Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo de Páscoa
«Alegra-te! Em Jesus ressuscitado, a esperança renasce continuamente. Outro mundo é possível e urgente! Já.»
Maria Madalena, Pedro e João são as pessoas humanas que o evangelho de hoje nos apresenta a movimentarem-se em torno à sepultura de Jesus e a dar conta de que algo anormal aconteceu. Jo 20, 1-9. Ela vai de manhãzinha ao túmulo e encontra removida a pedra de entrada, fica perplexa e decide-se ir a correr dar a notícia a Simão Pedro e ao outro discípulo. Estes vão verificar e confirmam o sucedido. E Jesus ressuscitado surpreende-os no caminho.
“Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo? Ressuscitou. Não está aqui”, anunciam às mulheres dois homens vestidos de branco irradiante. Lc 24, 5~6.
“A fé na ressurreição tem dois aspectos, comenta a Bíblia Pastoral. O primeiro é negativo: Jesus não está aqui. Ele não é um falecido ilustre, ao qual se deve construir um monumento. O sepulcro vazio mostra que Jesus não ficou prisioneiro da morte. O segundo aspecto da ressurreição é positivo: Jesus está vivo, e o discípulo que o ama intui essa realidade”.
A Páscoa de Jesus dá sentido à nossa. Com ela, Deus confirma e dá razão às atitudes de Jesus que anuncia. Uma nova situação é possível, já que todos somos irmãos, por Deus ser nosso Pai, já que é nosso o pão de cada dia, pois todos necessitamos de alimento, já que todos estamos chamados a perdoar com a medida divina.
Com ela, podemos apreciar o alcance do que estamos a viver e a celebrar. Com ela, Deus confirma e dá razão ao amor que Jesus dedica aos esquecidos da sociedade, aos amaldiçoados do povo aos “não produtivos” da riqueza que enche a bolsa dos donos das terras e da pesca e dos impostos que sobre elas recaem.
Ela faz-nos ser uma Igreja que se põe em marcha, que se levanta de madrugada para ir ao encontro do Senhor e o reconhece nos seus predilectos, os pobres e os descartados. Sejamos valentes como aquelas mulheres, ousados como a primeira comunidade, irradiando a luz da fé, da esperança e do amor. Homilética 2022, 2. Carmen Barba.
Esta nova situação começa, agora, a ser vivida por nós. Um dia, será a vez de passarmos para a situação definitiva, a vida nova, a comunhão de todos em Deus. Seremos, então, para sempre, uma família de irmãos que celebra com Jesus a festa da Vida plena no amor e na alegria.
Vive uma Páscoa feliz! Une-te a Jesus Cristo e faz teus os seus sentimentos. Confia no futuro que já está presente e em marcha nas atitudes solidárias que, agora, assumirmos com dignidade e entusiasmo. Alegra-te! Em Jesus ressuscitado, a esperança renasce continuamente. Outro mundo é possível e urgente! Já.
Pe. Georgino Rocha