Não tenho a felicidade da presença física dos meus pais. Morreram há muito, mas no meu espírito eles sentam-se ao meu lado, riem e gracejam, choram e comovem-se, ralham e ficam calados. Vezes sem conta vi os seus olhos fixos nos meus e ouvidos atentos ao que eu dizia. E o contrário também é verdade.
Vem isto a propósito de uma crónica de Laurinda Alves publicada no Observador, intitulada "Quero continuar a ser a filha dos meus pais". Recomendo leitura. E recomendo porque nem sempre se olha para os pais idosos com o carinho que eles merecem e necessitam. Ouvem-se desculpas com o trabalho, falta de tempo, falta de dinheiro, falta de espaço em suas casas, etc. Contudo, conheço famílias que nos dão lições de dedicação a quem tanto deu aos filhos, netos e à comunidade. Ler a crónica de Laurinda Alves aqui.