Ana Luísa Amaral recebeu esta semana o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, considerada a maior distinção para a poesia dentro daquele espaço geográfico, segundo li no PÚBLICO.
Sobre esta professora universitária, escreveu Lídia Jorge na Revista LER: “é necessário sair da esfera do conforto gramatical herdado, entrar no domínio da sua cultura e erudição, e, sobretudo, na intimidade de um sentimento capaz de passar do microcosmo da domesticidade para o domínio das esferas celestes, uma harpa de mil cordas coordenadas segundo um código que lhe é muito próprio”.
No seu livro Ágora, que li e reli com muito gosto, pode ler-se este poema:
A LESTE DO PARAÍSO
Antes ser tudo e livre
do que bom mas humilde
Assim pensara então
e agira
E o oriente lhe foi destinado:
terra de mil castigos
de difíceis colheitas; mais
suor
Só depois descobriu
que lá o sol nascia
e que podia falar das coisas
todas
Mas com quem?