Do meu quintal |
Hoje acordei tarde. Incómodos de saúde próprios da idade. O sol coado pela vidraça e pelas cortinas inundou o meu quarto, voltado para o astro rei, desde o despontar da aurora até ao seu mergulho no oceano.
Uma volta pelo quintal, galinhas à cata de tudo, árvores de folha caduca ainda adormecidas, um sol acalentador, nada de ventanias, enfim, tudo dentro da normalidade esperada, mostrando que a vida, bonita quanto baste, me enche a alma, animando-me para a luta quotidiana.
É muito agradável cirandar por aqui, sem preocupações de maior, ouvindo cães a ladrar como que a avisar que gostariam da liberdade plena, que isto de morar numa varanda fechada não dá alegria a ninguém, nem mesmo aos animais.
A liberdade é uma sensação muito bonita, que os homens souberam conquistar ao longo de séculos, mas ainda há quem lute por ela sem êxito. Os tiranos, sádicos por natureza, ainda hoje bloqueiam os sonhos de quem quer voar para lá das fronteiras, físicas ou ideológicas, criadas com muros intransponíveis.
08-II-2018