José Estêvão com esposa e filho
Destes ocasos d’oiro e deste cerúleo mar,
Desta mesma risonha e plácida paisagem,
Quantas vezes, meu Pai, a luminosa imagem
Se reflectiu no teu embevecido olhar!
Era aqui, nesta paz, que vinhas descansar,
Refazer, para a luta, as forças e a coragem,
Vendo a planície verde ao fundo e, sob a aragem,
Brancas, no azul da Ria, as velas deslizar…
Por isso o coração aqui me prende assim!
E, da saudade, quando, ao remorder acerbo,
Tua figura evoco e ressuscito em mim,
Vejo-te errar na praia – emocionante engano! –
Buscando a inspiração do teu ardente verbo
No esplendor do Infinito e o tumultuar do Oceano!
Soneto de Luís de Magalhães,
filho de José Estêvão Coelho de Magalhães,
em que evoca a Costa Nova e o seu próprio pai
In “José Estêvão – Estudo e Colectânea”