Ter de escrever todos os dias não é tarefa fácil. Impus a mim mesmo essa obrigação para me sentir vivo e para não deixar adormecer o cérebro, mas nem sempre descubro motivos para me sentar e teclar no computador. E quando assim é, fico a olhar para o céu na esperança de me cair em cima uma ideia interessante, que de vez em quando chega, aliás.
Caminho à volta de casa com o propósito de desentorpecer os músculos e salto de seguida para a leitura do PÚBLICO que assino. Fico perplexo com as notícias dos esquemas de corrupção e protesto contra a indignidade de tantos compatriotas que não ouvem nem veem os gritos de tantas famílias com salários que não chegam para a renda de casa e para e matar a fome aos filhos. E o dia fica estragado.
Chego ao fim de mais um dia sem conseguir descortinar uma ideia revolucionária capaz de mudar o mundo das injustiças que nos cercam. Muito menos o mundo das guerras e das catástrofes naturais que assolam o planeta desde que nasci.
F. M.