Reflexão de Georgino Rocha
A felicidade das bem-aventuranças marca o estilo de vida dos discípulos. Rostos sorridentes, mesmo quando incompreendidos e perseguidos, corações mansos e humildes, peregrinos construtores da paz, incansáveis lutadores pela justiça, homens e mulheres libertos de todas as amarras para aderirem ao bem maior e fazê-lo em benefício do próximo necessitado, dão testemunho irradiante de Jesus Cristo, o modelo inexcedível de quem vive a novidade do reino de Deus. Testemunho sempre a melhorar, pois, como afirma Rinbeck, escritora norte-americana, “a felicidade não é uma estação de chegada, mas um modo da viajar”.
A felicidade das bem-aventuranças marca o estilo de vida dos discípulos. Rostos sorridentes, mesmo quando incompreendidos e perseguidos, corações mansos e humildes, peregrinos construtores da paz, incansáveis lutadores pela justiça, homens e mulheres libertos de todas as amarras para aderirem ao bem maior e fazê-lo em benefício do próximo necessitado, dão testemunho irradiante de Jesus Cristo, o modelo inexcedível de quem vive a novidade do reino de Deus. Testemunho sempre a melhorar, pois, como afirma Rinbeck, escritora norte-americana, “a felicidade não é uma estação de chegada, mas um modo da viajar”.
O sermão da montanha, no Evangelho de Mateus 5, 13-16, prossegue com duas parábolas de sabor popular, ricas de ensinamentos. “Vós sois o sal da terra”, “Vós sois a luz do mundo”, declara Jesus dirigindo-se aos discípulos e atribuindo-lhes a missão que lhes dá uma nova identidade. Ao ouvirem estas palavras, que sentiriam eles, simples pescadores do mar da Galileia, indesejados cobradores de impostos, anónimos recém-escolhidos dentre a multidão? Ao verem-se destacados e incumbidos de tal função, eles que tinham horizontes limitados no espaço e reduzidos no tempo? Ao darem conta que o Mestre fala no presente e não apenas no futuro, sem lhes dar margem para fazerem reconfortantes experiências de missão? De facto, o sentido é muito assertivo: Sois, já, sal e luz, na medida em que a vossa vida estiver marcada pela felicidade que vos anuncio.
“Os cristãos, afirma o Papa Francisco, recebem uma missão para realizar com todos os homens: com a fé e a caridade podem orientar, consagrar, fazer fecunda a humanidade. Todos os baptizados somos discípulos missionários e estamos chamados a converter-nos num Evangelho vivo no mundo: com uma vida santa, daremos “sabor” aos diversos ambientes e os defenderemos da corrupção, como o sal; e levaremos a luz de Cristo através do testemunho de uma caridade genuína. Mas se os cristãos perdemos sabor e apagamos a nossa presença de sal e de luz, perdemos capacidade de ser efectivos”.
A simplicidade das parábolas realça o alcance da mensagem que transmite: O sal da integridade que não se deixa corromper, que conserva o sabor original e tempera o insonso, que derrete gelos e ferrugens, que entra na composição de medicamentos indispensáveis à saúde, que é símbolo qualificado de sabedoria e, em certas culturas, elemento que visualiza a aliança com Deus. Por isso representa bem a missão do cristão discípulo: Íntegro no ser, resistente na adversidade, sábio e eficaz na acção, persuasivo nas convicções, discreto e solidário, sinal irradiante do envolvimento de Deus na humanização da sociedade, testemunha qualificada de Jesus Cristo.
A luz desvenda uma nova dimensão aos discípulos missionários: Dissipa as trevas, ilumina os espaços, faz brilhar o rosto das pessoas e os contornos dos objectos, irradia e sinaliza, aquece os indiferentes e atrai os que andam afastados. Cria uma “zona” onde a verdade se manifesta, a liberdade se afirma e a igualdade respeitadora das diferenças legítimas se respeita e constrói.
As metáforas que Jesus utiliza são simples e eloquentes. O sal e a luz são indispensáveis para a vida com saúde, beleza e sabor. ”A insipidez e a obscuridade são obviamente duas expressões de uma vida triste, desagradável, talvez insuportável”. J. M. Castillo. Não é essa a vida que Jesus aprecia e propõe aos discípulos; pelo contrário, o seu projecto tem a energia da luz irradiante e serena, o vigor do sabor apetecido e “gustoso”, a alegria dos convivas à mesa da fraternidade, a festa da refeição comum em que o alimento é repartido por todos. A celebração da eucaristia surge como a grande visualização envolvente dos cristãos discípulos. A nossa assembleia dominical constitui um dos grandes sinais públicos da consciência cristã e da força da alegria que nasce do Evangelho. Deixemos a “cara de enterro”; revistamos o rosto com o júbilo de Jesus ressuscitado.
Como João XXIII, o santo papa da bondade, vivamos a convicção profunda de que Deus quer brilhar por aquilo que somos e fazemos, quer dar a fé que passa pelo nosso testemunho, dar a esperança pela confiança que cultivamos, dar o amor pela proximidade que fomentamos, semear a paz pelas atitudes que alimentamos, dar a força pelo encorajamento que estimulamos, ser o caminho que apontamos pelo nosso proceder, ser a luz que as nossas obras fazem brilhar, ser a Vida que se manifesta no desejo humano de viver (ajudem-nos a viver e não se preparem para nos fazer morrer, pedia esta semana de debates sobre a eutanásia uma Jovem portadora de doença rara). “Deus pode fazer o impossível, mas nós podemos fazer tudo o que é possível” e oxalá seja eticamente correcto.
As boas obras dão brilho à vida. Experimenta. Vale a pena!