terça-feira, 29 de março de 2005

LEIS ANTITABACO

Quando há um ano a Irlanda decretou a proibição de fumar nos locais públicos, não faltaram opiniões a contestar a decisão, talvez por influência dos lóbis ligados à indústria do tabaco. Um ano depois, 98 por cento dos irlandeses, afinal a esmagadora maioria, está de acordo com a proibição. Hoje, estou convencido de que, se a proibição fosse aplicada em Portugal, também os portugueses estariam satisfeitos, porque teríamos um ar mais respirável nos locais públicos. Penso que muitos dos frequentadores do meu blogue já passaram pela experiência de estar num restaurante, onde foram para saborear uma refeição diferente num ambiente de calma e de ar puro, com gente que resolve fumar a meio e no fim do repasto. A mim já me aconteceu várias vezes e só não saí por não ter outra sala de ar mais limpo e por estar com o prato pedido à minha frente. Eu sei que será aborrecido para o fumador não poder alimentar o seu vício, mas também sei que não podemos ser obrigados a fumar, quando sabemos que isso nos faz mal. Urge, pois, que os não fumadores comecem a exigir o direito de poderem estar nos locais públicos e nos empregos sem o fumo a incomodá-los. Mas urge, também, que os fumadores respeitem quem não quer e não pode fumar. F.M.

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Aveiro: Fórum

O aborto

Leitor pronuncia-se sobre o aborto, assunto que está de novo na berra e com promessa de novo referendo. O leitor está devidamente identificado, pois a sua opinião veio por e.mail. A ideia de referendar mais uma vez o aborto (ou melhor a interrupção voluntária da gravidez ou, ainda mais pomposamente, a IVG) está errada e serviu apenas para o PS dar um ar de radical para piscar o olho aos eleitores descontentes com o PC ou Bloco. De facto, a legislação portuguesa contempla já aqueles casos polémicos que todos se lembram de usar como argumento para defender a liberalização do aborto. Isto é, em Portugal, uma utente pode abortar de forma sigilosa em local oficial se foi vítima de violação, se o bebé tem deficiência grave, e se há perigo de vida ou dano para a saúde (física e psíquica) da mãe. Ficam então de fora as mães que, sem culpa, têm poucas condições socioeconómicas para criar um(a) filho(a). A essas cidadãs tem o Estado o dever de poupar em submarinos e estádios de futebol, e de investir numa Segurança Social que apoie os mais fracos.
opensador

segunda-feira, 28 de março de 2005

ÍLHAVO celebra feriado municipal

Domingos Lopes
A Câmara Municipal de Ílhavo celebra hoje o feriado municipal, como manda a tradição, com festa e com homenagens a instituições e pessoas que se distinguiram, com mérito, nas suas vidas, nomeadamente: Medalha do Concelho em Ouro: Filarmónica Gafanhense / "Música Velha"; Medalha do Concelho em Vermeil: Eng. José Manuel São Marcos Simões (a título póstumo), Dr. Eduardo Júlio Vaz dos Santos, Associação Humanitária Os Amigos de Ílhavo, New Bedford, EUA; Medalha de Dedicação em Vermeil: Manuel Barbosa Almeida (funcionário CMI); Medalha de Mérito Cultural em Prata: José Domingos Ramos Lopes.
Permitam-me que realce a homenagem ao jovem Domingos, pela importância de que se reveste e pelas razões que a autarquia apontou, quando disse: "O Jovem Cidadão José Domingos Ramos Lopes alcançou notoriedade enquanto estudante da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, ganhando vários prémios em provas nacionais e internacionais de Matemática, nomeadamente: em 2002, Medalha de Bronze nas Olimpíadas Nacionais; Medalha de Bronze nas Olimpíadas Ibero-Americanas (El Salvador); em 2003, Menção Honrosa Olimpíadas Internacionais (Japão), Medalha de Bronze nas Olimpíadas Ibero-Americanas (Argentina); em 2004, Menção Honrosa nas Olimpíadas Internacionais (Grécia). Hoje, com 18 anos e estudante de Matemática na Universidade de Coimbra, José Domingos Ramos Lopes constitui um exemplo que interessa divulgar e promover junto dos jovens, pelo seu desempenho como estudante, em especial na importante área da matemática."

