Ana Beatriz Ribau, 17 anos, sente que as artes dão liberdade à sua vida. Apresenta-se como uma jovem "otimista, alegre e faladora", que gosta de estar viva, aprender e experimentar o novo. No palco ou na plateia "não pára um segundo", como diz a mãe Anabela.
Aos seis anos integrou o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, motivada pelos dois irmãos mais velhos, Ricardo e Tiago, que já lá andavam. Porém, a paixão pelo folclore germinou com as visitas às romarias de Ponte de Lima que fazia com a avó materna, Laurinda, que nasceu e viveu naquela vila minhota, antes de se mudar para a Gafanha da Nazaré, onde construiu família.
O folclore trouxe à juventude de Beatriz, como gosta de ser chamada, “aprendizagens e vivências muito ricas”. Nas suas palavras: “Aprendi a conhecer as raízes, as tradições e a história da minha região, aprendendo danças, músicas e trajes que transportam a sua identidade. Desenvolvi também habilidades como trabalho em equipa, disciplina e respeito pelas diferenças culturais”.
Ao longo de 11 anos, já soma mais de 130 atuações, momentos que, para além da dança em palco, significaram “aumentar a amizade, o companheirismo, a alegria, o orgulho pelas tradições e o crescimento pessoal”. Uma das recentes atuações foi no espetáculo “Pé na Terra, Cabeça no (M)ar”.
A sua agenda exige muita organização. O folclore envolve ensaios semanais de duas horas, jantares de angariação de fundos e o Cantar das Janeiras, em janeiro. Para além do folclore, participa também na Associação Cultural das Pestinhas, joga voleibol no Desporto Escolar e participa no projeto das Escolíadas.
À pergunta sobre o sentido do folclore, responde: “Para mim, o folclore significa identidade e ligação. É uma forma de preservar e valorizar as tradições dos nossos antepassados, mantendo viva a essência da cultura da nossa região. Através do folclore conecto-me com outras pessoas que partilham este mesmo amor pela cultura. Mais do que danças e músicas, o folclore é uma herança viva que diz quem somos e nos ensina a valorizar as nossas origens enquanto olhamos para o futuro.”
Ana Beatriz está no 12º ano de Ciências Socioeconómicas, na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, e no próximo ano tem como objetivo ingressar na licenciatura de Multimédia e Tecnologias da Comunicação na Universidade de Aveiro.
O Jardim Oudinot marca a sua infância, principalmente no verão, onde as tardes de domingo eram vividas neste lugar de natureza. Tem como lema de vida nunca desistir: “As dificuldades fazem parte do caminho, e nunca devem ser um motivo para desistir dos sonhos e objetivos. Temos que ser resilientes e acreditar que, com esforço e determinação, é sempre possível superar desafios.” Por isso continua a lutar pelo seu sonho de criança de viver da arte e mostrar o seu talento pelo mundo.
NOTA: Texto e Foto de Revista ÍLHAVO - Dezembro de 2024.