“Vagos d’Escrita” é um livro de Basílio de Oliveira,
edição do autor, apoio da Câmara Municipal de Vagos
e do Centro de Educação e Recreio (CER)
Em “Nota Prévia”, Basílio de Oliveira afirma que este trabalho não tem carácter histórico nem literário, pois apresenta simplesmente «uma compilação de todas as figuras literárias que nasceram, viveram ou vivem em Vagos ou que escreveram sobre Vagos». Lendo o livro, confirma-se, facilmente, que nele há registos de escritores de gerações diferentes, «ressaltando aos nossos olhos particularidades da vida e obra dos homens que ao longo dos anos fizeram desta terra a sul do Vouga uma terra de contrastes».
É de realçar que este trabalho se deve «ao enorme entusiasmo e sentido de descoberta dos nossos estudantes, professores, nomeadamente, Professor Mário Paulo Martins e Diretor do Colégio Nossa Senhora da Apresentação de Calvão», entre outros colaboradores, como refere o autor.
Silvério Regalado, reconhece, em “Mensagem do Presidente da Câmara Municipal de Vagos”, que a cultura se pode manifestar de «diversas formas, com diversas linguagens», mas sublinha que, no caso deste livro de Basílio de Oliveira, «são as palavras que mais se fazem representar, que expressam, que ajudam a pensar, que nos fazem agir e sentir o que é nosso».
A direção do CER salienta que «a indiferença é a pior ameaça que a sociedade tem de combater e conter», razão por que decidiu apadrinhar este projeto apresentado por Basílio de Oliveira. E considera que «nenhum sucesso se obtém só de sucessos», enquanto garante que «a recolha impressa nesta obra deve ser atualizada regularmente por forma a mantê-la viva».
Mário Gavina Oliveira diz em “Enquadramento” que este livro «tem com certeza limites», tanto no tempo como «na noção de que esta pesquisa seria interminável». E adianta que, no grupo de edição e coordenação, houve «a plena consciência de que este será sempre um trabalho inacabado».
Óscar Gaspar, em jeito de prefácio, sob o título “Uma forma de ler Vagos”, frisa que «Esta “enciclopédia” dos escritores vaguenses tem muita diversidade e até desproporção mas tem uma linguagem comum, que é Vagos. Há quem seja de Vagos e escreveu, Há quem tenha escrito sobre Vagos. Há quem tenha escrito para agradecer aos de Vagos. Há quem tenha escrito de longe para não esquecer Vagos. E quem tenha escrito de Vagos, por Vagos, para Vagos.» Bom resumo para quem quiser conhecer quem escreveu e o que escreveu tendo por pano de fundo a região vaguense.
O embrião do projeto Vagos D’Escrita nasceu no âmbito da nova área disciplinar dos “curricula” do Ensino Secundário — Área de Projecto — desenvolvido por cinco alunos do 12.º ano (Ana, Marco, Paulo, Rute e Tatiana) do Curso de Línguas e Literatura, do Colégio de Nossa Senhora da Apresentação, de Calvão, concelho de Vagos. O grupo quis, com esta iniciativa, «dar a conhecer homens e mulheres que têm em comum o chão de Vagos e a escrita», desejando «homenagear os que escrevem e os que escreveram trazendo Vagos no seu coração». Mas ainda quiseram «mostrar a grande e diversa riqueza cultural de escrita do concelho de Vagos».
“Vagos d’Escrita” apresenta também textos antológicos, notas monográficas sobre as 13 freguesias que constituem o concelho de Vagos.
Fernando Martins