Penso que imensas vezes esquecemos quem nos marcou pelos motivos mais diversos. Hoje. porém, veio à minha memória um bispo que me marcou, D. António Marcelino, que faleceu em 9 de outubro de 2013, há, precisamente, 10 anos.
Um dia, sem eu contar, nem sonhar, convidou-me para frequentar um curso direcionado para a formação de Diáconos Permanentes, à semelhança do que já tinha acontecido no nosso país. Estranhei o convite, mas logo adiantei que tal ordenação não estava nos meus horizontes.
D. António adiantou, de imediato, que, para já, seria apenas a frequência do curso. E aceitei. Tempos depois, fomos conversando e um dia desafiou-me a assumir a ordenação, até porque o que eu fazia na minha comunidade paroquial, a Gafanha da Nazaré, já era serviço diaconal. E fui então ordenado.
Confesso que nem sempre o ouvi com a devida atenção, por questões temperamentais, mas não posso ignorar que a sua determinação, ousadia apostólica e uma fé esclarecida deixaram marcas indeléveis na minha forma de estar no mundo e na Igreja.
Fernando Martins