terça-feira, 21 de julho de 2020

Mudar de vida


Tenho andado com vontade de mudar de vida. O confinamento acorda-me para essa necessidade. Então, vem à tona da razão a pergunta: — Mas que fazer e como fazer? 
Penso um pouco, imagino-me a caminhar pelas ruas da Gafanha à cata de assuntos...  e não registo nada de jeito. O mesmo casario com poucas inovações dignas de nota... as ruas, como teia de curvas e contracurvas sem avenidas dignas desse nome, os mesmos rostos fechados, apressados e tensos. Paro e encosto-me à bengala para sentir o calor que veio forte e depressa se escapou... e dou por mim a caminho do ponto de partida, desolado por nada de nobre ter achado. 
Com quem me cruzo, a maioria, garantidamente, já nada diz... e não me diz nada. Vivos com cara de enterro, em jeito de quem procura horizontes de futuro que tardam. Não alimento nem proponho pessimismos. E concluo que o culpado de tudo está no medo em que me sentei pensativo. Amanhã será diferente. Depois direi. 

Fernando Martins

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