Acompanho, como sempre acom-panhei, sobretudo desde a conquista da democracia com o 25 de Abril, a vida política nacional e regional.
Tenho uma visão muito positiva da nossa democracia, associando a todos os órgãos nacionais e autárquicos a honestidade e dedicação dos políticos eleitos e outros, louvando os seus esforços por cumprir bem as suas funções. Admito que errar é próprio do ser humano, mas não posso ficar calado perante a avalanche de corrupção que tem saltado para os órgãos da comunicação social, nomeadamente a nível governamental e autárquica.
As demissões sucedem-se e os escândalos deixam-nos boquiabertos. Os negócios escuros, as luvas e benesses que pagam favores e as prendas que ninguém imagina enchem página de jornais e as rádios e televisões exibem as caras dos corruptos sem vergonha. Por norma, negam tudo, porém, são presos, julgados e por norma condenados.
Decreta-se a obrigatoriedade de os escolhidos para as funções políticas assinarem compromissos de honra, mas ignora-se que os criminosos, quando agem, nunca admitem ser apanhados pela justiça. E assim vai Portugal.
Fernando Martins