sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Santa ignorância

A propósito do feriado 
do 1.º de Dezembro

Foto Google

A propósito do feriado que se celebra no primeiro dia de Dezembro, confirmei a ignorância de alguns portugueses sobre a nossa história. Que grande confusão anda na cabeça de alguns. Dizerem que nesse dia se celebra a fundação de Portugal, o 25 de Abril ou a morte do rei D. Carlos traduz bem o desinteresse de alguns pelo nosso passado histórico. Aqui, não posso deixar de lamentar a falha das nossas escolas. Não vejo outras razões.
Eu sei que há lapsos de memória, mas é lamentável que no próprio dia 1 de Dezembro, ao sentirem que era feriado nacional, nem ao menos houve a preocupação  de saber a razão do fecho das escolas e das empresas. Francamente!

2 comentários:

  1. A escola nunca pôde desligar-se da linha cultural da sociedade em que está inserida. Quando o fez, desligou a sociedade para a respeitar no seu papel preparador do futuro.
    O que vai sucedendo, infelizmente, e olhando para o caso concreto da ignorância do nosso povo (seria mesmo interessante promover estas «vox populi» junto da juventude universitária) é o resultado da forma como o próprio País (digo «Governo») encara a importância da formação escolar, reduzindo ao mínimo as responsabilidades dos alunos na relação com as exigências diariamente colocadas. E mais depressa um professor é chamado a explicar uma intervenção oportuna (por regra, frustrante dos interesses imediatos dos alunos) que um aluno a pagar um estrago de material comprovado por vinte e tal olhares. Nisto, pergunta-se: então o Regulamento Interno não é para se cumprir e fazer cumprir?
    E que dizer das direções escolares, quais câmaras de eco, na linha do cumprimento das ordens superiores, lá se vão perpetuando nos cargos, apesar da mísera experiência de dirigismo de muitos... voltamos a navegar à vista, por não estarmos realmente apetrechados das aprendizagens realmente úteis, considerando a estafada discussão do conceito de utilidade continuamente relativizada - outro erro muito grave do nosso tempo.
    E que dizer das famílias, quantas vezes apenas empenhadas em dar sustento aos filhos e em saber que alguém vai olhando por eles... e que eles um dia (talvez!) podem não ser capazes de o reconhecer, retribuindo a dedicação e respeito...
    E que dizer da comunicação social, arredada da função pedagógica que sempre a deve nortear, quantas vezes afoitada em marcar presença neste ou naquele lugar sem significativa relevância noticiosa, mas capaz de entreter audiências pelo tempo que entende, porque é aí que a ignorância reside... Neste âmbito, lembro o destaque que os meios de difusão deram à profanação de estátuas, como se a História dependesse de uma determinada ideologia mal consolidada e exclusivamente individualista, quando sabemos que estes movimentos emergentes seguem lideranças já de si ignorantes.
    E ela persiste onde a noção de responsabilidade (sobretudo social) fica encurtada, por via da acentuada fragilização do conceito de «conhecimento».

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    1. Obrigado pela partilha. Só tenho pena de não ter assinado o que muito bem escreveu.

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