Jesus manifesta grande preocupação em deixar claro aos discípulos o futuro definitivo e a sua articulação com o dia-a-dia da vida presente. Hoje recorre a uma visão profética, antecipando o que vai acontecer. Mateus, inspirando-se em relatos bíblicos solenes, apresenta os ensinamentos de Jesus de uma forma majestática: sentado em trono de glória, à maneira de juiz universal, a convocar todas as nações como um pastor ao seu rebanho, a fazer o discernimento final, a indicar a sorte de todos que será coerente com as decisões tomadas por cada um. É um momento que faz suster a respiração. É um instante que desvenda o sentido da vida e o seu desfecho definitivo, eterno. Sem possibilidades de recomeçar, de voltar atrás.
A imponência do juiz é suavizada pela proximidade e pela ternura do pastor que sem cessar cuida de cada uma, mesmo perdida em vales tenebrosos; pela solicitude que o leva a dar a vida pelo rebanho, a procurar o melhor alimento de que precisa. De facto, Jesus, Rei de Glória, pela ressurreição, é o mesmo que no poço de Jacob conversa com a samaritana e lhe pede de beber, o mesmo que colhe espigas de campo alheio para saciar a fome, o mesmo que se senta à mesa de Zaqueu, o mesmo que não tem onde repousar a cabeça por se ter doado inteiramente pelo bem dos outros. Que prodigiosa manifestação e que assombrosa catequese! A transformação operada na ressurreição confirma e eleva o sentido das acções quotidianas, da relação de convivío, do gesto de ajuda gratuita. Este é o critério decisivo. Cada um semeia no tempo o que colherá na eternidade. Não porque Deus se desinteresse de nós, mas porque respeita incondicionalmente a nossa liberdade. Que responsabilidade assumimos ao sermos livres! Sejamos dignos da confiança que Deus tem em nós e poupemos-lhe o risco de nos ver afastados para sempre do seu abraço de Pai.
O espanto dos convocados é geral. Nem sequer suspeitam do alcance do bem que fizeram aos pobres, de toda a espécie. “Quando é que Te vimos com fome e te demos de comer?” E a lista das obras de misericórdia continua, abrangendo as necessidades fundamentais do ser humano. A resposta não deixa dúvidas: “Sempre que o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, foi a Mim que o fizestes”. Ou o contrário: deixastes de fazer a eles, a Mim o deixastes de fazer. A estes é confirmada a sua opção de afastamento realizada na recusa; àqueles, é reconhecida a sua atitude de bem-fazer e selada com uma grande abraço, acompanhado do convite amoroso: “Vinde benditos de Meu Pai. Recebei em herança o Reino preparado para vós”.
O Papa Francisco, na homilia da missa do Dia Mundial dos Pobres, afirma que “nos pobres "manifesta-se a presença de Jesus, que, sendo rico, fez-se pobre”. Neles, pois, “na sua fraqueza, há uma ‘força de salvação’. E, se aos olhos do mundo eles têm pouco valor, são eles que nos abrem o caminho para o céu, são o ‘nosso passaporte para o paraíso’”. E "para nós, é um dever evangélico cuidar deles, que são a nossa verdadeira riqueza; e fazê-lo não só dando pão, mas também repartindo com eles o pão da Palavra, do qual são os destinatários mais naturais. Amar o pobre significa lutar contra todas as pobrezas, espirituais e materiais". E insistiu que "nos fará bem" lembrar-nos disso. Na verdade, concluiu: "aproximar-se de quem é mais pobre do que nós, tocará as nossas vidas”.
‘Para mim, o que conta na vida? Em que invisto? Na riqueza que passa, da qual o mundo nunca se sacia, ou na riqueza de Deus, que dá a vida eterna?’ Diante de nós está esta escolha: viver para ter na terra ou dar para ganhar o céu. Com efeito, para o céu, não vale o que se tem, mas o que se dá”, conclui o Papa a sua forte interpelação.
