Ascêncio de Freitas |
Cada terra tem as suas figuras típicas e a Gafanha da Nazaré não foge à regra. Da minha memória saltam-me muitas, mas tenho muitas dificuldades de falar delas com receio de magoar alguém. Ficam em banho-maria. Porquê?
Há anos transcrevi, para um jornal, um texto do escritor Ascêncio de Freitas, no qual o consagrado escritor, gafanhão, mas há bastante tempo radicado fora da terra, depois de muitos anos em Moçambique, usou um apelido/alcunha bem conhecido entre nós para retratar uma figura com gosto por uns copitos. Quis, tão-só, mostrar à nossa gente que havia um escritor gafanhão que figurava em antologias moçambicanas, começando a ser mais notado em Portugal como ficcionista.
Ora, esse meu gesto não foi bem compreendido por pessoas que tinham o mesmo apelido/alcunha, mesmo depois de eu explicar que o autor havia saído para Moçambique e que, decerto, levara no seu inconsciente nomes, apelidos e alcunhas.
Tive de mostrar o livro, mas nem assim terão ficado convencidos. Confesso que não sei se Ascêncio de Freitas alguma vez foi incomodado por isso, mas comigo aconteceu o que acabo de relatar.
FM