segunda-feira, 21 de março de 2005

DIA MUNDIAL DA POESIA

Hoje, segunda-feira, é o Dia Mundial da Poesia, motivo mais do que suficiente para falar dela. A minha primeira reacção foi oferecer aos meus leitores um poema bonito, de um poeta conhecido ou não. Um poema da minha preferência, daqueles que me enchem a alma e me sugerem a partilha com os outros. Mas não o faço. Simplesmente porque entendo que cada pessoa tem os seus poetas preferidos e, dentre eles, os seus poemas predilectos. Apresentar um e só um, hoje, seria uma heresia. Cada qual que escolha, então, um poema e envolva com ele todos os momentos deste dia. 

A poesia não é só um conjunto de palavras ordenadas para nos presentearem uma mensagem, bem embrulhada em ritmo, harmonia e musicalidade. Ela é também uma flor bonita, um sorriso de criança, a ternura de um idoso, o encanto de quem ama, a solidariedade de gente generosa, uma paisagem que nos leva a sonhar. 

A poesia está em toda a parte: na amizade que damos, na natureza sempre em busca da Primavera, nos regatos silenciosos que alimentam rios e mares, no universo e nos seus segredos, no mundo microscópico e macroscópico que nos eleva até ao Criador. 

A poesia está a meu lado, de manhã à noite, quando me deito e quando me levanto. Envolve-me quando procuro ser bom e foge de mim quando ignoro os outros. A poesia é a vida feliz que experimento constantemente e até a vida com os seus momentos menos alegres. 

A poesia merece, pois, um Dia especial. Para olharmos para ela, para a divulgarmos, para a criarmos. Todos temos dentro de nós poesia à espera de nascer. À espera de desabrochar. À espera que aprendamos a oferecê-la aos outros. A poesia é o nosso amor por uma humanidade mais fraterna.

Fernando Martins 

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A Força da Fé

Penso que todos, crentes e não crentes, reconhecem a força da fé que anima o Papa João Paulo II. Nos mais diversos momentos do seu longo pontificado, o Papa mostra ao mundo a sua capacidade de amar, num espírito evangélico nunca regateado. Ele quer estar em todas as circunstâncias com os que sofrem, com os tristes e angustiados, com os deserdados da sorte, com os que procuram a verdade, a justiça, a liberdade e o amor. Mesmo quando ele próprio sofre. Depois da operação melindrosa a que foi submetido e quando muitos auguravam longo tempo de repouso e de restabelecimento, João Paulo II não desiste de estar com o povo. Ontem, mais uma vez, veio ao encontro dos mais de 50 mil peregrinos que o esperavam na Praça de São Pedro. Não para falar, mas para os ver. E não deixou, talvez com muito sacrifício, de os abençoar, erguendo, bem alto, o ramo de oliveira, o cristão símbolo da paz. 

F.M. 

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Ainda a pobreza em Portugal

Ontem abordei, ligeiramente, o problema da pobreza em Portugal. Como tantas vezes o tenho feito nos mais diferenciados lugares. Disse então, como pode ser confirmado, que no nosso País há 200 mil portugueses a passar fome, no dia-a-dia, de portas abertas, uns, e escondidos, outros. Talvez a maioria, neste último caso. 

De cada vez que há eleições, os políticos garantem que o problema da pobreza vai ser tarefa prioritária do Governo. Mas, apesar dessas promessas, o problema persiste, escandalosamente. A nossa sociedade está habituada a pensar, e disso faz ponto de honra das suas reclamações, que é tarefa dos governantes erradicar a pobreza das nossas comunidades. 

Mesmo as instituições vocacionadas para isso, que tanto fazem para ajudar os que precisam, não deixam de reclamar mais apoios do Governo. Porém, a sociedade em si, sem alma, continua eternamente à espera que alguém (indefinido) resolva os problema. O que é de lamentar, porque todos somos co-responsáveis. Do Estado podemos e devemos esperar, penso eu, mais facilidades e mais estímulos para que as instituições e as pessoas se ajudem mutuamente nos momentos difíceis, segundo o princípio da solidariedade e da caridade cristã. 