Jesus é um Rei surpreendente e desconcertante. Ele, o Senhor da Glória, deixa-nos o exemplo e o apelo, o valor da atenção gratuita e da relação confiante, do sentido das coisas e do seu uso funcional, da solidariedade operativa e da caridade que realiza por amor o que não se faria por preço nenhum deste mundo. Este é o nosso Rei e Senhor. Não desfiguremos o seu rosto. Avivemos os seus traços com as nossas atitudes.
A imponência do juiz é suavizada pela proximidade e pela ternura do pastor que sem cessar cuida de cada uma, mesmo perdida em vales tenebrosos; pela solicitude que o leva a dar a vida pelo rebanho, a procurar o melhor alimento de que precisa. De facto, Jesus, Rei de Glória, pela ressurreição, é o mesmo que no poço de Jacob conversa com a samaritana e lhe pede de beber, o mesmo que colhe espigas de campo alheio para saciar a fome, o mesmo que se senta à mesa de Zaqueu, o mesmo que não tem onde repousar a cabeça por se ter doado inteiramente pelo bem dos outros. Que prodigiosa manifestação e que assombrosa catequese! A transformação operada na ressurreição confirma e eleva o sentido das acções quotidianas, da relação de convivío, do gesto de ajuda gratuita. Este é o critério decisivo. Cada um semeia no tempo o que colherá na eternidade. Não porque Deus se desinteresse de nós, mas porque respeita incondicionalmente a nossa liberdade. Que responsabilidade assumimos ao sermos livres! Sejamos dignos da confiança que Deus tem em nós e poupemos-lhe o risco de nos ver afastados para sempre do seu abraço de Pai.
O espanto dos convocados é geral. Nem sequer suspeitam do alcance do bem que fizeram aos pobres, de toda a espécie. “Quando é que Te vimos com fome e te demos de comer?” E a lista das obras de misericórdia continua, abrangendo as necessidades fundamentais do ser humano. A resposta não deixa dúvidas: “Sempre que o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, foi a Mim que o fizestes”. Ou o contrário: deixastes de fazer a eles, a Mim o deixastes de fazer. A estes é confirmada a sua opção de afastamento realizada na recusa; àqueles, é reconhecida a sua atitude de bem-fazer e selada com uma grande abraço, acompanhado do convite amoroso: “Vinde benditos de Meu Pai. Recebei em herança o Reino preparado para vós”.
O Papa Francisco, na homilia da missa do Dia Mundial dos Pobres, afirma que “nos pobres "manifesta-se a presença de Jesus, que, sendo rico, fez-se pobre”. Neles, pois, “na sua fraqueza, há uma ‘força de salvação’. E, se aos olhos do mundo eles têm pouco valor, são eles que nos abrem o caminho para o céu, são o ‘nosso passaporte para o paraíso’”. E "para nós, é um dever evangélico cuidar deles, que são a nossa verdadeira riqueza; e fazê-lo não só dando pão, mas também repartindo com eles o pão da Palavra, do qual são os destinatários mais naturais. Amar o pobre significa lutar contra todas as pobrezas, espirituais e materiais". E insistiu que "nos fará bem" lembrar-nos disso. Na verdade, concluiu: "aproximar-se de quem é mais pobre do que nós, tocará as nossas vidas”.
‘Para mim, o que conta na vida? Em que invisto? Na riqueza que passa, da qual o mundo nunca se sacia, ou na riqueza de Deus, que dá a vida eterna?’ Diante de nós está esta escolha: viver para ter na terra ou dar para ganhar o céu. Com efeito, para o céu, não vale o que se tem, mas o que se dá”, conclui o Papa a sua forte interpelação.
Jesus é um Rei surpreendente e desconcertante. Ele, o Senhor da Glória, deixa-nos o exemplo e o apelo, o valor da atenção gratuita e da relação confiante, do sentido das coisas e do seu uso funcional, da solidariedade operativa e da caridade que realiza por amor o que não se faria por preço nenhum deste mundo. Este é o nosso Rei e Senhor. Não desfiguremos o seu rosto. Avivemos os seus traços com as nossas atitudes.