Alexandrina Cordeiro |
Não se sabendo quando, de facto, se concretizou a aplicação do decreto do Bispo de Coimbra da ereção canónica da freguesia, apesar de o Padre João Vieira Resende dizer que tal aconteceu no dia 10 de Setembro de 1910, sabe-se, todavia, que o primeiro Prior da Gafanha da Nazaré, Padre João Ferreira Sardo, batizou, no dia seguinte, 11, Alexandrina, “na Capella da Calle da Villa, d’este logar da Gafanha e freguesia de Nossa Senhora de Nazareth, do mesmo logar servindo provisoriamente de Egreja parochial da freguesia de Nossa Senhora de Nazareth, concelho d’Ilhavo, Diocese de Coimbra”, na qualidade de pároco encomendado.
Alexandrina, a primeira pessoa batizada na nova paróquia, com o assento n.º 2, nasceu em 26 de Agosto de 1910, sendo filha legítima de Domingos Ferreira e de Joana de Jesus, jornaleiros, naturais desta freguesia e nela residentes e recebidos na freguesia de Ílhavo.
O assento n.º 1 apenas apresenta o nome de Maria, sem qualquer outra anotação no corpo da primeira página. Porém, na margem esquerda, debaixo do nome referido, tem a informação de que faleceu a 28-11-1910.
Sobre Alexandrina Cordeiro, como sempre foi conhecida, podemos adiantar que durante toda a vida foi uma pessoa envolvida na comunidade católica, tendo integrado, inclusivamente, uma comissão que se deslocou aos EUA para angariação de fundos destinados à construção do Lar Nossa Senhora da Nazaré.
Frequentou na infância a catequese dada pelo Padre Sardo, que lhe ministrou, depois, a primeira comunhão. E na inauguração da estátua do nosso primeiro prior, no Jardim 31 de Agosto, foi distinguida com a honra de descerrar o monumento, a convite do então Governador Civil de Aveiro, Gilberto Madail. Mulher dinâmica, faleceu em 12 de Outubro de 1995.
E de onde vem este apelido Cordeiro, assumido pela família, já que os seus pais não assinavam tal apelido? Segundo sua filha Dália, o apelido nasceu de seu avô, Domingos Ferreira, que guardava um rebanho antes de casar, imitar na perfeição os balidos dos cordeiros. De tal forma, que o Cordeiro, enquanto apelido, se impôs, passando, naturalmente, para os filhos e netos.
Fernando Martins