Não sendo muito festeiro, não deixo de apreciar e valorizar as tradições que vêm dos nossos ancestrais. Quero sublinhar o verbo valorizar pela simples razão de que os tempos mudam, tal como mudam os gostos e as apetências das pessoas. Por isso, compreendo e aceito mudanças que possam enriquecer as tradições.
Tive pena, mesmo muita pena, quando na Gafanha da Nazaré deixou de se fazer a festa em honra de Nossas Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, no seu dia próprio, 8 de dezembro, ou no fim de semana mais próximo. Era a festa dos bacalhoeiros que nessa quadra já tinham regressado da faina maior.
Voltando à festa de Nossa Senhora da Nazaré, entristeceu-me a falta de mordomos que se empenhassem na organização dos festejos, nomeadamente, na componente profana, como aconteceu este ano. Contudo, no próximo ano já haverá festa, porque se organizou um grupo de homens e mulheres da nossa terra com coragem para avançar. Desejo que consigam não só levar por diante o seu projeto, mas também lhes peço que saibam estimular outros conterrâneos que aceitem seguir o seu exemplo no futuro.