Estratégia de Lisboa, estratégia de Páscoa

Mário Pinto, docente da Universidade Católica Portuguesa, escreve regularmente no PÚBLICO, abordando temas de grande pertinência. Por isso, tenho sugerido aos meus leitores a sua leitura, a par de outras que vou apreciando. Hoje apresento mais esta proposta, para quem tiver tempo de ler. Clique aqui, se quiser ler todo o artigo.

Dia Internacional do Livro Infantil

Os leitores também colaboram no meu Blogue. Hoje, publico um texto de Jeanete Conceição, funcionária da Biblioteca Municipal de Aveiro, onde mostra que está atenta ao que por aqui vou escrevendo, sobre aquilo que me parece importante. O texto da Jeanete é um desafio a outros para que também dêem a sua opinião. É na partilha que mostramos a nossa capacidade de estar com toda a gente.
Voltaremos ao tema do Dia Internacional do Livro Infantil, de preferência com a opinião dos leitores. F.M.
Recanto Infantil da Biblioteca Municipal de Aveiro
No próximo dia 2 de Abril, comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil, dia em que nasceu o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, há 200 anos. E porquê só o dia 2 de Abril? Por que não todos os dias serem Dias Internacionais? Promover o gosto pela leitura entre os mais novos (desde a mais tenra idade) deve ser uma tarefa das Bibliotecas, mas também dos familiares e amigos, para que a leitura faça parte das nossas vidas. Quantos sentimentos podemos transmitir, fazendo sonhar as nossas crianças e jovens através da leitura partilhada de um conto, de uma aventura... O livro pode ser o melhor amigo e o melhor companheiro de uma "viagem imaginária", em que as crianças iniciam "viagens" sozinhas e acabam na companhia do "Soldadinho de Chumbo", de "O Principezinho" ou até do famoso "Harry Potter". Os bebés, mesmo não sabendo ler, também descobrem o tesouro que o livro esconde entre a sua capa. O som vindo do soletrar das palavras, o toque das páginas recheadas de cor e cheiro... são pequenas/grandes prendas que podemos oferecer às nossas crianças, não só no próximo dia 2 de Abril, mas todos os dias. Jeanete Conceição

domingo, 27 de março de 2005

Silêncio do Papa comove o mundo

Pela primeira vez nos 26 anos do seu pontificado, o Papa João Paulo II não pôde presidir às cerimónias da Semana Santa nem dirigir a palavra aos peregrinos que se concentraram na Praça de São Pedro, no Vaticano, neste Domingo de Páscoa. Enquanto o Cardeal Ângelo Sodano lia a Mensagem do Papa para este dia, João Paulo II seguia a leitura, folha a folha. E quando tentou falar, no momento sempre esperado da bênção "Urbi et Orbi", a voz não lhe obedeceu. Então, o silêncio que se seguiu, comoveu o mundo, tanto dos crentes como dos não crentes. Simplesmente - como referiu um jornalista -, porque todos pudemos ver quanto a força do Santo Padre é superior à sua própria fé, se tal se pode dizer. E os aplausos calorosos da multidão não se fizeram esperar, com lágrimas de comoção a dizerem-lhe, e a dizerem-nos, quanto o Papa continua a ser amado. Na Mensagem, o Sumo Pontífice pede ao Senhor de todos os dons que nos ensine palavras e gestos de paz. "Paz para a terra consagrada pelo Teu sangue e repassada pelo sangue de tantas vítimas inocentes; paz para os países do Médio Oriente e da África, onde continua a ser derramado muito sangue; paz para toda a humanidade, sobre a qual sempre paira o perigo de guerras fratricidas", sublinhou. Além da urgência da paz, a mensagem do Papa lança um apelo à solidariedade: "Dá-nos [Senhor] também a força de uma solidariedade generosa para com as multidões que ainda hoje sofrem e morrem de miséria e de fome, dizimadas por epidemias letais ou prostradas por desastrosas catástrofes naturais", disse. F.M.