Paulo Costa com Fernando Caçoilo |
Saul Gomes com Fernando Caçoilo |
A história de um povo nunca está totalmente escrita
«O peso deste livro é sinónimo claro do peso do nosso município, da grandeza do nosso município», afirmou Fernando Caçoilo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, no lançamento da obra “ÍLHAVO, Terra Milenar”, na segunda-feira de Páscoa, 17 de abril, feriado municipal. A sessão decorreu na Casa da Cultura, antecedendo o concerto pela Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana.
O autarca ilhavense sublinhou que «este livro é marca que fica para além das “modernices” da era digital». Agradeceu a quantos nele colaboraram, «com um abraço do tamanho do nosso farol», e referiu que este «é um excelente projeto que ficará para a história». «Não há dinheiro que o pague!», disse.
Paulo Costa, vereador do pelouro da Cultura da CMI e Diretor Executivo do projeto que culminou com a edição da obra de 600 páginas, afirmou que “ÍLHAVO, Terra Milenar” se assumiu como «uma motivação, um espaço de encontro e discussão para todos aqueles que tivessem gosto pela história de Ílhavo». E adiantou que a obra nasceu com «uma investigação profunda, sistemática, consistente, alargada, abrangente, não condicionada por ideias preconcebidas» sobre as origens de ílhavo e sobre o seu desenvolvimento ao longo dos séculos.
Este trabalho «foi construído por várias mãos, com o objetivo de ir mais atrás dos quase mil anos da história documentada de Ílhavo», tendo sido realizado durante três anos, com a envolvência do CDI (Centro de Documentação de Ílhavo) e do CieMar (Centro de Investigação e Empreendedorismo do Mar), a quem agradeceu o bom contributo de todos os que nele se envolveram. Paulo Costa frisou que esta obra «é um marco da nossa história recente», garantindo que ficámos a saber mais de «onde viemos e da razão do que somos hoje». Ainda considerou que haverá agora bons motivos «para nos juntarmos, para discutirmos e para nos conhecermos, para continuarmos a procurar e a investigar, na certeza de que a história de um povo nunca está totalmente escrita».
Saul Gomes, Coordenador Científico do livro “ÍLHAVO, Terra Milenar”, afirmou que a obra se apresenta com o objetivo de nos levar a «compreender melhor a nossa identidade, o nosso passado e a nossa história», mas ainda a conhecer «o contributo de Ílhavo para a história de Portugal». Trata-se de uma monografia «muito plural do ponto de vista dos registos, das escritas, das sensibilidades dos que foram convidados a colaborar nesta composição».
Saul Gomes garantiu que «Ílhavo cresceu quando se fez ao mar». «Não podemos projetar o presente de Ílhavo no passado; é uma das coisas que esta monografia nos ensina», disse. E questionou-se: «Como é que há mil anos atrás um pequeno núcleo de lavradores, gente da terra, onde se encontravam alguns migrantes da península ibérica e de outras paragens, se fez ao mar e foi acrescentando território no contexto da construção do reino e depois do império português?»
O Coordenador Científico frisou também que, no século XIX, muito do futuro deste município esteve «na transferência de territórios para Ílhavo; esse território foi-lhe acrescentado em função do mérito e do desenvolvimento que os ílhavos dessa época conseguiram».
“ÍLHAVO, Terra Milenar” apresenta-se em edição cuidada, capa dura, papel couché, formato A4, profusamente ilustrada, com cronologia, bibliografia e fontes arquivísticas. Os seus quatro capítulos contemplam o espaço e as gentes, a história, o património e elementos para a história de Ílhavo. A abertura tem registos de Fernando Caçoilo, presidente da CMI, Paulo Costa, vereador do Pelouro da Cultura, e Saul Gomes, coordenador científico do projeto.
Fernando Martins