É público que o Governo vai apoiar com 15 milhões de euros a comunicação social, pagando publicidade institucional, anunciou o Ministério da Cultura. Pretende assim ajudar um setor que se tem tornado cada vez mais deficitário, o que levaria a uma morte sem honra nem glória. É claro que haverá regras a cumprir, não vá dar-se o caso de o dinheiro cair em saco roto, não contribuindo para um jornalismo de qualidade, como é lógico.
A comunicação social, em geral, está a confrontar-se com a concorrência dos órgãos digitais, que operam em cima da hora, através de textos, imagens e sons quase em direto, um progresso indiscutível a nível informação e formação, que nos satisfaz, embora, como é o meu caso, a nostalgia do jornal e revista em papel não tenha desaparecido. Um diário e um semanário digitais garantem-me janelas bastante amplas para o mundo, estando em permanente atualização. O semanário, no fundo, é diário. Contudo, a saudade e o cheiro do papel ainda não se diluíram. De vez em quando volto a eles, mas o treino ajudar-me-á a esquecer a comunicação social escrita, em papel, até porque já me custa folhear os jornais, sobretudo os que saem com formatos muito grandes para o meu gosto.
O Governo vai, portanto, ajudar os jornais, revistas, rádios e televisões, esperando eu que não se estabeleça uma espécie de compadrio que suscite obrigações para quem recebe os apoios, coisa muito ruim no jornalismo. A independência é um princípio sagrado. Por cá andaremos para ver, se Deus quiser.
Fernando Martins