José Viana da Mota nasceu em São Tomé e Príncipe, a 22 de abril de 1868. Era filho de José António Viana da Mota, farmacêutico e músico amador, e de Inês de Almeida e Mota. Reconhecendo o grande talento que o filho demonstrava, em 1874, o seu pai levou-o a uma audição na Corte. Com apenas 6 anos impressionou de tal forma os monarcas portugueses que logo o colocaram sob a sua proteção.
Concluído o curso no Conservatório de Lisboa em 1882, prosseguiu os estudos em Berlim, onde teve como professores Xaver Scharwenka e Carl Schaeffer. Em 1885 passou uma temporada em Weimar, tendo sido um dos últimos alunos de Frank Liszt. Em 1887 frequentou o curso de interpretação de Hans von Büllow.
A partir de 1900 dedicou-se ao ensino, sobretudo em Berlim, onde fixou residência, porém, o eclodir da I Guerra Mundial levou-o a mudar-se para Genebra onde lecionou na Escola de Superior de Música.
Em 1917 regressou definitivamente a Portugal, tendo assumido a direção do Conservatório de Música de Lisboa, cargo que ocupou até 1938. Nesta instituição foi um dos autores das reformas de 1919 e de 1930, sendo, em 1936, nomeado presidente da comissão encarregue das novas secções de música e de teatro. Entre 1918 e 1920 assumiu também a Direção Musical da Orquestra Sinfónica de Lisboa e fundou, em 1917, a Sociedade de Concertos de Lisboa.
Como docente formou alguns dos mais célebres pianistas portugueses, como Campos Coelho, Helena Sá e Costa, Maria Cristina Lino Pimentel, Elisa de Sousa Pedroso, Nella Maissa e o compositor Fernando Lopes-Graça. O seu enorme talento foi reconhecido na Alemanha com o título de Hofpianist por Carlos Eduardo de Saxo-Coburgo-Gota. No nosso País, foi distinguido com o título de Grande-Oficial Militar de Santiago da Espada, de Grande Oficial da Ordem Militar de Cristo e ainda com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago da Espada.
Deixou uma vasta obra, da qual destacamos algumas obras onde se distingue como um dos pioneiros do nacionalismo no âmbito da composição musical: Sinfonia à Pátria (1894), Canções Portuguesas (1893-1895) ou Invocação dos Lusíadas (1897-1915).
Faleceu, em Lisboa, a 1 de junho de 1948.
Informação Histórica do Topónimo
1. Trabalho do CDI da CMI, integrado no projeto "Se esta rua fosse minha";
2. Na Gafanha da Nazaré, encontramos a Rua Viana da Mota. Este topónimo é referenciado na documentação administrativa pela primeira vez no Plano Geral de Urbanização das Gafanhas da Câmara Municipal de Ílhavo, em 1984;
3. Foto do Google.