A Gafanha da Nazaré, como muitas povoações de Portugal, é rica em painéis cerâmicos ou outros. Terras antigas brindam os visitantes e quem passa com inscrições em pedra, cada uma com a sua história, dignas de se perpetuarem no tempo. Trata-se de uma riqueza cultural nem sempre aproveitada e muito menos apreciada, mas merecedora de estudos, importantes para os presentes e para os vindouros.
Quando calcorreamos a nossa terra, se levantarmos os olhos do chão ou da frente, fixando, por momentos, o casario, deparamos com painéis cerâmicos saídos da imaginação dos seus proprietários. Com muito bom gosto, uns, e nem por isso, outros. Porém, vale sempre a pena, porque cada painel está, obviamente, ligado à vida e pensar das pessoas que apostaram neles, como sinal identitário da família.
Nas minhas andanças por aí, sobretudo quando vou sem pressas, vejo painéis devocionais, de agradecimento a Deus, a Nossa Senhora e aos Santos, de identificação familiar, de evocação de memórias com cenas caídas em desuso, mas dignas de registo pela sua marca pedagógica e histórica.
Pelo que tenho visto, as pessoas agem sem complexos nem preconceitos, principalmente quando chega a hora de agradecer benefícios atribuídos a Deus, a Nossa Senhora, em especial de Fátima, ou à mediação dos santos das suas devoções.
Fernando Martins
Fernando Martins