domingo, 20 de fevereiro de 2005
Leituras para este domingo
Não fiquemos manietados pela televisão, num domingo como este. A leitura pode elevar-nos muito mais. Por isso, sugerimos:
1 — "Nunca menos do que isso", de Jorge Pires Ferreia, publicado no CORREIO DO VOUGA.
2 — "A Morte da Irmã Lúcia na Televisão", de Frei Bento Domingues, no PÚBLICO.
3 — "Hoje não há política", de António Barreto, no PÚBLICO
RECEITA para experimentar
OITO PASSOS PARA SER FELIZ
1. DAR GRAÇAS PELO QUE SE TEM: Escreva um «diário de gratidão» registando três a cinco coisas pelas quais está actualmente grato - desde as triviais às magníficas. Faça-o uma vez por semana.
2. PRATICAR ACTOS DE BONDADE: Devem ser tanto aleatórios como sistemáticos. Ser caridoso para os outros, amigos ou estranhos, desencadeia uma cascata de efeitos positivos - faz-nos sentir generosos e capazes.
3. SABOREAR AS ALEGRIAS DA VIDA: Atenção aos prazeres momentâneos. Alguns psicólogos sugerem que tiremos «fotografias mentais» dos momentos agradáveis.
4. SER GRATO: Se existir alguém para com quem tenha uma dívida de gratidão, não espere para lhe manifestar apreço.
5. APRENDER A PERDOAR: Deixe esmorecer a cólera e o ressentimento e escreva uma carta a perdoar a quem o tiver magoado ou prejudicado. A incapacidade para perdoar está associada ao pensamento de vingança.
6. INVESTIR NOS AMIGOS E FAMÍLIA: Os relacionamentos pessoais fortes serão o principal factor de felicidade.
7. CUIDAR DO CORPO: Dormir bem, fazer exercício, espreguiçar-se, sorrir e rir melhoram o humor a curto prazo.
8. DESENVOLVER ESTRATÉGIAS PARA ENFRENTAR O STRESSE E AS DIFICULDADES: Uma fé religiosa sadia e crenças como «o que não me mata fortalece-me» podem ajudar.
NB: Conselhos práticos da psicóloga Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia, para se ter uma vida mais satisfatória, publicados na TIME/VISÃO
Foto: Um sorriso
NAVIO-MUSEU SANTO ANDRÉ
Hoje, depois de cada um votar para a escolha dos deputados que nos hão-de representar no Parlamento, proponho uma visita ao Navio-Museu Santo André, que tantas viagens fez aos mares do bacalhau. Foi campeão português na pesca do fiel amigo e o segundo melhor do mundo. Agora, mostra-se no Jardim Oudinot (Forte da Barra) na Gafanha da Nazaré, com histórias para recordar e para contar.
Ao longo de quase 50 anos, foi arrastão salgador e congelador, tendo pescado com redes de emalhar, especialmente nos mares da Terra Nova e da Gronelândia. Pescou fundamentalmente o bacalhau que, depois de salgado e seco, os portugueses tanto apreciam, desde há meio milénio, sendo, por isso, dos maiores consumidores do mundo.
O dia está bonito para passar pelo Santo André e para perguntar aos cicerones tudo o que quiser saber sobre este navio-museu. E depois, desfrute um pouco o ambiente, aprecie a paisagem da Ria e... descanse por ali. À noite, vamos esperar pelos resultados das eleições.
sábado, 19 de fevereiro de 2005
Presidente da República: "em democracia, todas as crises têm uma solução"
A propósito das eleições de amanhã, o Presidente da República, Jorge Sampaio, afirmou que, "em democracia, todas as crises têm uma solução". Por isso, estas eleições têm "uma importância acrescida". Disse que "Portugal está numa encruzilhada" e que, neste momento, " a escolha da melhor forma de responder à crise portuguesa está nas mãos dos cidadãos".
"Confio no sentido de responsabilidade do eleitorado, na sua seriedade, na sua lucidez. Amanhã, vamos votar com responsabilidade cívica e confiança na nossa democracia e no nosso país. Estou certo de que a escolha dos portugueses será, como no passado ficou demonstrado, a boa escolha para Portugal", acentuou Jorge Sampaio.
O Presidente da República considerou que "nem todos os responsáveis políticos e analistas fazem a mesma avaliação das causas e da sua caracterização, da sua extensão e da sua profundidade" , mas também é verdade que "nenhum deles nega, porém, a sua existência e a necessidade imperiosa de lhe responder com reformas estruturais e com medidas urgentes e eficazes. Todos concordam que não é possível deixar andar, como se nada fosse".
A concluir, adiantou que votar é, sem dúvida, uma forma fundamental e consequente de afirmar o nosso empenhamento para ultrapassar as dificuldades. "Portugal exige-o de todos nós. A indiferença e o alheamento da vida da comunidade não resolvem nenhum problema. Pelo contrário: com indiferença e alheamento todos os problemas se multiplicam e se agravam", garantiu.
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João César das Neves diz o que pensa sobre a sexualidade
O economista e professor da Universidade Católica Portuguesa, João César das Neves, foi acusado em tribunal por ter feito certas afirmações, que algumas organizações homossexuais consideraram difamatórias. Para ficar a saber o que se passou e para ficar esclarecido sobre as suas posições, pode ler no INDEPENDENTE a entrevista que ele concedeu a este semanário.
Ainda a CASA DO GAIATO
O ministro da Segurança Social, Família e Criança, Fernando Negrão, já assinou o despacho que constitui a comissão de acompanhamento da Casa do Gaiato e revoga, ao mesmo tempo, o despacho de 28 de Junho de 2004, que suspendeu a entrega de menores à Casa do Gaiato (CG). Num artigo de António Marujo, no PÚBLICO, o problema da Casa do Gaiato volta a ser notícia. Artigo para ler, para estarmos atentos e para descobrirmos formas de colaborar. A Casa do Gaiato e o seu espírito não podem morrer, porque nasceu por amor.
Foto: Visita à Casa do Gaiato
AUGUSTO GIL - BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...
É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...
É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos... enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
– e cai no meu coração.
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos... enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
– e cai no meu coração.
Augusto Gil
NB: A seca que o país está a sentir trouxe-me à memória, nem sei porquê, este poema de Augusto Gil que, na minha infância e juventude, tanto gostava de recitar. Aqui partilho com os meus amigos esta linda balada, na esperança de que outros a releiam com o mesmo gosto com que eu a reli.
F. M.
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