De vez em quando dou-me à tarefa de arrumar os livros das minhas estantes, sabendo à partida vou encontrar livrinhos perdidos no meio de outros de lombadas grossas. Desta vez coube a sorte a “ESBOÇO DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PARDILHÓ”, com o antetítulo “O Almocreve da Tia Rendeira”. Veio em boa hora e já o saboreei com prazer.
O autor, Mário de Oliveira Saleiro, nasceu em 1912 e cursou a Escola da Vida. Foi barbeiro, almocreve, operário da construção civil e empreiteiro. Em 1940 emigrou para o Brasil, que conhece bem por ter sido viajante comercial.
O professor e historiador Ary Rodrigues da Matta disse, sobre o livro e o autor: “Se me perguntasse qual a melhor fórmula de bem conhecer e bem compreender Portugal, eu responderia: marque um encontro em terras lusas com Mário de Oliveira Saleiro, montanhês e cidadão de Pardilhó.” E acrescentou: ”Não se trata, apenas, de uma forma de cortesia. A fórmula é legítima e decorre de minha experiência pessoal, quando viajei, a seu convite, de Lisboa até Guimarães, com três pernoites em Pardilhó, seu burgo natal”.
O autor cita José Maria Gabriel, Júlio Ramos, Francisco Fateixas, entre outros, indicando-os como autores da “grandeza artística da nossa terra [Pardilhó], no ramo da construção naval”.
Fernando Martins
Nota: Se tiverem vagar, procurem ler ou reler este livrinho. A leitura fez-me evocar os tempos em que passei férias em Pardilhó na casa que foi das Oliveiras, tias da Lita, minha esposa.