quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Por terras de Miguel Torga






(Ler o poema a seguir)

A UM NEGRILHO

Na terra onde nasci há um só poeta
Os meus versos são folhas dos seus ramos.
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.

Esse poeta és tu, mestre da inquietação
Serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

Miguel Torga

Andei hoje por terras de Miguel Torga, o poeta, diarista, contista, novelista e romancista que ocupa lugar de destaque na minha biblioteca. Fui com familiares que me levaram nas asas do sonho a calcorrear montes agrestes de São Martinho de Anta, nas terras transmontanas, em busca de marcas que o escritor nos legou. Com ele nos cruzámos e aqui partilho o que revivi em pensamento.

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