Celebra-se hoje, com feriado, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Haverá condecorações e celebrações, numa perspetiva de fixar na memória de todos as grandezas do nosso país, mas também os seus valores, que são os nossos, e os projetos que hão de enformar os vindouros.
Há quem se questione sobre o porquê de no dia 10 de junho se evocar Camões e não outro português, de tantos que houve com grande mérito.
A este propósito, li hoje:
«Em pleno dia 10 de Junho há razão para questionar porque
Afonso Henriques não é o seu símbolo?
(Freitas do Amaral) Justamente porque quando se começou a
assinalar o Dia de Portugal havia ainda aquela "maldição" do Oliveira
Martins lançada sobre Afonso Henriques. Que era um "bronco", um
"estúpido" e um "javali que só sabia marrar e matar",
enquanto Camões estava no seu esplendor. Por outro lado, não era fácil escolher
uma data para ser o Dia de Portugal ligado a um dia especial relacionado com o
rei porque em 1128 ele ganha a Batalha de São Mamede, que durante muitos anos
no Estado Novo foi considerado o início de Portugal. No entanto, essa vitória
foi apenas contra a Galiza e não contra Leão, o que levou que ainda se tivesse
de chegar a 1143. Ainda no Estado Novo, quando Salazar organizou as
comemorações dos centenários em 1940, disse que se comemoravam os 300 anos sobre
a Restauração de 1640 e 800 sobre o nascimento do Reino de Portugal, que ele
punha em 1140 porque julgava-se que datava desse ano o primeiro documento em
que Afonso Henriques se intitulava Rei dos portugueses. Verifica-se mais tarde
que era de 1139. Ou seja, não era fácil escolher uma data, enquanto o 10 de
Junho [data da morte de Camões] foi mais consensual e ficou. Talvez fizesse
sentido se não tivéssemos feriados a mais transformar uma destas datas das
batalhas em data nacional.»
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