O mar. O mar novamente à minha porta.
Vi-o pela primeira vez nos olhosde minha mãe, onda após onda,
perfeito e calmo, depois,
contras as falésias, já sem bridas.
Com ele nos braços, quanta,
quanta noite dormira,
ou ficara acordado ouvindo
seu coração de vidro bater no escuro,
até a estrela do pastor
atravessar a noite talhada a pique
sobre o meu peito.
Este mar, que de tão longe me chama.
que levou na ressaca, além dos meus navios?
Eugénio de Andrade
In POESIA, edição Assírio & Alvim