Escrevi este texto
em fevereiro de 2010
Portugal está cheio de opinions makers. São, quase sempre, os mesmos. E de tal modo nos habituámos a eles, que até já sabemos o que vão dizer, quando os jornalistas atiram as suas questões. De uma maneira geral, são pessoas que falam muito, burilando as frases para criarem impacto. Todos, ou quase todos, afinam pela dependência a que estão sujeitos. E todos, ou quase todos, apostam na crítica fácil, que é dizer mal do Governo, por mais certa que esteja a decisão, ou da Oposição, por mais oportuna que seja a sua proposta. É que a crítica mordaz se torna mais popular e os portugueses, duma maneira geral, gostam que se diga mal de tudo e de todos.
Os opinions makers estão em todas. Nos jornais, nas televisões, nas rádios, nos debates, nas entrevistas, nas mesas redondas. Eles abordam todos os temas e têm respostas para tudo. Raramente dizem que estão por fora do assunto, que não estudaram o problema. E talvez por isso, por nunca deixarem aflitos os jornalistas, são sempre convidados.
Confesso, com toda a franqueza, que muitas vezes desando logo. Vou dar uma volta para a música. Estamos assim. Não há mais ninguém no País?
F. M.