Eu sou um rural. Gosto do campo e da sua simplicidade. Comungo, com verdade, a natureza e dela recebo a imensa riqueza que ela nos oferece. As cores, os cheiros, a serenidade, a liberdade e a proximidade que nos inspira. As pessoas são a nossa família mais alargada. Antigamente, os mais velhos eram todos tios e tias.
Se é indiscutível que tenho na alma e no sangue o mar e a ria, que me viram nascer e crescer, também é certo que a serra me fascina desde menino, quando ao longe divisava os seus contornos para mim misteriosos. E quando pela primeira vez pisei solo serrano fiquei extasiado, sem fala.
Em casa, não dispenso o quintal, não para dele cuidar que as forças já não o permitem, mas para apreciar o que da terra brota e as árvores oferecem.
Hoje andei a contemplar as laranjeiras e os limoeiros, as macieiras e pereiras, mas também os pinheiros e vários arbustos que a Lita plantou. Há árvores e outras plantas que definham e morrem. Tal como as pessoas.
F. M.