se debruça e me põe vendas
censura aquilo que escrevo
nem me assombra os poemas
Ninguém me paga os versos
nem amordaça as palavras
na invenção de voar
por entre o sonho e as letras
Ninguém me cala na sombra
deitando fogo aos meus livros
me ameaça no medo
ou me destrói e algema
Ninguém me aquieta a escrita
na criação de si mesma
nem assassina a musa
que dentro de mim se inventa
Maria Teresa Horta,
“Resistência”,
in “Poesis”, D. Quixote, 2017
Por sugestão do Caderno Economia do EXPRESSO