que funcionem para sempre
Manuel Alberto Valente, editor e escritor, publica semanalmente, na E (revista do EXPRESSO), uma crónica interessante, que tem por título O outro lado dos livros, cuja leitura não dispenso. Aborda questões obviamente relacionadas com o que se tem editado, o que se editou há anos, mas também conta histórias vivenciadas com escritores e escritoras com quem se encontrou ao longo da sua vida de editor.
Na revista de 15 de Julho, Manuel Alberto Valente diz que a coleção RTP é constituída por cem livros, começando por “Maria Moisés” de Camilo e terminando com “Os Lusíadas” de Camões. Sublinha na sua crónica que “foi um extraordinário sucesso, tendo vendido 15 milhões de exemplares” na década 1970, sendo hoje “impossível de repetir”.
O editor, que conhece bem o mercado dos livros, adianta que, segundo a Pordata, os 15 escudos, preço de cada exemplar, corresponderiam hoje a 5 euros. A venda apoiou-se numa máquina bem montada, com carrinhas e 3500 postos de venda, quando não havia mais de 600 livrarias no país. Refere também, entre outras considerações pertinentes, que “não há receitas que funcionem para sempre”.
Como fui um dos que adquiriram a coleção na altura e como era novo, com saúde e gosto pela leitura, li e guardei a minha primeira coleção de livros que ilustra este texto.
Fernando Martins