O Estado não pode fazer tudo. Porque não tem meios, porque não está próximo das pessoas, porque não sente os dramas dos pobres envergonhados. Graça Franco, jornalista da Renascença e cronista do PÚBLICO, escreveu hoje, neste jornal, a propósito da pobreza que existe entre nós: "Eng. Sócrates se tiver de esquecer uma das suas promessas deixe lá os impostos. Se for preciso suba-os mas não deixe de cumprir a promessa de combater a pobreza e a exclusão social. Se as nossas consciências não respondem porque ficaram do tamanho das cabecinhas de alfinete... agitem-nos as carteiras!" Subscrevo, obviamente, esta proposta. 

Fernando Martins

domingo, 20 de março de 2005

Mais portugueses com fome

Um ano depois de mostrar ao País e às pessoas mais desatentas que há cerca de 200 mil portugueses a passar fome, o PÚBLICO voltou hoje, domingo, a alertar para a realidade de que esse número está a crescer. Porque me parece que o tema não pode cair no esquecimento dos políticos, em particular, e de todos nós, em geral, não resisti à ideia de vir partilhar com os meus amigos da blogosfera esta inquietação, propondo a cada um a reflexão que se impõe, tendo por meta, de alguma forma, minimizar o problema. Cinco páginas e o Editorial do director José Manuel Fernandes são elucidativos sobre a situação dramática em que vivem muitos dos nossos concidadãos. O desemprego, os ordenados baixíssimos, as reformas de miséria, o endividamento de famílias, mães que trabalham com a prole, exclusivamente, a seu cargo, ordenados em atraso, encerramento de fábricas, entre muitas outras razões, estarão na base da pobreza em Portugal. Defende o director do PÚBLICO que o “Estado pode e deve criar novos e melhores mecanismos de solidariedade, tanto para assistir às situações extremas onde a pobreza é mesmo uma fatalidade (como é o caso de muitos idosos), como para apoiar os que ajudam a recuperar quem está nas margens da sociedade. Mas não se deve esperar ou exigir do Estado que cuide de todos, até porque isso geraria dependências que apenas agravariam os ciclos de pobreza. Deve-se sim estimular, apoiar, participar, financiar, as organizações que estão no terreno e fazem com muito pouco imenso – o imenso que torna menos imensa a brutalidade das realidades a que hoje regressámos nas páginas do PÚBLICO”. Estou mesmo em crer que, se todos os órgãos de comunicação social se debruçassem sobre estas questões, em vez de se entreterem e nos entreterem com futilidades e politiquices, tudo poderia mudar a curto e médio prazo. E como o actual primeiro-ministro José Sócrates afirmou, em Janeiro deste ano, que “A palavra pobreza vai voltar ao dicionário da agenda política em Portugal”, vamos todos acreditar, positivamente, que vai ser mesmo assim. Fernando Martins

sexta-feira, 18 de março de 2005

Aristides de Sousa Mendes perpetuado em Jerusalém

Aristides de Sousa Mendes, Cônsul de Portugal em Bordéus durante a segunda guerra mundial, foi perpetuado, hoje, no Museu do Holocausto, em Jerusalém, por ter salvo mais de 30 mil judeus das perseguições nazis, pondo em risco a sua sobrevivência como diplomata. Presentemente, são centenas de milhares os descendentes dos que escaparam das garras da Gestapo e da SS de Hitler, que os perseguiam pelo simples facto de serem judeus. Aristides de Sousa Mendes, que foi exonerado das suas funções pelo Governo de Salazar, acabou por morrer na miséria, unicamente por ser fiel às suas convicções humanistas e cristãs. E não há registo de se ter arrependido pelo que fez. Honra, por isso, à sua memória. Que o seu exemplo sirva a todos os indecisos, para que assumam, sempre, posições compatíveis com os seus ideais, em direcção a uma sociedade mais humanizada. F.M. «««««««««««««««««««««««« Porta aberta a todos Nesta "porta" que encontrei na Biblioteca da Figueira da Foz, só posso congratular-me com o que tenho visto. Muita gente, a qualquer hora, procura cultivar-se. Novos e menos novos, estudam e lêem, ouvem música, frequentam a Net e consultam livros e jornais. Estudantes universitários e outros, aposentados e profissionais dão vida a este espaço cultural, que se enquadra num todo que engloba o Museu Santos Rocha, grande arqueólogo figueirense, e o Centro de Arte e Espectáculos. Vale a pena passar por aqui uma tardes e ver que, afinal, há muita gente que procura cultivar-se, nas horas vagas. F.M.

