Um
investimento de 5,6 milhões de euros
O Forte Novo ou Castelo da Gafanha, também conhecido por Forte da Barra de Aveiro, vai ter vida nova. Uma sociedade imobiliária, AM+PM, sediada em Coimbra, com atividade no setor hoteleiro, foi escolhida para a concessão do Forte, na Gafanha da Nazaré, com vista a uma reconversão no âmbito hoteleiro, com 50 quartos, alojamento local e outros projetos de vocação turística, estando previsto um investimento de 5,6 milhões de euros. O concurso foi enquadrado no âmbito do programa REVIVE, pelo prazo de 50 anos, mediante a renda mínimo anual de 6444 euros.
A cerimónia da assinatura do contrato aconteceu nas instalações do Porto de Aveiro, no passado dia 28 e outubro, e contou com a presença da Secretária de Estado do Turismo, da Secretária de Estado do Património Cultural, da Presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro (APA), Fátima Alves, e do Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Fernando Caçoilo.
O autarca ilhavense destacou a importância do investimento naquele espaço, tendo sublinhado que este projeto concretiza um «um sonho e uma ambição bem antigos», num espaço nobre na cidade da Gafanha da Nazaré, «carregado de memórias e vivências e que diz muito às gentes da freguesia, do Município de Ílhavo e da própria região».
Fernando Caçoilo ainda realçou a requalificação do Navio-museu Santo André, patente no Jardim Oudinot, como mais valia para quem nos visita, frisando também que o programa REVIVE espelha uma reveladora simbiose entre o público e o privado, que deve ser valorizada e aproveitada para bem do turismo e da identidade cultural.
Entretanto, Fátima Alves, presidente da APA (Administração do Porto de Aveiro), garantiu que vai ser apresentada uma candidatura, em parceria com a autarquia ilhavense e com a Universidade de Aveiro, tendo em vista a requalificação de dois edifícios, armazéns e oficinas da antiga da JAPA (Junta Autónoma do Porto de Aveiro), no sentido de criar «um espaço de memória», no qual se enquadrará a evolução morfológica da região litoral aveirense.
Por sua vez, Álvaro de Melo, em nome dos investidores, garantiu que o empreendimento vai respeitar os valores patrimoniais e ambientais do espaço, considerando as potencialidades do local, bem enquadrado pela ria, ao mesmo tempo que garantiu que o projeto reveste um «namoro de nove anos».
Nesta hora em que se vislumbra uma solução digna para o Forte da Barra, depois de tantos anos de espera, de protestos e de sugestões, perspetivando-se agora um futuro airoso para todo o espaço envolvente, só temos que nos orgulhar pela solução encontrada. E a decisão já prometida da reconversão de dois armazéns para os transformar em espaços de memória, anseio dos que valorizam a importância da história local, será mais um motivo para nos congratularmos.
Fernando Martins
NOTA: Texto publicado no TIMONEIRO de Novembro