Gosto de falar de livros e de os divulgar por serem, imensas vezes, fontes de saberes. Sem eles, muitas das nossas tradições cairiam no esquecimento. Hoje, por isso, vou divulgar um livro de Gastronomia, “Samos, Caras e Línguas – A Gastronomia do Festival do Bacalhau”, numa edição da Câmara Municipal de Ílhavo.
Como todos sabemos, pertencemos a uma região que aprecia sobremaneira o bacalhau, havendo, ao que se diz, mil e uma maneiras de o cozinhar. E não foi por acaso que a Câmara de Ílhavo e a Confraria Gastronómica do Bacalhau avançaram, há anos, com a organização de um festival que tem por rei mor o Fiel Amigo. As receitas fundamentais desta obra foram apresentadas pelas diversas instituições que têm participado no festival, onde o bacalhau é tido e tratado como alimento de penitência e ícone português (no dizer de José Manuel Sobral da Universidade de Lisboa) no mês de agosto, na sala de visitas que é o Jardim Oudinot.
São 15 instituições do nosso concelho que mereceram a honra de confeccionar outras tantas receitas, que tradições ancestrais nos legaram, agora cuidadosamente tratadas pelo gosto e saber de atuais cozinheiros. Para além das postas tradicionais, os reis deste livro dão pelo nome de Samos, Caras e Línguas, que se exibiram com sabores de excelência. E fica nas nossas mãos o desafio de recriar os pratos que herdámos dos nossos avós.
Fernando Martins