As férias, à partida, estão ao alcance de todos. Não podem ser, nem são, necessariamente, sinónimo de despesas. E podem ser gozadas, procuradas e vividas quando nós quisermos, ao sabor da maré.
Quando falamos de férias, estamos apenas a lembrar que elas correspondem a descanso, suspensão das tarefas profissionais de acordo com as leis oficiais que as regulam, paragens profissionais ou outras para retemperarmos o corpo e o espírito, fuga ao stresse desgastante, hora de reorganização da vida, busca de novos e mais estimulantes desafios, tempo para acertarmos o passo com familiares e amigos, estando garantido que depois delas poderemos encetar no dia a dia equilíbrios que nos rejuvenesçam.
As férias, se quisermos, podem e devem ter momentos contemplativos face à natureza que nos envolve, com os ares puros das florestas, da ria e do mar a alimentarem a nossa alegria de viver e de estar com os outros, tendo por pano de fundo familiares e amigos, mormente os mais idosos, os doentes, os que vivem sós e esquecidos.
Olhando para nós próprios, as férias podem permitir-nos realizar o que tantas vezes adiámos: ler livros que nos enriqueçam o espírito; ouvir a música que nos embala a alma e nos eleva, quantas vezes, até ao divino; ver ou rever um bom filme, que os há para todos os gostos. E o jardim não estará à nossa espera para novos ensaios? E a rega diária não estará a fazer falta? E a recolha de flores para os enfeites sempre agradáveis? E os festivais que pululam por todo o lado não serão desafios oportunos para novos estados de alma? E uns mergulhos no mar ou na ria não agitarão a modorra que o calor nos traz? E com a nossa capacidade criativa não poderemos inventar formas e estilos de vida mais saudáveis? E não estará nas nossas mãos repudiar ódios e raivas, procurando antes cultivar a esperança e levar à prática a fraternidade?
Boas férias para todos.
Fernando Martins