estado das contas públicas e a uma situação internacional pouco clara, podem vir a representar um garrote para as gerações futuras. Será uma irresponsabilidade cívica e ética não discutir e avaliar o peso orçamental de todos estes projectos nos próximos anos. Porque se o não fizermos, se o não exigirmos, o eng. Sócrates poderá não abdicar do seu futuro, mas corre o sério risco de comprometer o dos nossos netos. Que, um dia, nos questionarão pelo seu presente!
Assim, é um dever de cada português não se demitir de ser ouvido nas opções que mais irão pesar no seu cômputo familiar. E é uma obrigação dos governantes e do Presidente da República fazer com que haja uma discussão pública alargada sobre os meios e os encargos que estas escolhas irão envolver.

sábado, 23 de julho de 2005

Memórias de infância

O CATITINHA Penso que não haverá ninguém que não tenha saudades das memórias de infância. Sobretudo das que foram marcadas por momentos agradáveis, de momentos que nos fizeram felizes. Só é pena que, ao tentar reproduzi-las, nem sempre tenhamos possibilidades de recorrer a registos fidedignos e a testemunhos que nos levem a viver, com mais realismo, esses momentos felizes. Hoje, por exemplo, acordei, sem saber porquê, com memórias do Catitinha, que na minha infância passava pela Gafanha da Nazaré e por muitas outras regiões do País, tanto quanto sei. Era ele um ancião de barbas brancas, bondoso, amigo das crianças, que toda a gente acolhia como se fora da família. A qualquer casa a que se dirigisse, ali se comportava como se fosse sua. Comia, dormia, conversava, contava histórias, dava conselhos, mostrava fotografias de outras terras e de outras tantas estadas mais ou menos curtas, ajudava quanto podia, deambulava por aqui e por ali, sempre a olhar para as crianças, a quem recomendava muito cuidado ao atravessar a rua. Da minha infância, lembro as conversas serenas que ele mantinha com toda gente, ao jeito de filósofo e sábio que de tudo sabia falar, a figura de patriarca que a todos dirigia palavras amigas, o homem que se apresentava sempre vestido com elegância, limpo e asseado. Vinha à Gafanha da Nazaré sobretudo no Verão. Daqui passava pelas praias, onde no areal olhava obsessivamente as crianças, como se tivesse medo que elas fossem levadas pelas ondas traiçoeiras. Desse tempo, há mais de 60 anos, recordo que se dizia que esta inquietude, que levava o Catitinha a andar de terra em terra, como fugido de alguém ou da sua própria imagem ou sombra, se devia ao facto de ter perdido uma filhinha, por atropelamento, nas ruas de Lisboa. Dizia-se, também, que tinha sido deputado e que enlouquecera. Depois, nunca mais ouvi falar dele. Mas gostava de saber quem foi o Catitinha que ainda hoje enriquece as minhas memórias de infância. Fernando Martins NB: Quem souber mais, pode contactar-me para rochamartins@hotmail.com

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