José Manuel no seu gabinete na Casa da Música |
Em Dezembro, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) elegeu, para o biénio de 2018/2020, os novos corpos sociais, ficando a presidir à direção José Manuel da Cunha Pereira, que vem dos tempos da fundação. Substitui no cargo Alfredo Ferreira da Silva que liderou o Etnográfico durante 36 anos, com mérito reconhecido.
Como é sobejamente sabido, o Etnográfico surgiu no seio da Catequese Paroquial, tendo como data de nascimento o dia 1 de setembro de 1983 e desde essa altura o atual presidente manteve uma intervenção ativa. O gosto pela etnografia, «de que não percebia nada”, como nos garantiu, começou precisamente aí.
O Zé Manuel, como é mais conhecido, veio para a nossa terra com 14 anos e logo se envolveu nas atividades da Igreja Católica. Daí a sua integração na Catequese, participando, com muito afinco, nas diversas ações, nomeadamente nos espetáculos.
Não sendo um especialista em tarefas de investigação, que não é muito a sua área, assumiu ajudar no que fosse possível, colaborando em tudo o que o grupo programava e levava a efeito. Como não podia deixar de ser, começou a participar em vários festivais de folclore, “onde aprendeu muito, em especial na forma como os grupos e ranchos se apresentavam e organizavam os seus festivais”. E depois, como é natural, procurou incutir no grupo a aposta “de fazer mais e melhor”. Referia-se, concretamente, ao acolhimento, aos almoços ou jantares, aos convívios e ao conjunto de tarefas que uma festa etnográfica exige.
O gosto acicatou-lhe o desejo de contribuir para que o GEGN respeitasse a tradição que os nossos avoengos nos legaram, quer nas músicas e cantares, quer nas danças e trajes. Contudo, frisou que o Etnográfico da nossa terra respeita os conselhos, observações e propostas dos técnicos da Federação do Folclore Português, no sentido de melhorar a qualidade da instituição.
Sobre a renovação dos diversos setores, Zé Manuel reconheceu a importância da entrada dos jovens, porque é preciso treinar, criar interesse, passar a gostar da etnografia, raiz da cultura de qualquer povo. Os jovens vêm de famílias dos atuais membros e amigos, de músicos, cantadores e dançarinos; outros são convidados. Porém, nem todos se adaptam por falta de tempo, já que muitos estudam e trabalham. Os ensaios são da responsabilidade de José Augusto Rocha.
Entretanto, o novo presidente da direção adiantou que o grupo pretende atrair mais visitantes à Casa Gafanhoa, que já passou a estar aberta ao público, para já, às quartas-feiras, das 14 às 17 horas, graças à disponibilidade dos seus membros. Nessa linha, as escolas vão ser convidadas a visitar a Casa Gafanhoa, num esforço de lembrar aos jovens um pouco da vida dos nossos antepassados. E referiu estar convencido de que a Câmara Municipal de Ílhavo vai colaborar em obras de melhoramentos, no respeito pela história da casa, com data dos princípios do século XX.
Zé Manuel fez questão de lembrar que o Etnográfico vai continuar a apostar no Cantar ao Menino, no Cantar das Almas, na participação do Festival do Bacalhau e nos dois festivais que anualmente oferece às populações: o mais antigo, que tem lugar marcado no Jardim 31 de Agosto, e o da festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, com a procissão pela ria, sendo o GEGN o líder da organização.
Fernando Martins