Ana Luísa Amaral, a poeta que faleceu em 5 de agosto de 2022, deixou uma obra que vale a pena ser lida e relida. Infelizmente, não voltará a partilhar novos poemas, mas os que deixou, compilados em livro de mais de mil páginas, merece estar sempre à mão para leituras e releituras.
Quem gosta de poesia tem mesmo de ter por perto o seu livro “O olhar diagonal das coisas”, editado pela Assírio & Alvim.
Não sendo crítico literário, nem para lá caminho, nunca poderia fazer apreciações eruditas. Apenas digo que, se puderem, leiam Ana Luísa Amaral.
Aqui partilho um poema do seu livro.
Mas diz-me como
se trago sobre mim
pano de linho
tingido de mil céus?
Se continuo a amar
o meu olhar ao espelho
nele passeio os olhos
como em longo deserto
vagueia o peregrino?
Mas sobretudo
se não ecoa em mim
o nome que me dás
nem o meu sim
ressoa
em nitidez de sino?