quinta-feira, 17 de março de 2005

Férias

Durante uma semana, estarei longe do meu local de trabalho. Por isso, só voltarei a este espaço se encontrar pelo caminho uma "porta" por onde possa entrar, para partilhar, com os meus amigos, o que de bom há no nosso mundo.
Fernando Martins

Mensagem Pascal do Bispo de Aveiro

Louvado o Senhor da Páscoa, 
alegria e força de quem crê 


Eu sei, Senhor, que a Páscoa é a Festa, da minha alegria e da minha fé. Sei-o desde criança, mesmo sem entender por que era assim. Mais tarde percebi que não podia ser de outra maneira. Porque a Páscoa, Senhor Jesus, assim o creio, é, pela Tua Ressurreição, a vitória definitiva sobre a morte. É a Vida, por inteiro, oferecida a todos, por igual. Assim, fui e vou experimentando, em mim e à minha volta, que a Tua Páscoa é fonte inesgotável de alegria, certeza perene de amor, sentido iniludível de paz, fundamento inquebrantável de esperança, garantia definitiva de vida, vida que é sempre dom e festa.
Já não sei viver sem a Tua Páscoa, Senhor da Vida, sem a alegria que dela brota, sem a certeza de Ti, sempre vivo, que a tudo dás sentido. Pela Tua Páscoa e a descoberta de nela eu ter lugar, ouvi, um dia, o convite para Te seguir, joguei contigo a vida que me deste, fui aprendendo, a teu jeito, a fazer dos outros o meu caminho, e a amar o tempo e a sociedade, em que me é dado viver. Por isso, cantarei, cada dia, a alegria da Tua Páscoa, Senhor! Cada dia agradecerei a graça da Tua Páscoa. Cada dia do meu viver, sentirei a certeza da Tua Páscoa, nos desafios que me tocam, na luta dos irmãos, nos sonhos da humanidade... 
Páscoa de Cristo, festa do coração e da alegria sem limites! Luz nova que esclarece, purifica, compromete! Bendita Páscoa, que liberta de medos e tristezas, de injustiças e mentiras, de dores sem sentido, de amor sem misericórdia, de passos mal andados! 
Bendita Páscoa, que a todos une, como irmãos, a todos abre novos caminhos de vida! Páscoa de Cristo, minha Páscoa e nossa Páscoa! Alegria de Cristo, minha alegria e nossa alegria! Luz de Cristo, minha luz e nossa luz! Vitória de Cristo, vitória de todos quantos crêem, que só Ele é o Senhor!

António Marcelino, Bispo de Aveiro

LEITURAS

No Correio do Vouga pode ler o artigo de D. António Marcelino, intitulado “Liberdade e vida, inseparáveis e nunca concorrentes”. De Acácio Catarino, “Quatro patamares da política social”. Pode ainda ler “Em busca da casa comum”.

ÍLHAVO, VAGOS E MIRA unidos na defesa da FLORESTA

Os municípios de Ílhavo, Vagos e Mira avançaram com uma Comissão Intermunicipal da Floresta. Num tempo de seca, como não se via há muitos anos, os técnicos admitem a intensificação dos fogos florestais no próximo Verão. Aliás, ainda não estamos na Primavera e esse flagelo já apareceu no nosso País, causando estragos incalculáveis. Esta Comissão, a todos os títulos louvável, pretende, para além da gestão dos meios de combate aos fogos florestais, apostar na preservação da Floresta a todos os níveis. A Câmara Municipal de Ílhavo informou, entretanto, que vai mobilizar jovens para acções de vigilância e limpeza da conhecida e centenária Mata da Gafanha, durante as férias escolares do Verão, depois de uma preparação prévia, a ministrar pelos Bombeiros de Ílhavo.